30 junho 2006 

Foi há três anos...

...há exactamente três anos, que tudo começou. Assim subtilmente, de repente, da noite para o dia.

No entretanto, mudaram-se vidas, criaram-se rotinas, reforçaram-se amizades, inventaram-se estórias, escreveram-se poemas, fizeram-se livros e filmes, nasceram poetas e cantadores, escribas e autores, filhos e amores.

No entretanto, foram noites e dias entre whiskey e cigarros de mentol, entre jantares na sede e tardes na sucursal, entre copos no bairro alto e passeios no alto alentejo. Entre choros e gargalhadas, entre abraços fortes e zangas demais, entre "nunca mais" e "para sempre".

No entretanto, passaram três anos...

...e há três meses, tudo acabou.

29 junho 2006 

Quem o diz é um dos grandes nomes da história da humanidade (e um dos mais engraçados...)

«JOGADORES TÊM DE SER UM BOM EXEMPLO

Quem o diz é Tokyo Sexwale, membro do comité organizador do Mundial de 2010, que se realizará na África do Sul. Segundo Sexwale, o Mundial "é um produto global, um produto de televisão" e, como tal, os intervenientes devem ter em conta a grande responsabilidade que isso representa. "É um jogo, mas representa uma grande responsabilidade porque levamos a casa das pessoas tudo o que se passa no campo. E por isso todas as atitudes incorrectas dos jogadores entram nas salas das pessoas e podem constituir um mau exemplo", diz. "O futebol, celebrado no Mundial, pode quebrar barreiras e juntar as pessoas", frisou.»

(@ Público)


O senhor tem toda a razão. O senhor é uma figura respeitável, foi um grande lutador pela liberdade, é um político sério, um empresário de sucesso, uma personalidade de peso, está tudo muito bem... Mas pel'amor de deus, o homem chama-se Tóquio Sexual!

28 junho 2006 

Sabedoria popular (ouvido na rádio)

«Ou se compreende as mulheres ou não se compreende as mulheres. Compreendendo, está tudo muito bem. Não compreendendo, está tudo muito mal.»

(Ouvido esta tarde na telefonia.)

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27 junho 2006 

A angústia do italiano no momento do penálti (revista de postas)

He's got Francesco Totti's eyes

«One of the images of the World Cup so far was the extreme close-up on Francesco Totti's eyes as he prepared to take the added-time penalty against Australia.»

(in Who Ate All The Bratwurst)

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Amor no infinitivo (na terra dos amores)

Numa parede em Moscavide:

«AMO-TE
INFINITIVAMENTE
KATARINA!

ASS:
SAULO»


A julgar pelo que dizem as paredes, Moscavide deve ser a terra mais romântica de Portugal.

26 junho 2006 

A diferença entre pornografia e arte segundo Alan Moore

A propósito de Lost Girls, o novo livro de Alan Moore:

«Moore insists on calling the work "pornography", while Publishers Weekly, in an article earlier this year, said it involved "fetishism, incest and even a touch of bestiality, as well as a whole lot of sexual activity involving minors".»

(@ Scotsman.com)

 

Ainda o massacre de Nuremberga

Não sei o que será pior: uma seca mal jogada tipo Portugal-Angola ou um festival de porrada tipo Portugal-Holanda...

25 junho 2006 

Uma ideia para pensar

Rambo em francês diz-se Rimbaud.

 

Breviário de leituras: A year in the merde

A Year in the merde, Stephen Clarke

«Em francês, a palavra "self" significa restaurante self-service. É na verdade irónico - orgulharem-se de uma cafetaria barata, quando toda a França pensa em si mesma como um gigantesco restaurante de alta cozinha.
No entanto, é uma descrição bastante rigorosa porque, contrariamente ao que nos querem fazer crer, os franceses adoram comida de plástico. Contam ao resto do mundo que só comem foie gras e trufas, mas uma enorme percentagem deles passa os almoços e os jantares a olhar para um hambúrguer.
E isto porque os restaurantes de comida de plástico fazem coisas com a comida que os franceses adoram. Empregados uniformizados repetem pequenas frases pré-elaboradas e dispõem perfeitamente o nosso guardanapo em cima do tabuleiro. É algo que preenche o sentido da cerimónia dos franceses. Quer gostem, quer não, uma ida a um local de comida de plástico é um evento culinário.»

