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23 abril 2008 

A day in the life

O dia não começou bem para Alameda. Ao pequeno-almoço, bebeu leite estragado. À chegada ao ofício, discutiu com o porteiro. À entrada no gabinete, tinha a secretária ocupada. Ao sentar-se, recebeu logo duas queixas e ainda teve que solucionar três problemas alheios.

O dia não começou bem para Alameda. E não melhorou. Ao almoço, sentiu-se a mais entre os colegas. À tarde, não se conseguiu concentrar por causa do barulho das obras. Na reunião semanal, foi ignorado por duas vezes quando colocou A Questão, só para, à terceira, lhe responderem de esgar maquiavélico que havia coisas mais importantes.

O dia não acabou bem para Alameda. À saída, perdeu o autocarro. Ao chamar o táxi, percebeu que não tinha dinheiro. Do outro lado da avenida, o multibanco também não. Foi a pé, fez um buraco na sola do sapato e torceu o tornozelo. Chegou atrasado ao jantar e demasiado tarde ao Evento. À porta de casa, reparou na porta do frigorífico, aberta o dia todo. Ao deitar-se, bateu com a cabeça na mesa de cabeceira e, com o embate, partiu o candeeiro.

Haja males que venham por bem, a dor de cabeça ajudou-o a adormecer. Contou ovelhas a saltar a cerca e nenhuma delas tropeçou. Nessa noite, Alameda não deu corda ao despertador.

B.I.

Coisas Breves

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