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24 março 2008 

Então como foi essa Páscoa?

Começou com um telefonema. A sua avó caiu! Depois, foi ver o andar do dia, desde o sol do meio-dia até ao pôr-do-sol. A ambulância perdida que veio de Lisboa porque em Almada não há. As três horas de espera no Garcia de Orta. O almoço de família adiado («dá-me ideia que vai demorar, é melhor irem almoçando…»). Os médicos que vão todos almoçar ao mesmo tempo! O Sr. Chocho («Como se sente hoje, senhor?» «Chocho, doutor, chocho…»). Os familiares de uma paciente abandonada que não dão sinais de vida nem à sétima chamada. Vem a fome. Vai à máquina. Mais cinco horas à espera pelo neurocirurgião. E o resto da família, almoçada, que surge à visita. A forma sobranceira como o auxiliar diz que «nós temos cá o único neurocirurgião daqui até ao Algarve» – como se o importante fosse o facto de ser daqui e não o facto de ser o único. O pedido de informações e o encolher de ombros («Estou de mãos e pés atados…»). O desespero. A insistência. A caneta em riste a caminho do Livro de Reclamações. E, curioso timing, a repentina chamada... Oito horas depois, o único neurocirurgião daqui até ao Algarve lá olhou para a testa da velhota de 87 anos de sangue na cara. Passa o tempo. Volta a fome. «Cafetaria? Não temos!» Queres comer? Vai ao Fórum! Vamos ao Fórum. Mais uma hora e ei-la que volta. Para o que resta da Páscoa. Enfim… como foi essa Páscoa? Chocha, doutor, chocha…

B.I.

Coisas Breves

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