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Breviário de leituras: Fortaleza digital

Fortaleza digital, Dan Brown

«David sabia, porém, que nunca lhe diria. O segredo por detrás de "sem cera" era demasiado doce. As suas origens eram antigas. Durante a Renascença, os escultores espanhóis que cometiam erros ao esculpir o precioso, e caro, mármore disfarçavam frequentemente o resultado desses erros com cera. Uma estátua sem defeitos, que não precisasse de remendos, era exaltada como sendo uma "escultura sin cera", "sem cera". A expressão acabara por se aplicar a tudo o que fosse honesto e verdadeiro. A palavra "sincero" evoluíra a partir do espanhol "sin cera". O código secreto de David não era grande mistério: limitava-se a rematar as suas cartas com "sinceramente". Fosse lá pelo que fosse, suspeitava de que Susan não ia achar muita graça.»

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23 junho 2006 

Breviário de sons: um videozinho para o regresso

Don't go, Nouvelle Vague

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22 junho 2006 

Dobrý den (notas de viagem)

O Aeroporto de Lisboa é pouco recomendável a um sábado de manhã, a não ser que se tenha um fetiche por filas. Em hora e meia, estivémos em nove filas: a fila para o check-in, a fila para os jornais, a fila para entrar nas partidas, a fila para ser revistado, a fila para os câmbios, a fila para entrar na zona de embarques, a fila no próprio portão de embarque, a fila para o autocarro de acesso ao avião e a fila no próprio do avião!

À chega ao aeroporto de Praga, a primeira imagem é a de um restaurante chamado Porto Caffé.

Os táxis parecem garrafas de óleo de fritar batatas: são amarelos e têm três 'A' escrito de lado.

No autocarro, a caminho da cidade, a imagem que nos vem à cabeça é a de que aterrámos num filme do Kusturica. Tudo se dissolve com a aproximação de um McDonalds à beira da estrada.

Chegámos ao hotel no intervalo do jogo. A tempo de vermos os golos de Deco e Cristiano Ronaldo, com relato em checo.

A praça principal de Praga (o centro da chamada Cidade Velha) parece um estádio do Mundial, com um ecrã gigante e milhares de adeptos checos e turistas de todos os países.

Num dos lados da Praça da Cidade Velha, o relógio astronómico exibe-se hora a hora para os milhares de turistas de câmara apontada que esperam pacientemente a parada de apóstolos de madeira.

No outro lado, dois enormes torreões saídos de um conto de fadas gótico anunciam uma igreja gigantesca, cuja entrada está escondida num discreto e minúsculo beco, atrás de umas arcadas.

Em Praga há uma praça com duas igrejas e duas igrejas com o mesmo nome.

Praga está cheia de Porsches e Ferraris, mas há 15 Skodas por cada carro de outra marca. E há 10 pizzarias por cada restaurante de qualquer outro tipo. Percebe-se: a comida checa é uma seca (o prato mais típico é húngaro e o resto é carne assada com pão).

Em quase todos os restaurantes nos cobram qualquer coisa que não comemos ou se enganam nos trocos...

É no bairro judeu que estão as lojas de marca e de luxo. É também no bairro judeu que os monumentos são mais caros. No bairro judeu, tudo se paga.

É extraordinário ver o Mundial na Praça da Cidade Velha. Há sempre festa e gente dos países que estão a jogar: desde checos a ver a sua selecção a perder até norte-americanos a gritar pela sua equipe (e nunca vi eu tantos americanos a ver futebol com gosto); desde brasileiros a australianos, desde coreanos a portugueses (muitos portugueses).

Toda a cidade está engalanada para o Mundial: as lojas de recordações vendem camisolas das selecções, cachecóis, bonés e até matrioscas com as cores das selecções e a cara dos jogadores. Em todos os cafés e restaurantes há televisões e ecrãs gigantes. Todos anunciam os jogos do dia por baixo dos pratos do dia.

Na República Checa há um canal de televisão que dá os jogos todos - todos - do Mundial. O canal é de sinal aberto e acesso livre. E dá os jogos todos. Todos!

Poborsky é omnipresente. Em todo o lado se vêm camisolas e anúncios do jogador, que até tem uma loja de desporto no centro da cidade.

