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12 junho 2006 

O teu adeus pendurado (escritos enjeitados)

A princípio, intrigava-me a forma como dizes adeus. A forma decisiva e brusca como dizes adeus. A forma como deixas o teu adeus espalmado na despedida, como se não houvesse mais nada a dizer, como se não pudesse haver mais nada para lá do adeus. A princípio intrigava-me esse teu adeus definitivo e frio.

Mas um dia, depois de outro adeus, olhaste para trás. E quando cruzámos os olhares, naqueles segundos que duram para sempre, percebi que o teu adeus não é rude nem assertivo. Percebi que o teu adeus não é um adeus final. Percebi que o teu adeus é um adeus pendurado. Um adeus a medo. Um adeus que pede. Um adeus que não quer ser despedida, que anseia um reencontro. Um adeus que soa a parágrafo mas que é apenas reticências. Quanto muito ponto e vírgula, mas nunca ponto final. O teu adeus nunca é final. O teu adeus é princípio. O teu adeus é promessa do que há-de vir. O teu adeus é um adeus triste por ser adeus mas alegre por saber que depois do teu adeus vem um olá.

A princípio intrigava-me o teu adeus e o sorriso por onde o deixavas sair. Agora
sei por que é que o teu adeus está sempre a sorrir.

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B.I.

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