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14 julho 2007 

Breviário de leituras: Stardust, o mistério da estrela cadente

Stardust, Neil Gaiman

«O octogésimo-primeiro Senhor de Stormhold encontrava-se moribundo nos seus aposentos, que haviam sido escavados a partir do pico mais alto, como um buraco num dente cariado. Existe ainda morte nas terras para lá dos campos que conhecemos.
Chamou os filhos para a sua cabeceira e eles vieram, os que estavam vivos e os que estavam mortos, e tremeram nos frios salões de granito. Reuniram-se ao redor da cama e aguardaram respeitosamente, os vivos do lado direito dele, os mortos do esquerdo.
Quatro dos seus filhos estavam mortos: Secundus, Quintus, Quartus e Sextus, e mantinham-se ali, figuras imóveis e cinzentas, insubstanciais e silenciosas.
Três dos seus filhos permaneciam vivos: Primus, Tertius e Septimus. Encontravam-se solida e desconfortavelmente à direita do aposento, apoiando-se ora num pé ora no outro, coçando as faces e os narizes como se se sentissem envergonhados pela compostura silenciosa dos seus irmãos mortos. Não olharam para o outro lado do quarto, na direcção dos seus irmãos mortos, agindo - o melhor que podiam - como se eles e o pai fossem os únicos naquele quarto frio, em que as janelas eram buracos enormes no granito, através dos quais sopravam os ventos frios.»
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Bonito :)
Fiquei com vontade de escrever assim.

É, não é? O Neil Gaiman tem a capacidade de nos fazer querer escrever tão bem como ele...

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B.I.

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