Breviário de fitas: o descanso do guerreiro
«Maybe you've lost your faith in people. But you must still be faithful to something. You must still care about something. Maybe we can't change what is. But trying to save a life isn't wasting your life, is it?»
Depois de Rocky Balboa, chega a vez de John Rambo sair de cena. E, tal como Rocky, também Rambo pode sair de cabeça erguida. Talvez o ponto final da saga do veterano do Vietname não seja tão bem conseguido quanto o último combate de Rocky (até porque a personagem de Rambo não é tão rica quanto a do boxeur), mas ainda assim, Stallone dá ao velho guerreiro uma última hipótese de se redimir e de fazer as pazes consigo próprio, num filme de acção old school, brutal e muito gore. É Rambo back to basics com muito sangue, algum suor e as lágrimas de um soldado velho, cansado, desiludido e relutante - um soldado que já viu guerra a mais e que, por isso, recusa voltar a combater (ironicamente, é o involuntário regresso às armas que levam Rambo de regresso a casa). De resto, hora e meia, nada de efeitos especiais computadorizados, nem malabarismos à Action Man, nem músculos oleados, nem nada daquelas imagens de marca que fizeram de Rambo um ícone dos anos 80 (nem sequer a theme music de Jerry Goldsmith), mas um excelente som, um visual frio e um ambiente verdadeiramente sanguinário. Stallone pode não ser um actor brilhante, nem um grande argumentista, nem um realizador genial, mas é hoje um homem mais atento á realidade e conhece Rambo melhor que ninguém...
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