Breviário de fitas: Wolverine begins?
«I'm coming for blood, no code of conduct, no law. You point me in the right direction and get out of my way.»
No que toca a origens, a de Wolverine é a mais misteriosa de todos os X-Men. Sabemos, à partida, que se chama Logan, que é canadiano, que tem esqueleto de adamantium e umas garras que saltam da mão para fora, que tem um temperamento difícil, e pouco mais. Apesar da sua falta de memória, vamos sabendo, ao longo das suas aventuras, que tem um passado demasiado negro, que passou pela Vietname, que perdeu alguém importante, e pouco mais. E percebemos que, apesar de fazer parte de um grupo de super-heróis, é um anti-herói solitário, em eterno conflito consigo próprio. E é isso que faz de Wolverine o mais humano dos X-Men e um dos mais admirados do universo Marvel. Pelo que um filme que se decida contar a origem de Wolverine correria sempre o risco de... pisar o risco. Mas o problema não é que Wolverine, o filme, seja um mau filme, que não é (tem ritmo, tem estória, tem acção, tem personagens). O problema é que, na sua tentativa de criar uma origem alternativa, mais cinematográfica, para Wolverine, acaba por confundir épocas e episódios, heróis e vilôes, numa amálgama que apaga todo o mistério que rodeia Logan e cria uma espécia de Wolverine 2.0. Já para não falar do final atabalhoado e da bizarra justificação para a sua falta de memória (pior do que isso, só mesmo as duas completamente desnecessárias cenas extra, entre o meio e o final da ficha técnica).
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