O Castelo de Praga é imponente. É um misto de estilos e cores, acrescentados ao longo dos tempos para fazer dele uma verdadeira manta de retalhos, mas em tamanho épico.

Por baixo da Ponte Carlos (seria uma das mais belas do mundo, não fosse o enxame de vendedores) há o Café Marnice. Que os checos não frequentam. É que "Marnice" quer dizer "crematório". Chama-se assim porque foi construído no local onde era o antigo crematório de Praga. Dizem que o Café Marnice tem o café mais forte de Praga.

As estações do Mustek (o metro de Praga) são simples e práticas. E são em estilo arte-pop industrial...

Já a principal estação de comboios da cidade é escura, feia, degradante e vítima de falta de informação e organização. Típica dos países de leste, dizem-me.

A 70km de Praga há uma pequena terra chamada Carslav. É a cidade das crianças: à hora de almoço, não há adultos na cidade, só crianças e adolescentes no intervalo das aulas.

A alguns quilómetros, a cidade de Kutna Hora é paragem obrigatória: património da Unesco, tem uma mina cuja visita é uma experiência única, mesmo que não se perceba rigorosamente nada do que a guia está a dizer. No ponto mais alto da cidade, a igreja de Santa Bárbara tem um vitral de 1903 onde aparece o Elvis vestido de monge.

O Cirkus Praha está estacionado em Kolín, atrás do Bowling, por baixo da ponte.

No dia do regresso, almoçámos no Porto.

No avião para Lisboa, o comandante desejou-nos boa viagem e disse que ainda chegaríamos a tempo do resumo do Portugal-México. Durante o vôo, foi actualizando o resultado. As hospedeiras traziam cachecóis de Portugal.
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16 junho 2006 

Próxima paragem: Praga

Praga

Com licença, volto .

 

Porque o fecho da casa-mãe não é o fim das sucursais...

...há tabaco fresco no balcão.

 

Trancas à porta (das coisas desagradáveis)

Tinha sempre todas as precauções. Se assim não fosse, ficava com aquele sentimento de que faltava qualquer coisa, aquela pressão no estômago, aquele vagar na mente de quem não está decidido, de quem não está pronto.

Por isso, não saía de casa sem confirmar que estavam fechadas todas as janelas, desligadas todas as luzes, sossegadas todas as provas da sua ausência. Não seguia sem ver que estava tudo trancado, tudo selado na sua mente. Não largava o carro sem trancar duas vezes as portas, sem verificar que os vidros ficavam fechados, o volante trancado, o travão de mão esticado até cima. Não se ia embora sem ver piscar a luzinha do alarme. Não ía de fim-de-semana sem conferir que desligava o computador, sem esquecer que apagava a password do computador. Sem trancar o armário e as gavetas. Sem resguardar as pastas de pendentes no arquivo. Não ía de fim-de-semana sem o sentimento do dever seguro. Não ía de férias sem fechar persianas, sem desligar as fichas da televisão, do computador, do rádio, sem confirmar que tinha tudo na mala e na mão, que levava os bilhetes, as chaves, os telefones. Não ía de férias sem acreditar que assim como estavam as coisas era como estariam no regresso.

Tomava sempre todas as precauções. Com a casa, com o carro, até com o local de trabalho. Para não ficar com aquela sensação de vagar, de vazio.

Na véspera de ir de viagem, assaltaram-lhe a arrecadação... Nunca ligara muito à arrecadação. Não tinha nada de valor, nada que valesse a pena roubar. Nunca tinha ido verificar que a porta estava bem fechada, que a luz estava bem apagada. E na véspera de ir de viagem, percebeu que nunca mais iria deixar de sentir aquela sensação de vazio, aquela pressão no estômago, aquele vagar na mente de quem nunca está decidido. Percebeu que não estava nas suas mãos... e foi de viagem.

13 junho 2006 

Está onde, o mundial?

Diz que está na SIC o Mundial. Não sei se sou eu que ando distraído, mas não o tenho visto por lá. Será que o Mundial é a Fátima Lopes e o Nuno Graciano e a Maya? É que eu pensava que o Mundial ainda incluía um ou outro jogo de futebol...

 

Breve diálogo a medo (ouvido no corredor)

Ela: ...é que quem tem cu tem medo!
Ele: E que belo medo que tu tens...

