30 abril 2009 

Breviário de fitas: Wolverine begins?

X-Men Origens: Wolverine, Gavin Hood

«I'm coming for blood, no code of conduct, no law. You point me in the right direction and get out of my way.»

No que toca a origens, a de Wolverine é a mais misteriosa de todos os X-Men. Sabemos, à partida, que se chama Logan, que é canadiano, que tem esqueleto de adamantium e umas garras que saltam da mão para fora, que tem um temperamento difícil, e pouco mais. Apesar da sua falta de memória, vamos sabendo, ao longo das suas aventuras, que tem um passado demasiado negro, que passou pela Vietname, que perdeu alguém importante, e pouco mais. E percebemos que, apesar de fazer parte de um grupo de super-heróis, é um anti-herói solitário, em eterno conflito consigo próprio. E é isso que faz de Wolverine o mais humano dos X-Men e um dos mais admirados do universo Marvel. Pelo que um filme que se decida contar a origem de Wolverine correria sempre o risco de... pisar o risco. Mas o problema não é que Wolverine, o filme, seja um mau filme, que não é (tem ritmo, tem estória, tem acção, tem personagens). O problema é que, na sua tentativa de criar uma origem alternativa, mais cinematográfica, para Wolverine, acaba por confundir épocas e episódios, heróis e vilôes, numa amálgama que apaga todo o mistério que rodeia Logan e cria uma espécia de Wolverine 2.0. Já para não falar do final atabalhoado e da bizarra justificação para a sua falta de memória (pior do que isso, só mesmo as duas completamente desnecessárias cenas extra, entre o meio e o final da ficha técnica).
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28 abril 2009 

Fisga-se

Quero uma fisga. Seria tão mais feliz se tivesse uma fisga. Seríamos todos tão mais felizes se tivéssemos todos uma fisga.

 

Masstige e deita fora

Isto de seguir os conselhos das revistas de lazer e dos guias online às vezes dá nisto de ir a um restaurante de que todos dizem bem e sair de lá com azia. Não pela comida - que até não é nada má - mas pela falta de cuidado, pela falta de atenção, pela falta de eficiência e pela falta de respeito de quem serve à mesa como quem está a fazer um favor em dia não. Que um restaurante não é só cozinha e comida e conforto... o serviço também faz o cliente voltar. Ou, neste caso, nunca mais.

 

H1N1

Ele é a gripe suína. Ele é o terramoto. Ele é a droga a dar cabo do país... Será que o fim do mundo começa no México?

27 abril 2009 

Breviário de leituras: Snacks & outros sons

Snacks & outros sons, Alex Kapranos

«DERRAPANDO PELA ESCALA DE SCOVILLE - Lisboa

Subo a íngreme Calçada da Glória pelo lado dos carris do funicular, com as solas de pele escorregando das pedras da calçada que são como cubos irregulares de gelo vulcânico. Falha-me um pé, e agarro-me ao corrimão partido. Esta ravina urbana espartilha dramaticamente a cidade velha de Lisboa. As paredes estão cobertas de graffiti em gatafunhos tipo esparguete enrolado com cores anarquistas de sprays. Encontro-me com o Parker à porta do Alfaia na esquina da Rua do Diário de Notícias e da Travessa da Queimada. A cadeira de alumínio onde me sento está de tal forma inclinada que me faz escorregar para o espaldar.
Trazem-nos à mesa uma selecção de queijos, presunto e azeitonas. Vale a pena ir a Lisba só para comer queijo de Azeitão. A casca velha, envolta em gaze muçulmana, parece a pele de uma múmia egípcia. Cortaram-lhe uma tampa na parte de cima, e traz uma colherzinha espetada no interior cremoso. É feito numa terra um pouco a Sul, perto da serra e do litoral, a partir de leite de ovelha cru e não pasteurizado, com cardo em vez de coalho. Barramo-lo como mel sobre fatias de pão fresco e a sua doce pungência dilata-nos as narinas, forrando-nos o tecto das bocas. Surge uma travessa roxa de polvo, temperada com um picante suave. O Parker fala-me na escala de Scoville, usada para classificar os picantes. Uma pimenta jalapeno tem cerca de 3000 pontos e um pimento vermelho zero. O que comemos só perfaz umas duas centenas.
À nossa direita fica a janela da cozinha. Filas de metais contemplam, na nossa direcção, as fotografias desbotadas dos penteados do ano passado na montra do cabeleireiro do outro lado da rua. O chefe vê-nos e enfia o polegar e o indicador nos olhos de um salmão do mar de nariz atrevido, segurando-o para o podermos ver, abrindo as guelras num sorriso escancarado.
Pedimos peixe. A Caldeira de Peixes do Mar é descrita como "diferentes pedaços de peixe cortados aos bocadinhos e cozinhados em tomate, cebola, alho, vinho branco, pimentos, com batata a acompanhar". Nacos grosseiros de peixe desconhecido nadam num molho com um sabor rico de ter estado a refogar de um dia para o outro. Para o caso de as batatas amarelas não terem absorvido todos os sabores, há fatias esponjosas de pão no fundo, debaixo dos ossos. Raspamos a última colher da casca do Azeitão. Entornamos a última gota do vinho tinto. As pedras da calçada parecem mais escorregadias a descer.»
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The horror, the horror...

