30 setembro 2009 

Breviário de fitas: Alientheid

Distrito 9, Neil Blomkamp

«- I want to go home!
- We can't go home. Not anymore.
»

Entre o real-feel do Cloverfield de Matt Reeves e o extra-terrestre realista e emotivo do ET de Spielberg, o filme de Neil Blomkamp traz, no mínimo, uma visão original da relação entre humanos e alienígenas. Não sendo propriamente chocante ou revolucionário, este Distrito 9 é ainda assim (e apesar de alguns erros de narrativa: o documentário fica esquecido em vários momentos; a mutação a princípio tão rápida, torna-se demasiado lenta...), uma extraordinária primeira longa-metragem, longe dos clichés e dos cânones made in Hollywood.
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Breviário de sons: rock glazbe iz Hrvatska

Rock2

Um velho hit de Darko Rundek. O folk-pop de Gustafi. O balcan-reggae de Zinedine Zidan. O blues negro de Goribor. O indie meloso de My Buddy Moose. Mais alguma pop, algum punk, algum rock perdido nos anos 70. E a última aventura de um velho conhecido e seus novos amigos...
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Breviário de leituras: Leite derramado

Leite derramado, Chico Buarque

«Mas por esse tempo felizmente aconteceu de eu conhecer Matilde, e eliminei aquela bobagem da cabeça. No entanto garanto que a convivência com Balbino fez de mim um adulto sem preconceitos de cor. Nisso não puxei ao meu pai, que só apreciava as louras e as ruivas, de preferência sardentas. Nem à minha mãe, que ao me ver arrastando a asa para Matilde, de saída me perguntou se por acaso a menina não tinha cheiro de corpo. Só porque Matilde era de pele quase castanha, era a mais moreninha das congregadas marianas que cantavam na missa do meu pai. Eu já a tinha visto de relance umas vezes, na saída da missa das onze, ali mesmo na igreja da Candelária. Na verdade nunca a pude observar direito, porque a menina não parava quieta, falava, rodava e se perdia entre as amigas, balançando os negros cabelos cacheados. Saía da igreja como quem saísse do cinema Pathé, onde na época exibiam fitas em série americanas. Mas agora, no momento em que o órgão dava a introdução para o ofertório, bati sem querer os olhos nela, desviei, voltei a mirá-la e não a pude mais largar. Porque assim suspensa e de cabelos presos, mais intensamente ela era ela em seu balanço guardado, seu tumulto interior, seus gestos e risos por dentro, para sempre, ai. Então, não sei como, em plena igreja me deu grande vontade de conhecer sua quentura. Imaginei que abraçá-la de surpresa, para ela pulsar e se debater contra o meu peito, seria como abafar nas mãos o passarinho que capturei na infância. Estava eu com essas fantasias profanas, quando minha mãe me tomou pelo braço para a comunhão. Hesitei, remanchei um pouco, não me sentia digno do sacramento, mas recusá-lo à vista de todos seria um desacato. Com certo medo do inferno, fui afinal me ajoelhar ao pé do altar e cerrei os olhos para receber a hóstia sagrada. Quando os reabri, Matilde se virara para mim e sorria, sentada no órgão que não era mais um órgão, era o piano da minha mãe. Tinha os cabelos molhados sobre as costas nuas, mas acho que agora já entrei no sonho.»
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«Fiquei a saber que existem vulnerabilidades»

Parece-me a mim que a única conclusão que se pode retirar do discurso de ontem do PR é que Cavaco não leu os livros de Stieg Larsson.

27 setembro 2009 

Breviário de leituras: A viagem do elefante

A viagem do elefante, José Saramago

«Voltando aos caminhos, é verdade que a estrada de innsbruck a viena é relativamente cómoda, sem catastróficos acidentes orográficos como foram os alpes e, se não vai em linha recta, pelo menos está bastante segura de aonde quer chegar. Porém, a vantagem dos rios é serem como estradas andantes, vão por ser pé, especialmente estes, com os seus poderosos caudais. O mais beneficiado com a mudança será solimão que, para beber, só terá de chegar-se à borda da jangada, meter a tromba na água e aspirar. Contudo, não ficaria nada contente se pudesse saber que um cronista da cidade ribeirinha de hall, pouco adiante de innsbruck, um escriba qualquer de nome franz schweyger, escreverá, Maximiliano voltou em esplendor de espanha, trazendo também um elefante que tem doze pés de altura, sendo cor de rato. A rectificação de solimão, pelo que dele conhecemos, seria rápida, directa e incisiva, Não é o elefante que tem cor de rato, é o rato que tem cor de elefante. E acrescentaria, Mais respeito, por favor.»
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Tjedna Hrvatska: notas de viagem