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12 junho 2006 

Desabafo à beira-marcha

A marcha de Sta. Engrácia é como as obras: nunca mais acaba... Chiça!

 

O teu adeus pendurado (escritos enjeitados)

A princípio, intrigava-me a forma como dizes adeus. A forma decisiva e brusca como dizes adeus. A forma como deixas o teu adeus espalmado na despedida, como se não houvesse mais nada a dizer, como se não pudesse haver mais nada para lá do adeus. A princípio intrigava-me esse teu adeus definitivo e frio.

Mas um dia, depois de outro adeus, olhaste para trás. E quando cruzámos os olhares, naqueles segundos que duram para sempre, percebi que o teu adeus não é rude nem assertivo. Percebi que o teu adeus não é um adeus final. Percebi que o teu adeus é um adeus pendurado. Um adeus a medo. Um adeus que pede. Um adeus que não quer ser despedida, que anseia um reencontro. Um adeus que soa a parágrafo mas que é apenas reticências. Quanto muito ponto e vírgula, mas nunca ponto final. O teu adeus nunca é final. O teu adeus é princípio. O teu adeus é promessa do que há-de vir. O teu adeus é um adeus triste por ser adeus mas alegre por saber que depois do teu adeus vem um olá.

A princípio intrigava-me o teu adeus e o sorriso por onde o deixavas sair. Agora
sei por que é que o teu adeus está sempre a sorrir.

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Um poeminha por mail (1)

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas.
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersamente atento,
Estiver, sentir, viver, for.
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
[...]


(Álvaro de Campos, Poesias)

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11 junho 2006 

Um a zero?

Diz que venceu mas não convenceu. Eu cá para mim digo que o golo foi engano...

 

20 quê?

20Q

Atiçado por beluga amiga, redescobri recentemente o site 20Q, onde uma suposta inteligência artificial virtual se auto-impôe 20 perguntas para descobrir aquilo em que estamos a pensar. Das várias vezes que desafiei o programa, a dita inteligência artificial ganhou uma vez, perdeu e assumiu a derrota três vezes e, de todas as outras, teve a perspicácia ou a arrogância de dizer «Você ganhou, mas o 20 Perguntas acabou por adivinhar».

Qualquer que seja o resultado, o programa mostra-nos, no fim, uma série de informações, que vão desde as contradições que o programa encontrou na série de 20 perguntas que nos fez até às informações invulgares sobre a coisa em que estaríamos a pensar. O mais curioso e interessante é perceber que o conhecimento que o programa tem sobre qualquer objecto é fruto do acumular das respostas dadas por todos os participantes da brincadeira («As opiniões do jogo são apenas dele e baseiam-se nos dados fornecidos pelas pessoas que o jogam. Não importa se as nossas respostas não estão de acordo, porque, com o tempo, o jogo muda as respostas dele para reflectir o conhecimento comum. Se achar que o jogo está errado, a única forma de resolver o erro é jogar outra vez.»).

O que nos traz ao quadro final. Onde surgem dados tão bizarros quanto estes:

«Estava a pensar em estômago:
Disse que se estava classificado como Animal, Eu digo Outro.
Pode encontrá-lo numa casa? Você disse Não, Eu digo Sim.
Tem sentimentos? Você disse Não, Eu digo Provavelmente.
É feito à base de água? Você disse Em parte, Eu digo Não.
Pode tocar-lhe? Você disse Não, Eu digo Sim.
É usado normalmente? Você disse Não, Eu digo Sim.
Alguma vez esteve vivo? Você disse Não, Eu digo Sim.
Usa-o em público? Você disse Não, Eu digo Sim.
É fofinho? Você disse Desconhecido, Eu digo Não.

Objectos semelhantes:
um apêndice (órgão interno), uma nuvem, um intestino, o coração humano, fígado, a Lua, o pâncreas, um umbigo, uma veia (vaso sanguíneo), um baço, um continente.

Conhecimento invulgar sobre estômago:
Põem-se coisas dentro dele? Eu digo Sim.
Faz barulho? Eu digo Sim.
Pode rosnar? Eu digo Sim.
Tem um buraco? Eu digo Sim.
Faz alguma coisa mover-se? Eu digo Sim.
Já viu um na vida real? Eu digo Não.»


