« Home | Um a zero? » | 20 quê? » | O lápis azul do cabo (podre país o nosso) » | World cábula 2006 » | Movimentos perpétuos » | PS: » | Mr. nickfekade escreveu-me! » | O Blogger tem andado como eu » | Breviário de sons: três vídeos ao bater da meia-no... » | On air, online » 

12 junho 2006 

Um poeminha por mail (1)

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas.
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersamente atento,
Estiver, sentir, viver, for.
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
[...]


(Álvaro de Campos, Poesias)

Etiquetas:

B.I.

Coisas Breves

Powered by Blogger
and Blogger Templates