New York report: breviário de fitas
Há qualquer coisa de aventura em ir ao cinema em Nova Iorque. Seja a gigantesca sala para umas 600 pessoas (onde não estariam mais de 100); seja a definição e o tamanho XXL do ecrã; seja a forma de estar no cinema dos new yorkers, que reagem a tudo e vão aplaudindo, apupando, rindo ou mandando bocas a gosto; o que quer que seja, há qualquer coisa que torna uma simples ida ao cinema algo de ritual. E depois há um filme assim: tão fascinante que cativa aos primeiros minutos, tão brutal que não deixa respirar. E apesar das voltas que não fazem parte do livro, das liberdades que não fazem parte da História, das ficções que não podem fazer parte de nenhuma realidade, da cor que nenhum céu tem, estas são duas horas que merecem ser vistas. É certo que há aqui muito efeito especial, muito látex e maquilhagem, muito croma e computador, mas, por entre diálogos e discursos, por entre bons muito heróis e maus muito vilões, há um pequeno grande filme. E há a esperança de que Zack Snyder saiba respeitar outras obras como respeitou a de Frank Miller.
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