...ou como estes:

«Estava a pensar em coentros:
(...)
Conhecimento invulgar sobre coentros:
Cabe na sua carteira de bolso? Eu digo Sim.
Pode rosnar? Eu digo Provavelmente.
É um réptil? Eu digo Sim.
Pode ser enviado pelo correio? Eu digo Provavelmente.
Gosta de maçãs? Eu digo Sim.
Pode correr depressa? Eu digo Sim.»


Pois eu digo que ficamos todos a saber que o estômago pode rosnar e que os coentros são répteis que gostam de maçãs! Ora vamos lá jogar outra vez...

 

O lápis azul do cabo (podre país o nosso)

A empresa fornecedora de televisão por cabo anda a impedir os seus clientes de verem os programas que queiram nos canais que prefiram. Quem, por exemplo, queira ver os jogos do Mundial no M6 ou na RTL, não pode, porque os senhores da TV Cabo decidiram cortar o sinal dos canais francês e alemão (como quem diz "queres ver os jogos? paga à Sport TV! ora toma!").

Em alguns países, a isso chama-se monopolização de meios com vista a uma concorrência desleal e pode ser punido com multas e, às vezes, processos civis ou até criminais. Em outros países, isso chama-se censura e pode ser punido com a perda da licença de prestação do serviço. Em Portugal, isso - apesar de ser ilegal, imoral e criminoso - chama-se "quem pode, pode" e pode, não só, não ser punido, como ser perfeitamente indiferente... É o pobre país que temos.

10 junho 2006 

World cábula 2006

Dentro do zip, está o Excel com que todo o homem sonha por estes dias... Ei-la, a cábula do Mundial: o World Cup 2006 Electronic Scorechart!

 

Movimentos perpétuos

Parece que Carlos Paredes foi um dos mais activos esta tarde em Frankfurt. Diz que deu um trinado de fazer chorar a audiência e que fez uma revienga em Fá a um inglês de má voz.

09 junho 2006 

PS:

Gostei de te ver, rapariga.

 

Mr. nickfekade escreveu-me!

Dizia-me ele, e com razão, «He was always there Javier», antes de me falar de alguns «Father's Day gifts» e de me lembrar que:
«Now is the time to get your father something he will really enjoy, a luxur=
y brand-name watch! These elegant, high-quality watches are not only class=
y and stylish, but they
are functional and made to last a lifetime. Get him something he will cher=
ish for years to come.»

O que me preocupa não é a falta de calendário de Mr. nickfekade (o Dia do Pai já foi, não foi?) nem o facto dele achar que o meu pai precisa de um relógio de luxo. O que me faz espécie é: quem raio é o Javier?

 

O Blogger tem andado como eu

Doente, cansado e fodido. É o que dá trabalhar na função pública.

07 junho 2006 

Breviário de sons: três vídeos ao bater da meia-noite (para acabar de vez com o dia da besta)

Zoo presents Eskju Divine & Vacuum feat. K

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05 junho 2006 

On air, online

Já está no ar o Blogosférico. De segunda a sexta, na...

04 junho 2006 

Finalmente, a notícia por que todos os geeks, freaks e fãs de comics ansiavam desde a década do amor livre

«Batwoman hero returns as lesbian

Comic book heroine Batwoman is to make a comeback as a "lipstick lesbian" who moonlights as a crime fighter, a DC Comics spokesman has confirmed.
Batwoman - real name Kathy Kane - will appear in 52, a year-long DC Comics publication that began this month.

In her latest incarnation, she is a rich socialite who has a romantic history with another 52 character, ex-police detective Renee Montoya.»


Mas as novidades não acabam por aqui...

«The new-look Batwoman is just one of a wave of ethnically and sexually diverse characters entering the DC Comics universe.

Others include Mexican teenager Blue Beetle - who replaces the character's previous white incarnation - and the Great Ten, a government-sponsored team of Chinese superheroes.

Regular characters Firestorm and The Atom, meanwhile, have been reinvented as black and Asian heroes respectively.»


Sinal dos tempos ou de necessidade?

 

H&M

Às regras do mundial para mulheres...

«1. From 9 June to 9 July 2006, you should read the The Sun’s sport pages so you are aware of what’s going on regarding the World Cup and will be able to join in conversations. If you fail to do this, you’ll be looked at in a bad way or be totally ignored. DO NOT complain about not receiving any attention.

