Poéticas, dia 1: «Rimar Wynona com c***»
E, por entre uma senhora que passou a primeira sessão a fazer croché e um jovem que passou a manhã abstraído a ler um livro qualquer, por entre algum amadorismo e uns quantos problemas técnicos, lá se falou de rock... O report oficial é o que se segue:
«(...) A abrir o colóquio, o jornalista e estudioso norte-americano Greil Marcus abordou a poesia de Bob Dylan, numa perspectiva pessoal - desde a primeira vez que leu um poema, ou melhor, a letra de uma canção de Dylan na revista "Glamour" (em Junho de 1966) até à sua descoberta, quarenta anos depois, da cidade natal do músico, da sua escola secundária e do seu professor de Inglês.
Neste primeiro dia, falou-se ainda de Fados (numa perspectiva generalista, onde coube a música d'A Naifa, dos Trovante ou dos Mler Ife Dada e até de Vítor Gomes e os Gatos Negros) e da questão da "língua materna" no rock português - eterna questão que já Miguel Esteves Cardoso abordava em 1981 e que ainda hoje divide músicos, fãs e críticos e que, apesar de tudo, levanta questões mais profundas do que o cantar em inglês ou em português.
Durante a tarde (depois de se olhar para a censura e para a obra de José Cid e de Carlos Tê), a última sessão do dia abordou a obra poética de Jorge Palma, a evolução das letras de Sérgio Godinho e a revolução linguística dos Mler Ife Dada.
O segundo dia arranca com a conferência do jornalista francês Michka Assayas, autor da entrevista que resultou no livro "Bono por Bono". Terça-feira vai ainda falar-se da música e das letras de Rui Reininho, Xutos, Mão Morta ou Pop Dell'Arte. É também amanhã que arrancam as mesas-redondas: na primeira, falar-se-á de "Rock e Literatura", com a presença de JP Simões, Fernando Ribeiro e Adolfo Luxúria Canibal, entre outros.»
(@ Blogue da 3)