...ou os vícios du jour: o mais clássico terror hollywoodesco em versão seriado para TV de

Harper's Island,

e o novel reality-terror em jeito de mashup entre Big Brother e os zombies mais british de

Dead Set.

(E nos entretantos, sacia-se a sede de sangue com os procedurals do momento, sejam eles hipnotizadores a brincar aos polícias ou escritores a brincar aos heróis... Quem é que disse que a TV era o cinema dos pobres?)

 

Um 25 de Abril (ouvido no noticiário)

«Eu tinha ido ao pão com o meu marido e, só quando chegámos a casa, é que ouvimos na telefonia que tinha havido o 25 de Abril, que veio uma liberdade. Era a liberdade, pronto.»
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22 abril 2009 

Breviário de sons: Now that's what I call quite good #3

Clare and the reasons, The movie

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Breviário de sons: Now that's what I call quite good #2

Alela Diane, To be still

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Breviário de sons: Now that's what I call quite good #1

Headless heroes, The silence of love

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20 abril 2009 

S.O.S. (ouvido no supermercado)

E se, de repente, entre a peixaria e o corredor dos detergentes, uma criança olhasse para si e para a sua t-shirt do homem-aranha, de olhos esbugalhados e cara sorridente e, enquanto fugia das mãos da mãe, perante o esgar estupefacto das velhotas na fila da charcutaria, gritasse «Spider-man, está ali um caranguejo vivo...» como quem pede «salva-o!» - isso seria o momento mais surreal do seu dia ou o dia mais feliz dessa criança?
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18 abril 2009 

This is the day

18 de Abril, Dia das Lojas de Discos

 

This is my life

Sexta-feira, duas e meia da manhã e eu a arrumar a louça da máquina e a apanhar roupa do estendal, depois de um dia de merda. Definitivamente, não era esta a normalidade que imaginava para mim há 20 anos atrás...

 

Breviário de leituras: O código Stravinci

O código Stravinci, Toby Clements

«James começou ainda antes de pedirem a comida. Como de costume, ficou admirado com o pouco que as pessoas sabiam sobre a Ordem de Psião.
- A Ordem foi fundada no século XIII por uma mulher chamada Wolfram von Essenbach que...
- Wolfram é nome de homem, non? - interrompeu Emily.
- É. Houve muitas escritoras que usaram pseudónimos. Muitos escritores que pensamos terem sido homens foram, na verdade, mulheres.
- Shakespeare?
- Chamava-se Judith.
- Voltaire?
- Susan Voltaire.
- Geoffrey Chaucer?
- Não, esse era homem. Casou-se com Giovanna Boccaccia em 1347.
- Boccaccia? Pensava que isso era um tipo de pão.
- Muito bem, Emily, isso é bocadillo. Uma palavra espanhola. Pode comer-se com queijo ou fiambre. Queso ou jámon. Por coincidência, deve o seu nome a Maria Bocadillo, que escreveu Dona Quixote e casou mais tarde com o conde inglês de Sandwich, que deu o nome à cor azul-esverdeada.»
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17 abril 2009 

Reality life*

Você decide @ correiodamanha.pt

(* Um desafio do CM: você decide, os famosos vivem...)

16 abril 2009 

Forninho eléctrico (ouvido na rua)

«O meu nome é Braun e durmo na secção dos fogões».
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15 abril 2009 

Um poeminha que era para ser de cartão

A CLIFFTOP VALENTINE

He deafens with his beating,
he defeats all other sense;
he’s howling for a meeting,
he’s screaming in suspense;
he clamours up the air,
his eardrums torn apart:
Can you hear him over there?
Can you hear my heart?