2. During the World Cup the television is mine at all times - without any exceptions.

3. I don’t mind if you have to pass by in front of the TV during a game - as long as you do it crawling on the floor and without distracting me. If you decide to stand naked in front of the TV, make sure you put clothes on right after because if you catch a cold, I won’t have time to take you to the doctor or look after you during the World Cup month.

4. During the games I will be blind, deaf and mute - unless I require a refill of my drink or something to eat. You are out of your mind if you expect me to listen to you, open the door, answer the telephone, or pick up the baby that just fell from the second floor….it won’t happen.

5. It would be a good idea for you to keep at least two six packs in the fridge at all times, as well as plenty of things to nibble on. And please do not make any funny faces to my friends when they come over to watch the games. In return, you will be allowed to use the TV between 12am and 6am, unless they replay a good game that I missed during the day.

6. Please, please, please if you see me upset because one of my teams is losing, DO NOT say “get over it, its only a game” or “don’t worry, they’ll win next time”. If you say these things, you will only make me angrier and I will love you less. Remember, you will never ever know more about football than me and your so called “words of encouragement” will only lead to a break-up or divorce.

7. You are welcome to sit with me to watch one game and you can talk to me during half-time but only when the adverts are on, and only if the score is pleasing me. In addition, please note I am saying “one” game, hence do not use the World Cup as a nice cheesy excuse to “spend time together”.

8. The replays of the goals are very important. I don’t care if I have seen them or I haven’t seen them, I want to see them again. Many times.

9. Tell your friends NOT to have any babies, or any other child related parties or gatherings that requires my attendance because:
a) I will not go,
b) I will not go, and
c) I will not go.

10. But, if a friend of mine invites us to his house on a Sunday to watch a game, we will be there in a flash.

11. The daily World Cup highlights show on TV every night is just as
important as the games themselves. Do not even think about saying “but you have already seen this…why don’t you change the channel to something we can all watch?” The reply will be: “Refer to Rule #2 of this list”.

12. And finally, please save your expressions such as “Thank God the World Cup is only every 4 years”. I am immune to these words, because after this comes the Champions League, Italian League, Spanish League, Premier League, etc etc.»


...as mulheres respondem com os dez mandamentos:

«1. The size doesn't count. Battery voltage does.

2. "Including the balls" is the only solution to the ultimate question: "How the F*** did he measure 8.2 inches (21 cm)?"

3. You woke up naked in a strange apartment, next to an empty vodka bottle and a web-cam? Hooray! Finally you will get some results when you google your name.

4. We are not claiming that it's worth the effort, but you should know that fat guys try harder.

5. No, "Take out the garbage" doesn't count as "dirty talking".

6. It is cool to perform in diverse positions, but if god would have wanted you that way He would have created you as a paper clip.

7. If he insists on cumming on your face, goggles are a legitimate demand.

8. We have no problem with "doggy," but what has "style" got to do with it?

9. Your boyfriend bought a red Speedo and started to grow a mustache? We hope that you are a friendly person, since you're going to an orgy.

10. When you’re waiting for him in his T-shirt, it’s cute. But when he’s waiting for you in your T-shirt, it’s time to start worrying.»

 

Breviário de sons: a ouvir...

Unexpected dreams: songs from the stars

...Scarlett Johansson, Ewan McGregor, Jennifer Garner, Jeremy Irons, John C. Reilly, Teri Hatcher e outras stars a cantar standards com acompanhamento da orquestra filarmónica de Los Angeles. No mínimo, curioso.

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A ler... (revista de postas)

...as palavras de João Lopes acerca «Dos maus leitores»:

«ESCREVER. Creio que partilho com muita gente um ponto de vista muito simples sobre o efeito daquilo que escrevo, nomeadamente enquanto crítico de cinema (ou televisão): trata-se de um discurso necessariamente subjectivo, sustentado com o talento (muito, pouco, nenhum…) que me é possível aplicar e não espero nunca — sublinho: nunca — qualquer tipo de unanimidade, muito menos de “consagração”, face à insuperável parcialidade daquilo que escrevo (parcialidade, entenda-se: assunção das consequências decorrentes de um exercício de pensamento que não pretende confundir-se com a singularidade e a legitimidade de qualquer outro pensamento).

