Breviário de fitas: Super-homem, que futuro?
«I hear everything. You wrote that the world doesn't need a saviour, but every day I hear people crying for one.»
Mais do que o revivalismo saudosista de um certo passado (que chega a ser tocante em certos momentos e a enviar calafrios espinha abaixo logo desde o genérico), mais do que os efeitos visuais e sonoros do presente (que chegam a tornar real a fantasia e a fazer-nos acreditar no impossível, como na curtíssima cena em que o Super-homem voa sobre as ruas quase sem se ouvir), a grande questão que fica deste Super-homem: o regresso é aquela com que se debate a Lois Lane destes dias: será que o mundo precisa do Super-homem? Ou de outra maneira: será que o Super-homem faz sentido no mundo actual?
É essa a questão que Superman returns deixa no ar - não é a interpretação mansa de Brandon Routh nem a escolha simpática mas desacertada de Kate Bosworth nem a falta de piada da personagem de Kevin Spacey, não é o baralhar e voltar a dar da história nem a colagem ao clássico de Donner nem a recriação visual de Marlon Brando, não é a excelente cenografia nem o fato surpreendente nem a dimensão bíblica do herói... O que fica deste filme é: como acreditar neste Super-homem universal e tão realista que até custa a crer que é só de fantasia?
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