(Aidan John Moffat)
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13 abril 2009 

Aforismos de Hortênsio Flor*

«O rock são três acordes, dois versos e uma garrafa de whisky.»

(*)

 

Não há coincidências

Ontem, o Benfica perdeu em casa e deixou fugir definitivamente o título. Hoje, soube-se que a taxa de inflação caiu 0,4% (o que acontece pela primeira vez em 40, 50 ou 60 anos, consoante o jornal que se leia). Ainda há quem ache que é só uma coincidência?

09 abril 2009 

Poéticas, dia 3: «Lost in the supermarket»

Poéticas do Rock em Portugal: Perspectivas críticas de uma literatura menor

Entre uma cara amiga e poucas caras do meio (poucos jornalistas, quase nenhum músico, ainda menos «poetas do rock»), o último dia das Poéticas andou entre o rock n'rude e o rock enrole, entre Deus e o diabo, entre salas vazias e igrejas cheias ao domingo. Fica o relato possível, depois de três dias a discutir o impossível:


«E pelo segundo dia consecutivo, o tiro de partida para mais uma série de sessões sobre as Poéticas do Rock em Portugal foi dado ao som dos Xutos & Pontapés - desta vez, para o último dia de colóquio, o mote foi o álbum "Circo de Feras". Para olhar para o álbum dos Xutos editado em 1987 e para a "experiência da juventude no Cavaquismo", Luís Trindade contou a história de David, "um punk solitário do liceu de Queluz", que usava dois blusões de ganga com as capas dos discos dos Xutos desenhadas nas costas e que lhe deu a conhecer a banda, mas para quem a capa do "Circo de Feras" - por representar uma passagem ao "mainstream" - "já não mereceu um blusão". Foi esse o ponto de partida para uma análise que expôs as diferenças entre os Xutos de "Cerco" (um disco mais cru e literal) e os Xutos de "Circo de Feras" (mais subtil e denso, revelador de uma nova maturidade) e da passagem da banda de "Contentores" de um período alternativo, onde representavam a revolta da juventude portuguesa, para um período mais comercial, que os viu renderem-se, afinal, à "vida normal".

Depois dos Xutos, a conversa virou-se para o teatro - mais precisamente para três espectáculos que têm no rock um protagonista ou um fio condutor: "Lilás", de Jon Fosse, "Rock 'N'Roll", de Tom Stoppard, e "Fucking and Shopping", de Mark Ravenhill. Três peças que, segundo Rui Pina Coelho, olham de forma diferente para o rock (seja como forma de acalmar conflitos, seja como guia da História, ou como mero objecto de consumo) e que mostram a própria evolução do rock e da forma como o encaramos hoje ("tanto uma celebração da liberdade como uma mera indústria").

Ainda pela manhã, houve tempo para olhar para a relação do rock com Deus - nomeadamente através da música de Tiago Guillul ("menos Padre Borga e mais António Variações", como disse Luís Filipe Cristóvão) - e com a lírica clássica grega - afinal, como sugeriu André Simões (mais habituado a concertos onde "está tudo sentadinho", como confessou), o rock, como "a raposa, muda a pelagem mas não os costumes" e os temas que canta são, no fundo, os mesmos que se cantavam na Grécia Antiga ou na Idade Média.

Pela tarde, falou-se dos Gift, do hip-hop português, dos Belle Chase Hotel e, mais uma vez, de Rui Reininho.

A fechar os três dias de colóquio, a segunda mesa-redonda reuniu Tiago Guillul, o encenador João Garcia Miguel (que trabalhou com os Xutos), o realizador Manuel Mozos e o editor Luís Futre (da Groovie Records), a quem se juntou, mais tarde, Manuel João Vieira, para falar do "Rock nas Artes". Talvez por se confessar pouco dado à auto-análise, Guillul foi o mais provocador ("não posso imaginar coisa menos rock n'roll do que um músico a falar de rock n'roll numa universidade"), mas também Luís Futre arrancou alguns olhares de espanto à plateia ao lembrar que "o rock português nasceu em 1955" e não nos anos 80 - o que levou a curioso diálogo: depois de Futre lembrar que o pai do rock português não é Rui Veloso, um elemento da plateia sugeriu, citando um autor brasileiro, que "o Diabo é o pai do rock", ao que Manuel João Vieira acrescentou "o Diabo é o Vítor Gomes" (o vocalista dos Gatos Negros, mítica banda dos anos 60).