LER. Dito isto, há que dizer também que, se é muito frequente assistir aos mais variados processos de intenção (tendencialmente insultuosos) dirigidos a quem, mal ou bem, exerce o trabalho crítico, poucas vezes se diz alguma coisa sobre a violentíssima arbitrariedade que, com crescente frequência, circula por alguns discursos de alguns leitores.

QUE É UM MAU LEITOR? Sim, porque importa deixar bem claro que há maus leitores. Que é um mau leitor? Deixemo-nos de infantilismos: o leitor que discorda de uma qualquer leitura crítica não é um mau leitor — é mesmo, potencialmente, um dos melhores leitores possíveis, já que mantém uma relação dialéctica com aquilo que lê e parte, por sua conta e risco, para a construção de um ponto de vista tão pessoal, e tão irredutível, quanto o do próprio crítico. O mau leitor é aquele quer atribuir uma força de lei ditatorial àquilo que diz, ou escreve, a partir, não das suas ideias, mas em função de um “erro” de origem do próprio crítico. Infelizmente, a facilidade e os automatismos da Internet têm multiplicado a irresponsabilidade de tais discursos. (...

(in Sound + Vision)

No mínimo, obrigatório.

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Epístola de Fulgencio Peluso aos emeiles (das coisas que nos assaltam o e-correio)

«Hi,
P R O Z & C
X & N A X
A M B \ E N
L E V \ T R A
C \ A L i S
S O M &
M E R \ D i A
V \ A G R A
V A L \ U M
http://www.untanikasuon.com

from a swirling channel. I had to walk miles before I found a place
where the river was wide and shallow enough for me to wade and swim, and
then miles back again to pick up the tracks again. By that time it was
too late for me to follow them far. They went straight off in the
direction of the pine-woods on the east side of the Misty Mountains,
where we had our pleasant little party with the Wargs the night before»

 

Breviário de sons: jazz n'roll

Tsu ku shi n bow, PE'Z

São cinco. São japoneses. Chamam-se PE'Z. E há cerca de um ano editaram o álbum "Tsu ku shi n bow", um disco de jazz com melodias pop e atitude rock n'roll, feito de velhas séries de televisão americanas, clássicos do cinema oriental e bandas sonoras de filmes de Tarantino. Por lá, chamam-lhes os samurais do jazz. Por cá, para quando?

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Foram rosas, senhores, foram rosas (relatório de uma noite bem jantada)

Patê de fígado de aves;
Pasta de chouriço alentejano;
Enchidos tradicionais de porco preto;
Cogumelos ao alho;
Lombo de porco preto com migas de bróculos;
Pêra com chocolate quente;
Leite-creme queimado;
Pão de ló de Alfeizerão;
Pudim de água de Estremoz;
Tinto da casa (Monte dos Cabaços).

@ São Rosas, Estremoz: *****

02 junho 2006 

Um fadinho ao fim do dia

Ela tinha uma amiga

Ela tinha uma amiga chamada Maria
Que era quem me atendia quando eu telefonava
Ela tinha uma amiga chamada Maria
A quem ela dizia para dizer que não estava
E quando eu insistia, e não desligava
Era sempre a Maria
Que me mentia e me consolava
E perguntava o que é que eu lhe queria

Ela tinha uma amiga chamada Maria
Que nunca sabia por onde ela andava
Ela tinha uma amiga chamada Maria
De quem se servia quando me enganava
E quando eu lá ia, e não a encontrava
Era sempre a Maria
Que me dizia que ela não tardava
Que me jurava que ela voltaria

Quando eu ia buscá-la, e a gente saía
Era sempre a Maria que nos animava
Quando eu a convidava, e ela não queria
Era com a Maria que eu sempre dançava
E quando eu inventava uma melodia
Era sempre a Maria
Que me aplaudia, e ela não ligava
E eu ficava a cantar prá a Maria

No cinema, no escuro, quando eu a beijava
Ela empalidecia, a Maria corava
Ela não me ligava e adormecia
E era com a Maria
Que eu conversava
E que eu ficava quase até ser dia

Ela tinha uma amiga chamada Maria
A quem ela dizia p'ra dizer que não estava
Até que outro dia ela me telefonou
E eu disse: Maria...
E eu disse: Maria!
E eu disse: "Maria, vai dizer que eu não estou!"


