Breviário de fitas: a noite da vingança
«Talvez esteja na hora de acordar o passado.»
Apesar da semelhança da premissa, nem Júlio César é Sigourney Weaver, nem Carlos Santos é Ben Kingsley, nem Leonel Vieira é Roman Polanski. Apesar das semelhanças, Julgamento não é Death and the maiden, nem são as mesmas as memórias que aqui se baloiçam entre a justiça e a vingança. Este é um filme português, com certeza, com todos os defeitos do cinema português (a falta de ritmo, a fraca direcção de actores, a pobre visão cinematográfica...) e algumas virtudes adicionais (a fotografia e a caracterização dos momentos de flashback, a frieza dos retratos, o genérico...). Produto assumidamente comercial, não é mais nem menos do que aquilo que pretende ser: um drama sobre as memórias de um tempo que ainda não foi assim há tanto tempo. Fica o registo do último trabalho de Henrique Viana e a certeza de que Júlio César ainda vai a tempo de se tornar um grande actor.
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Etiquetas: Fitas