Manuel João Vieira foi outro dos protagonistas da sessão, não só pela sua chegada atabalhoada (atrasado, sentou-se no meio do público e, quando ocupou o seu lugar na mesa, não deixou de perguntar "sobre o que é esta mesa redonda?"), mas sobretudo por lembrar que, na sua experiência de músico e artista-plástico, "arte e pop são como óleo e água: não se misturam". Foi dele também a questão que ficou no ar, em tom de conclusão: porque é que "nós estamos sempre a pedir às artes que faça apareçer qualquer coisa nova em vez de pedirmos às artes qualquer coisa boa"?

E foi assim, em tom de provocação, que terminaram estes três dias em que o rock voltou à universidade.»


(@ Blogue da 3)

08 abril 2009 

A hard day's tweet

I came home to twitter and my twitter was gone...

 

Poéticas, dia 2: «O importante são as canções»

Poéticas do Rock em Portugal: Perspectivas críticas de uma literatura menor

E ao segundo dia, o rock voltou à Faculdade, provocou («e se a literatura é que fosse uma arte menor por lhe faltar a música?»), deu que pensar («a canção é mais do que letra e música», «não é literatura nem música, é uma terceira coisa»), fez rir («nunca pensei vir falar de black-metal norueguês na Faculdade de Letras») e encheu a sala. Aqui fica o que fica da terça-feira:


«Apesar de algum atraso e da pouca afluência de público, o segundo dia do colóquio Poéticas do Rock em Portugal começou ao som dos Xutos & Pontapés (ao contrário do que estava previsto no programa, a comunicação de Michka Assayas ficou para a segunda sessão da manhã).

Pedro Félix (que tem seguido de perto o percurso da banda de "Contentores") propôs-se olhar de uma forma antropológica e etnográfica para as letras das canções dos Xutos. Destacando os versos de "Remar, Remar" (para muitos, o melhor exemplo da "poesia" da banda), Félix falou dos problemas de articulação (entre letra e música) e de expressão do rock e conclui que uma canção rock é mais do que a soma de letra e de música (há que contar com as emoções e com as leituras que cada ouvinte faz da letra e da música).

Depois de acalorada discussão (ou não fosse o tema a banda que agora festeja o 30º aniversário), o jornalista francês Michka Assayas trouxe à cena a criação de personagens no rock, contando a história de três vultos da música contemporânea: Robert Zimmerman, Paul Hewson e Marshall Matters. Ou seja, Bob Dylan, Bono e Eminem - três exemplos de jovens com adolescências desinteressantes que, através da busca por uma identidade própria e da "auto-fabricação" de uma outra personagem (mais do que um pseudónimo), criaram três das maiores celebridades do rock. De caminho, falou-se ainda de outras "personagens", como Iggy Pop, David Bowie e Mick Jagger.

A manhã acabou, não ao som, mas com o som das palavras escritas por Rui Reininho, numa análise das "Líricas Come On & Anas" do vocalista dos GNR e dos seus mais frequentes jogos fonéticos.

Pela tarde, antes ainda da primeira mesa-redonda do colóquio, discutiu-se o rock no Portugal dos anos 80 (falou-se de Mão Morta, de Pop Dell'Arte, da Sétima Legião e do Rock Rendez-Vous).

Finalmente, casa quase cheia para ouvir Fernando Ribeiro e JP Simões (os únicos dos cinco convidados que "voltaram à Universidade") falar das influências literárias das suas composições e da forma como encaram as suas letras. Por entre referências aos escritores JRR Tolkien, Edgar Allan Poe ou Oscar Wilde e aos "poetas-rock" Jim Morrisson (o escritor de "poemas-rock" por excelência, para Fernando Ribeiro) e Nick Cave (que, recordou o vocalista dos Moonspell, analisou e dissecou, numa conferência, uma canção de.... Kylie Minogue), os músicos deixaram bem presente que encaram as canções como algo mais do que só literatura ou só música, mas uma "terceira coisa" (palavras de JP Simões) e as letras das canções como "poesia activa" (disse-o Fernando Ribeiro).

Quarta-feira, o colóquio despede-se com mais uma mesa-redonda - desta vez, o tema é o "Rock nas Artes", com a presença de Tiago Guillul ou Manuel João Vieira, entre outros. Antes, ao longo do dia, vai falar-se de punk, de hip-hop, dos Gift, dos Belle Chase Hotel e, mais uma vez, dos Xutos e de Rui Reininho.»