(Manuela de Freitas / Camané, Pelo dia dentro)

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Remember my name

Ellen Page

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Breviário de fitas: e o vencedor é...

X-Men - The Last Stand vs Mission: Impossible 3

Antes de ver os filmes, estava dividido entre o ansiado ponto final de uma série que já era de culto antes de ser de carne e osso, realizado um dos mais desinteressantes tarefeiros de Hollywood, e o último capítulo de outra série que já era êxito antes de Tom Cruise, realizado pelo autor de Lost.

A verdade é que, com um realizador mauzinho e um argumento simplificado ao máximo (na medida do possível), X-Men - The Last Stand é um filme bem melhor e mais emocionante que Mission: Impossible 3, realizado por um autor de culto da TV e com um argumento mais permeável a boas surpresas (infelizmente, poucas e pouco... surpreendentes).

Depois de ver os filmes, não há dúvidas: apesar de Brett Ratner ser um mau realizador e de JJ Abrams ser um génio da TV, os mutantes dão três a zero a Ethan Hunt.

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É muita fruta (ou o verdadeiro dia da criança)

Depois de uma noite no Coliseu de Lisboa a assistir à gravação de um espectáculo dos Morangos com Açúcar, rodeado de milhares de crianças e adolescentes e pais e professores, três conclusões há que tirar:

1. Eles têm os D'ZRT e o FF e os 4Taste, mas fazem mais pela nova música portuguesa que muita rádio e televisão que por aí anda a dizer que faz (porque também por lá andou Serial e se ouviram os Expensive Soul, entre outros);

2. Eles são mal vistos e mal ditos, mas não vi nenhuma das mensagens negativas que muitos por aí os acusam de passar - pelo contrário, só palavras de ordem positivas, construtivas e bem dispostas, transmitidas com uma alegria de viver que faz falta a muito pai e professor e senhor doutor e opinador e político e a um país inteiro (aquilo parecia a final do Euro 2004);

3. Eles têm mais poder sobre a criançada do que muitos julgam - e enquanto mil e tal crianças e adolescentes gritarem e cantarem e reagirem como os vi esta noite a gritar e cantar e reagir, não há querer nem poder ir contra a Morangada.

 

Seis anos depois...

...ainda é lar, doce lar.

01 junho 2006 

Caridade + liberdade + diversidade = pedofilia?

«Pedófilos vão criar partido político

O Partido da Caridade, Liberdade e Diversidade (PCLD) anunciou esta sua intenção no seu ‘site’ e garante que vai registar-se hoje. “Vamos despertar o país!”, lê-se no ‘site’.

(...) Segundo o programa do partido, não deveria haver uma idade legal para ter relações sexuais e as crianças deveriam ter educação sexual desde tenra idade. Mais. Para os fundadores desta bizarra formação política, a posse de material pornográfico não deveria ser punida, mas apenas a venda. (...) Também defendem que os jovens a partir dos 16 anos deveriam ser autorizados a participar em filmes pornográficos e a prostituir-se. O sexo com animais também constar do programa do partido, que advoga ainda o consumo de drogas e a permissão de andar nu na rua.»


A seguir: maridos que espancam as mulheres criam associação de defesa! E depois: violadores e assassinos de crianças e idosos processam União Europeia por falta de apoios! Não perca!

 

A propósito

Como dizia o outro, we'll always have Paris. E, pelo que se vai vendo, ainda bem...

 

Tempo dos mais ricos

Vítor Baía escreve conto infantil;
Paris Hilton edita disco de hip-hop;
Elton John cria sitcom!

Numa altura em que tudo se mistura e confunde, que mais? Cristiano Ronaldo lança livro de receitas alentejanas? Lili Caneças escreve biografia de Max Oppenheimer? Mariza prepara argumento para Jean-Claude Van Damme? José Sócrates lança marca de perfumes?

 

Breviário de palcos: 1755

1755

«O concerto de ontem no Paço quase me matou de canseira», diz-se a dado momento da peça. Pois a mim, a peça desta noite no paço quase me matou de cansaço... Para quê tanta pompa? Para quê tanta grandeza? Para quê tanto tempo? Para quê tantos bons actores "malempregados"? Para quê tanta História e tão pouca estória? Para quê tanto excesso de orgulho e tanta falta de emoção? No fundo, para quando a devida memória de 1755?

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B.I.

Coisas Breves

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