30 junho 2009 

Já somos 9 e 1/2

«Marco histórico no Twitter em português: 28 de Junho de 2009 - Primeira Manifestação organizada via Twitter em Portugal». E logo contra a maior causa de amofinação nacional: a instabilidade climatérica e a chuva no verão. 'Tou c'o Tochas!

 

E la nave va

Primeiro, um Anjo de Charlie. Depois, o Rei da Pop. Agora, a Princesa Lherimia.

 

Breviário de leituras: Morreste-me

José Luís Peixoto, Morreste-me

«Pai. A tarde dissolve-se sobre a terra, sobre a nossa casa. O céu desfia um sopro quieto nos rostos. Acende-se a lua. Translúcida, adormece um sono cálido nos olhares. Anoitece devagar. Dizia nunca esquecerei, e lembro-me. Anoitecia devagar e, a esta hora, nesta altura do ano, desenrolavas a mangueira com todos os preceitos e, seguindo regras certas, regavas as árvores e as flores do quintal; e tudo isso me ensinavas, tudo isso me explicavas. Anda cá ver, rapaz. E mostravas-me. Pai. Deixaste-te ficar em tudo. Sobrepostos na mágoa indiferente deste mundo que finge continuar, os teus movimentos, o eclipse dos teus gestos. E tudo isto é agora pouco para te conter. Agora, és o rio e as margens e a nascente; és o dia, e a tarde dentro do dia, e o sol dentro da tarde; és o mundo todo por seres a sua pele. Pai. Nunca envelheceste, e eu queria ver-te velho, velhinho aqui no nosso quintal, a regar as árvores, a regar as flores. Sinto tanta falta das tuas palavras. Orienta-te, rapaz. Sim. Eu oriento-me, pai. E fico. Estou. O entardecer, em vagas de luz, espraia-se na terra que te acolheu e conserva. Chora chove brilho alvura sobre mim. E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.»
__________

Etiquetas:

29 junho 2009 

Words are all just useless sound / Just like cards they fall around

 

Descansar em paz... ou talvez não

Foi-se o fim-de-semana, ficou o projecto da posta abaixo por concretizar, culpa de um sábado que era de aniversário mas acabou passado nas urgências, numa maratona de oito-horas-oito para descobrir um AVC! Vá lá, não lhe deu outro na espera. E enquanto isso, no corredor lá de dentro, senhores de bata branca jogavam às cartas... É um hospital português, com certeza. Bom, ficou a família a saber que os livros de reclamações dos hospitais também são amarelos.

26 junho 2009 

Descansar em paz...

...é o projecto para o fim-de-semana, depois de seis-horas-seis de emissão especial com todos os discos e todas as histórias e tantas palavras de tantos artistas e jornalistas e amigos e fãs que passaram a tarde a lembrar que, mais do que 50 anos de uma vida sem par, foram mais de 40 anos de uma carreira sem paralelo. Terá sido, como tantos acusaram, exagerado o elogio, descabido o tributo? Talvez. Talvez não... Findo o dia, valeu a pena. Finda a maratona, ficam as palavras de Pacman: «o Thriller foi mais importante que a quarta classe».

 

«The day pop music died»

© msnbc

© msnbc

© msnbc

(Fotos @ msnbc.com.)

 

«The greatest education in the world is watching the masters at work»

Michael Jackson's Thriller

 

«This is it. This is the final curtain call»

Michael Jackson (1958 - 2009)

24 junho 2009 

Escrítica pop

(letra: Miguel Esteves Cardoso / música: Armado Teixeira)

Etiquetas:

 

Où est la gaffe?

