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12 outubro 2006 

Breviário de leituras: Bandidos e mocinhas

Bandidos e mocinhas, Nelson Motta

«A estreia de Carne Viva para convidados dividiu a platéia, metade vaiava e metade aplaudia entusiasticamente, vários saíram no meio, alguns xingando alto, havia muito tempo uma peça de teatro não provocava tanta polêmica. Cercada de jornalistas, Lana estava exultante, Pedro desaparecera do teatro assim que a cortina se fechara. Quando as portas dos camarins se abriram para a imprensa e os fãs, ele já estava longe, cruzando a ponte Rio-Niterói, rumo a Maricá.
Quando chegou em casa, Joana dormia de janela aberta, velas aromáticas perfumavam o ar e iluminavam o quarto com uma luz amarelada e trêmula. Estava deitada de costas, com os lábios e as pernas entreabertos, completamente nua, seu corpo moreno brilhava sob a luz da lua que entrava pela janela. Pedro entrou devagar, tirou a roupa e quase imperceptivelmente deitou-se e colou seu corpo ao de Joana e começou a beijar-lhe suavemente a nuca, o pescoço e chegou aos lábios sem que ela abrisse os olhos, como se quisesse continuar dormindo e sonhando, vivendo ao mesmo tempo um sonho e uma realidade, mas foi de olhos bem abertos que o recebeu entre suas pernas e entrou pela noite entre suspiros e gemidos.»

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B.I.

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