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01 maio 2007 

Peléguês

«Sempre achei que o melhor professor de português do Brasil foi o Pelé. Quem o viu jogar ou hoje vê os seus teipes sabe que o Pelé jamais fez uma jogada que não fosse parte de uma progressão para o gol. O sentimento de tudo que o Pelé escrevia com a bola no campo era o gol. O drible espetacular era apenas circunstancialmente, com perdão do longo advérbio, espetacular, porque ele existia em função do objetivo final.

A lição para escritores é: defina seu gol e tente chegar lá como Pelé chegaria, com poucos mas definitivos toques, sem nunca deixar que os meios desviem do fim. E se, no caminho para o gol, você fizer alguma coisa espetacular, esforce-se para dar a impressão de que foi apenas por obrigação.»


(Luís Fernando Veríssimo, Professor Pelé)

B.I.

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