Diz o DN, na página 52:

«Leitores portugueses da revista 'FHM' (amanhã nas bancas) elegeram, pelo segundo ano consecutivo, a actriz de Floribela como a Mulher mais 'Sexy' do Mundo. A lista internacional é liderada pela actriz Mega Fox»

Eis o desafio: onde está a gaffe?

a) no facto de ao escriba ter fugido a letra para verdade ao ter chamado "Mega Fox" a Megan Fox;

b) ou no facto dos leitores portugueses da FHM terem eleito, pela segunda vez consecutiva, Luciana Abreu como a mulher mais sexy do mundo?

22 junho 2009 

Here's Johnny...

...mad as a hatter!

 

De gritos

Diz o MEC, no Público daqui há atrasado:

«No entanto, ao fim de algumas audições, percebe-se que há musicalidade naqueles gritos. Qualquer coisa de fado primitivo, talvez. As outras tenistas grunhem, gemem e gritam. Mas a Michelle de Brito canta. É certo que é mais no género da Diamanda Galas do que no da Maria Callas. Mas é uma espécie de banda sonora de vanguarda para a coreografia espectacular do ténis dela.»

(Para ler, por assinatura, aqui, ou por extenso, algures por aqui.)

19 junho 2009 

The freewheelin's (descubra as diferenças)

The freewheelin' Bob Dylan The freewheelin' Bill Clinton

Etiquetas:

17 junho 2009 

The importance of being earnest...er...hum...

Desculpem interromper mas... será que ainda ninguém parou um bocadinho para pensar no ridículo que é ver todos os jornais e telejornais e blogues e sites com a manchete OBAMA MATOU UMA MOSCA? Amanhã é o quê: Obama pisou uma caganita? Obama engoliu uma pastilha? Obama coçou as virilhas? Obama... hmm... isto dava uma colecção!

 

As notícias que realmente interessam (2)

«Megan Fox adorava namorar com Angelina Jolie».

 

As notícias que realmente interessam (1)

«Rihana poderá ser capa da Playboy».

 

Um poeminha para depois do amor

TIMING

After we made love we went out
for dinner. I tried not to eat
my linguine faster than her. I
figured that if we couldn't have
a simultaneous orgasm we could
at least finish eating at the same time.

(Hal Sirowitz)
________

Etiquetas:

15 junho 2009 

The importance of being earnest


12 junho 2009 

Crise? Qual crise?

«Um ministro inquieto, um presidente da UEFA "atónito" e um dirigente desportivo preocupado. As transferências milionárias de Kaka e Ronaldo estão a surpreender o mundo.»

(Só faltou acrescentar outro presidente chateado.)

11 junho 2009 

Words from the wise (12)

«Read a fucking newspaper. Please!»

(The Economist)

 

All in a day's work

Foi-se o Ronaldo. Chegou a pandemia.

 

