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16 outubro 2006 

O elogio é uma arma

A coisa tem que ser partilhada que não consigo aguentá-la cá para mim. Hoje estava a ser um daqueles dias que não apetece. A manhã passara sem se dar por ela. O almoço tinha ficado a meio de tão mau (o duelo do dia no refeitório do ofício era entre a feijoada vegetariana e o arroz macrobiótico). A tarde começava a entrar na mais cansativa rotina, por entre as chatices do costume, os stresses do costume, as merdas do costume, e não dava sinais de melhoras - pelo contrário: aí vinha um daqueles telefonemas a que se tentam fugir mas não há como nem pode ser. E sorrateiramente, depois da conversa de trabalho e das respostas de circunstância e do sorriso que do lado de cá era amarelo, veio do lado de lá do telefone um daqueles elogios que nos deixam desarmados. Um daqueles que nos deixam com vontade de ser avestruz para esconder a cara e com vontade de carregar na tecla da alta voz para que, à nossa volta, todo o mundo ouça. Daqueles que nos deixam pálidos e com um sorriso demasiado grande para a boca se atrever a esboçá-lo. A esta hora já nem das palavras me lembro, que eram tão grandes e generosas que não encontrei onde guardá-las. Mas acho que falavam de competência e da CBS e de Macau... E sei que vinham da boca de alguém que nem sequer conheço nem me conhece pessoalmente, alguém com quem mantenho uma relação puramente profissional e cordialmente telefónica. Alguém que me fez, em dois minutos, o maior e mais desinteressado elogio, que me fez bem sem pedir nada em troca e a quem devo deixar mais um obrigado. E a quem devia ter pedido para repetir aquilo tudo ao meu director...

PS: Nada a ver com isso mas, para fechar o dia, soube bem voltar a ver um velho amigo que não via há anos mas que cá me vai ouvindo. Raminhos de sorte para a tua nova aventura.

B.I.

Coisas Breves

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