Breviário de fitas: Up
«Está um belo dia para conduzir de olhos fechados, Horten.»
Pequena e subtil tragicomédia, o novo filme do norueguês Bent Hamer chega às salas (a uma sala) discretamente, depois de ter passado pelo Fantas e no final de um ano recheado do mais interessante cinema nórdico. Mas o mais curioso é que o mais próximo deste O'Horten não sejam nem os pequenos vampiros suecos nem os crimes e castigos da saga Millennium (apesar da luminosidade e da eloquência), mas o último êxito da Pixar. Porque também aqui se pintam, embora com outras cores e harmonias, os novos dias solitários de um velhote reformado perante uma realidade cada vez mais diferente. Porque também aqui, a terceira idade tem direito às suas revoltas. Pequena e subtil tragicomédia, minimalista aqui, surreal ali, melancólica agora, bizarra depois. Mas, até ao fim, tão tocante quanto delirante.
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