Still relevant after all these years

10 junho 2009 

Breviário de leituras: No café da juventude perdida

No café da juventude perdida, Patrick Modiano

«Sentira perfeitamente que Louki era diferente dos outros. De onde viera, antes de lhe chamarem assim? Muitas vezes, os clientes do Condé traziam um livro na mão, que pousavam de forma negligente na mesa e cuja capa se encontrava manchada de vinho. Os Cantos de Maldoror. Iluminações. Les Barricades mystérieuses. Mas ela, de início, andava sempre de mãos a abanar. E depois, quis com certeza fazer como os outros e um dia, no Condé, surpreendi-a sozinha, a ler. A partir daí, o livro nunca mais a largou. Pousava-o bem em evidência no tampo da mesa, quando se encontrava na companhia de Adamov e dos outros, como se o livro fosse um passaporte ou uma autorização de residência que legitimava a sua presença ao lado dos outros. Mas ninguém lhe prestava atenção, nem Adamov, nem Babilée, nem Tarzan, nem la Houpa. Era um livro de bolso, de capa suja, daqueles que se compram em saldo nos cais e cujo título estava impresso em grandes caracteres vermelhos: Horizonte Perdido. Naquele tempo, este título não me dizia nada. Devia ter-lhe perguntado de que tratava o livro, mas pensei estupidamente que Horizonte Perdido representava para ela um acessório e que fingia lê-lo para se guiar pelo mesmo diapasão da clientela do Condé. Um transeunte que lançasse um olhar furtivo do exterior - e mesmo que apoiasse momentaneamente a testa contra o vidro - tê-la-ia considerado uma simples clientela de estudantes. Mas mudaria rapidamente de opinião ao reparar na quantidade de álcool que se ingeria à mesa de Tarzan, de Mireille, de Fred e de la Houpa. Nos tranquilos cafés do Quartier Latin, ninguém beberia assim. É verdade que, à tarde, nas horas mortas, o Condé podia iludir. Mas à medida que o dia avançava, tornava-se ponto de encontro do que um filósofo sentimental chamava "a juventude perdida". Porquê aquele café e não outro? Por causa da dona, uma Mme Chadly que parecia não se surpreender com nada e que manifestava mesmo uma certa indulgência para com os clientes. Muitos anos mais tarde, quando as ruas do bairro já só exibiam montras de estabelecimentos de luxo e uma marroquinaria ocupava o espaço do Condé, encontrei Mme Chadly na outra margem do Sena, a subir a rue Blanche. Não me reconheceu logo à primeira. Caminhámos lado a lado um longo momento a falar do Condé. O marido, um argelino, comprara o negócio depois da guerra. Lembrava-se dos nomes de todos nós. Costumava interrogar-se sobre qual teria sido o nosso futuro, mas nunca alimentara ilusões. Soubera desde o início que as coisas nos correriam mal. Cães vadios, disse ela. E, quando nos despedimos em frente da farmácia da place Blanche, confiou-me, fitando-me bem nos olhos: "Quanto a mim, quem eu preferia era a Louki".»
__________

Etiquetas:

 

Foge, foge, S. Joge (parte 2: o rescaldo)

Uma plateia cheia de saudades dos Ornatos, um palco cheio de brinquedos para usar, dois discos cheios de canções para mostrar e cinco músicos cheios de talento para dar e vender. Foi quanto bastou para fazer esquecer um arranque chôcho (talvez a expectativa, talvez a ansiedade), uma sala pouco conveniente (este São Jorge não é amigo de canções) e algum público pouco interessado (em certas zonas do balcão falava-se mais do que se ouvia, noutras estava-se mais para se mostrar do que para ver). A noite lisboeta de Manel Cruz foi tanto das suspresas como dos refrões em coro, foi suave mas intensa. Foi bonita.
__________

Etiquetas:

09 junho 2009 

Foge, foge, S. Joge

Esta banda é uma fachada

 

O licor de peppermint contra a ginginha caseira

Diz o MEC, no Público de hoje:

«(...) Pois o PSD nem isso teve. Teve 32 graus. Esqueçam as bebidas de adultos. Quando muito, é um licor de peppermint ou uma daquelas vodkas horríveis com sabor a fruta, concebidas para ajudar os adolescentes a fazer a transição dos rebuçados para o álcool. Quanto ao PS, teve 27 graus - é um pobre Pimm's, sem contar com a gasosa. Na melhor das hipóteses, é uma ginjinha caseira.
Já o BE passou de mera cerveja a vinho de mesa, com uns belos 11 graus. A CDU foi sempre vinho mas lá subiu de grau. E o CDS, que se dizia destinado a cerveja light, acabou como vinho verde de pipa, com 8,5 graus.»

(Para ler, por assinatura, aqui, ou por extenso, aqui.)

05 junho 2009 

Ora bolas!

«Polka Music Is Eliminated as Grammy Award Category».

04 junho 2009 

Killed Bill

«Actor norte-americano David Carradine encontrado morto».

02 junho 2009 

Última hora: finalmente, a notícia que o mundo esperava!

Breaking news: Megan Fox is still really friggin’ hot

B.I.

Coisas Breves

Powered by Blogger
and Blogger Templates