Notes on a wedding
À chegada ao hotel das termas de Caldas da Felgueira, o grupo dos amigos da noiva fez baixar a média de idades da clientela para os 83 anos.
Os quartos eram minúsculos e as camas ridiculamente pequenas. Felizmente havia uma janela ao fundo da cama, para meter os pés. A televisão era tão pequena, tão pequena, que o comando não funcionava à distância.
Na véspera do enlace, ao jantar, os noivos passaram o tempo a confirmar a sua calma: «não estamos nada nervosos», afirmava a noiva a cada cigarro que acendia.
Na estrada, a caminho da festa, uma placa anunciava «batata nova e outros frutos».
À frente, um camião. A empresa: Cargobull. O símbolo: um elefante!?
Paranhos da Beira é uma aldeia pequena e simpática. Tem ar de terra de gente velha - em cada casa antiga, uma senhora de idade ou um velho viúvo ou um casal de bisavós. Tem um banco, um posto da GNR e... um lar de idosos.
À entrada da Quinta de São João, para lá de uma aldeia de caminhos estreitos e estradas tortuosas, a placa esclarecia os convidados: «é aqui».
O conservador do registo civil apareceu mais tarde que a noiva - vestia camisa de ganga, passou o tempo a lembrar que era amigo do pai da noiva, hesitou e engasgou-se nas alturas menos próprias e deixou no ar a ideia de que não sabia o nome dos noivos.
À saída dos noivos, uma das crianças decidiu que era importante que nunca parasse de chover arroz. Nunca!
À mesa, para desenjoar do almoço, nada melhor que uma tacinha de sopa de morango com vinho do porto; ou duas tacinhas de sopa de morango com vinho do porto... pronto, três tacinhas de sopa de morango com vinho do porto.
Ao final do almoço, o animador de serviço abriu a festa ao som uma canção de Jorge Palma sobre a última queca de um casal divorciado; depois, tocou um tema de Paulo Gonzo sobre dois amantes zangados. À terceira, felizmente, lembrou-se de cantar o Noddy.
O cantor, guitarrista e stand-up comedian Jorge Leandro só parou de tocar ao fim de seis horas - e só porque o pai da noiva o obrigou! Mas uma hora depois, voltava a subir ao palco como se fosse a primeira vez.
Pelo meio, pela tarde e noite fora, houve rancho folclórico, fogo de artifício, vinho da casa (literalmente), jarros de cerveja, hits dos anos 80 e bifanas. E tacinhas de sopa de morango com vinho do porto.
Os quartos eram minúsculos e as camas ridiculamente pequenas. Felizmente havia uma janela ao fundo da cama, para meter os pés. A televisão era tão pequena, tão pequena, que o comando não funcionava à distância.
Na véspera do enlace, ao jantar, os noivos passaram o tempo a confirmar a sua calma: «não estamos nada nervosos», afirmava a noiva a cada cigarro que acendia.
Na estrada, a caminho da festa, uma placa anunciava «batata nova e outros frutos».
À frente, um camião. A empresa: Cargobull. O símbolo: um elefante!?
Paranhos da Beira é uma aldeia pequena e simpática. Tem ar de terra de gente velha - em cada casa antiga, uma senhora de idade ou um velho viúvo ou um casal de bisavós. Tem um banco, um posto da GNR e... um lar de idosos.
À entrada da Quinta de São João, para lá de uma aldeia de caminhos estreitos e estradas tortuosas, a placa esclarecia os convidados: «é aqui».
O conservador do registo civil apareceu mais tarde que a noiva - vestia camisa de ganga, passou o tempo a lembrar que era amigo do pai da noiva, hesitou e engasgou-se nas alturas menos próprias e deixou no ar a ideia de que não sabia o nome dos noivos.
À saída dos noivos, uma das crianças decidiu que era importante que nunca parasse de chover arroz. Nunca!
À mesa, para desenjoar do almoço, nada melhor que uma tacinha de sopa de morango com vinho do porto; ou duas tacinhas de sopa de morango com vinho do porto... pronto, três tacinhas de sopa de morango com vinho do porto.
Ao final do almoço, o animador de serviço abriu a festa ao som uma canção de Jorge Palma sobre a última queca de um casal divorciado; depois, tocou um tema de Paulo Gonzo sobre dois amantes zangados. À terceira, felizmente, lembrou-se de cantar o Noddy.
O cantor, guitarrista e stand-up comedian Jorge Leandro só parou de tocar ao fim de seis horas - e só porque o pai da noiva o obrigou! Mas uma hora depois, voltava a subir ao palco como se fosse a primeira vez.
Pelo meio, pela tarde e noite fora, houve rancho folclórico, fogo de artifício, vinho da casa (literalmente), jarros de cerveja, hits dos anos 80 e bifanas. E tacinhas de sopa de morango com vinho do porto.
ahahah
tb tenho um lá para os lados do Puorto, e cheira-me que vai ser parecido.. o que é bom, os casamentos querem-se é divertidos e com muito que beber e comer:D
Posted by rita maria josefina | 09:41
que seja tão divertido e bem servido e regado como este foi, é o que eu te desejo, rapariga ;)
Posted by RS | 20:01
Eu a fim de Junho também tenho um...
Esse parece ter sido giro :p
Posted by Dunyazade | 09:54
Tens jeito para a escrita, ler este texto fez-me lembrar os livros de Eça de Queirós. Temos um escritor parabéns.
Posted by Anónimo | 10:52
dunyazade, digo-te o mesmo que à rita maria josefina: que seja no mínimo tão bem passado como este foi!
anónimo: parece-me que ainda me faltam uns quimómetros de arte e engenho para sequer chegar a prefácio do Eça... mas mesmo assim, mil-e-um obrigados pelo elogio.
Posted by RS | 17:20
Que te faltam uns bons quilómetros, lá isso faltam. Mas quando começei a ler parecia que tinha mergulhado num dos livros do Eça.Quanto aos casamentos passo bem sem eles, para mim são uma seca.
Posted by Anónimo | 23:04