(@ Blogue da 3)

06 abril 2009 

Poéticas, dia 1: «Rimar Wynona com c***»

Poéticas do Rock em Portugal: Perspectivas críticas de uma literatura menor

E, por entre uma senhora que passou a primeira sessão a fazer croché e um jovem que passou a manhã abstraído a ler um livro qualquer, por entre algum amadorismo e uns quantos problemas técnicos, lá se falou de rock... O report oficial é o que se segue:


«(...) A abrir o colóquio, o jornalista e estudioso norte-americano Greil Marcus abordou a poesia de Bob Dylan, numa perspectiva pessoal - desde a primeira vez que leu um poema, ou melhor, a letra de uma canção de Dylan na revista "Glamour" (em Junho de 1966) até à sua descoberta, quarenta anos depois, da cidade natal do músico, da sua escola secundária e do seu professor de Inglês.

Neste primeiro dia, falou-se ainda de Fados (numa perspectiva generalista, onde coube a música d'A Naifa, dos Trovante ou dos Mler Ife Dada e até de Vítor Gomes e os Gatos Negros) e da questão da "língua materna" no rock português - eterna questão que já Miguel Esteves Cardoso abordava em 1981 e que ainda hoje divide músicos, fãs e críticos e que, apesar de tudo, levanta questões mais profundas do que o cantar em inglês ou em português.

Durante a tarde (depois de se olhar para a censura e para a obra de José Cid e de Carlos Tê), a última sessão do dia abordou a obra poética de Jorge Palma, a evolução das letras de Sérgio Godinho e a revolução linguística dos Mler Ife Dada.

O segundo dia arranca com a conferência do jornalista francês Michka Assayas, autor da entrevista que resultou no livro "Bono por Bono". Terça-feira vai ainda falar-se da música e das letras de Rui Reininho, Xutos, Mão Morta ou Pop Dell'Arte. É também amanhã que arrancam as mesas-redondas: na primeira, falar-se-á de "Rock e Literatura", com a presença de JP Simões, Fernando Ribeiro e Adolfo Luxúria Canibal, entre outros.»


(@ Blogue da 3)

 

Breviário de leituras. Regresso à Patagónia

Regresso à Patagónia, Bruce Chatwin e Paul Theroux

«E quando, depois da longa viagem, cheguei à Patagónia, senti que não estava em lado nenhum: mas o que mais me surpreendia era o facto de continuar no mundo, pois andava há meses a viajar para sul. A paisagem era inóspita, mas não podia negar que tinha características visíveis e que eu estava presente nela. Foi uma descoberta - o aspecto daquilo. Pensei: Afinal, nenhures é um sítio
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05 abril 2009 

Dark will be the night...

...que virá do encontro entre Danger Mouse, Sparklehorse, Flaming Lips, James Mercer (The Shins), Julian Casablancas (The Strokes), Iggy Pop, Suzanne Vega, Black Francis, Vic Chesnutt, Nina Persson (The Cardigans), Jason Lytle (Granddaddy) e David Lynch.
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Um poeminha só porque há muito não se via aqui nenhum

MISAKI TANAKA

Jade do Oriente
Misaki abre o leque
e faz um hai-kai
pelas frestas do corpo
crisântemo, lento, silêncio


(Diniz Gonçalves Júnior)
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03 abril 2009 

O 1 d'Abril são 3 dias (sequelas)

Anda meio Twitter e meio Facebook a borbulhar: será, afinal, a última edição da Time Out uma muito bem elaborada mentira de 1 d'Abril? Será tudo isto uma grande peta?

 

O 1 d'Abril são 3 dias

Confirma-se a peta: o pipi não é dela, diz quem sabe. Voltamos ao mesmo, se o pipi não é dela, é de quem o apanhar...

 

Playboy d'Abril

Quanto mais a leio e quanto mais leio sobre o assunto, mais me convenço que a Playboy portuguesa é uma muito bem elaborada mentira de 1 de Abril.

02 abril 2009 

Acabou-se

Tantos anos depois, o Trio ficou reduzido a duo... Foram bonitas as tardes, pá.

 

O meu pipi é dela?

A revelação vem, discreta e sem alarido, na página 38 da Time Out desta semana: «O Meu Pipi foi escrito por uma mulher: Sofia Saraiva, 32 anos, profissional de publicidade». Acrescentaria ele - aliás, ela: claro, só podia, se fosse homem era roto! (Acrescentaria eu: será tudo isto demasiado divertido para não ser verdade ou demasiado tarde para não ser peta de 1 d'Abril?)

 

Playgirl

É impressão minha ou A Primeira Playmate Portuguesa é A Modelo do (mesmo) Mês da FHM?

B.I.

Coisas Breves

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