A TAP continua a fazer todos os possíveis para ser a melhor companhia aérea do mundo: os vôos são sempre os mais atrasados, os pedidos de lugares específicos conseguem ser sempre baralhados (e ai as minhas pernas, que lá vão mais uma vez encolhidas!) e a «refeição leve» é sempre um mimo (desta vez, meia sandes de nhanha de cebola passada que era um autêntico fiasco).

O aeroporto de Zagreb é pequeno, velho, feio, antigo e pouco confortável. Mas as malas chegaram ao tapete antes de nós. Aos primeiros contactos, os croatas não primam pela simpatia nem pela educação. Mas a sandes de prsut, deliciosa, compensou a espera e a antipatia.

À primeira vista, confirma-se o mito: as croatas podem não ser todas podres de sensuais ou elegantes como o milho, mas todas têm qualquer coisa de extremamente cativante.

Tal como Dubrovnik, uma cidade apaixonante e arrebatadora, desde o primeiro passeio pela rua principal à última caneca de cerveja para lá das muralhas. E no entretanto, o melhor de Dubrovnik está nas tascas escondidas entre as esplanadas cheias de turistas italianos e espanhóis, está nas geladarias com montanhas de gelado à espera de um cone, está nas ruelas esconsas e nas muralhas junto ao mar, está num ambiente fascinante que faz da Dubrovnik uma cidade onde apetece, simplesmente, estar.

A água do Adriático é tão azul, tão límpida, tão apetecível, que qualquer recanto serve para um mergulho e no mais impossível dos rochedos existe uma praia improvisada.

A comida croata não é muito variada nem original por demais (é basicamente peixe), mas a meia dúzia de pratos que têm são um tributo à arte de bem comer. O resto são as pizzas, as massas, os arrozes - heranças de um reino que nascia em Veneza e acabava em Dubrovnik.

Aparentemente, a Croácia ficou do melhor lado do Adriático: não só o mais recortado, mas o que as correntes favorecem, já que «levam todo o nosso lixo para Itália».

A música popular croata é uma mistura de Demis Roussos com Graciano Saga. Para pior.

A caminho da pequena e pitoresca Korčula, Ston é uma cidade tão feia e desinteressante quanto monumental e enigmática é a enorme muralha que a separa do resto da península. Dizem os locais, com orgulho, que os seus cinco quilómetros e meio fazem dela a segunda maior muralha do mundo.

Entre Dubrovnik e Split, há-que atravessar nove quilómteros de Bósnia-Herzegovina. Nesses nove quilómetros por um país que há 10 anos era o inimigo, apenas uma cidade: Neum, estância turística para croatas menos endinheirados. Não fosse o aspecto de desolação geral e o ar militarista dos guardas de fronteira do lado bósnio, nada nos diria que não estávamos na Croácia.

Split é uma cidade europeia igual a tantas outras: largas avenidas, altos prédios, gente apressada - enfim, nada que a distinga. Nada, a não ser um dos mais antigos e bizarros centros históricos da humanidade.

Em cada esquina, um frizerski salon: Trogir é a cidade com maior número de cabeleireiros de toda a Croácia. E geladarias e esplanadas também. E sempre cheias, as geladarias e as esplanadas.

Parece que onde quer que se esteja, para onde quer que se vá, qualquer sítio onde se pare é Património da UNESCO.

Depois de cidades-ilhas rodeadas de História, de mar até perder de vista, de barcos pequenos e grandes e cheiro a maresia nas ruas e nos pratos, chegados ao interior, a Croácia transforma-se noutro país: passados os quase seis quilómetros de túnel, saímos no meio de um país verde, uma espécie de postal-ilustrado de uma Europa Central cheia de montes e vales e prados e vacas e mel e quartos para alugar.

E no meio de tudo isto, escondem-se os Plitvička jezera, 12 lagos - uns mais pequenos, outros intermináveis - com 12 tonalidades diferentes de azul e verde, dezenas de cascatas e cataratas e uma água tão límpida e fresca quanto a do Adriático que ficou para trás.

A feia e escura cidade de Karlovac é um monumento real à História da Croácia, com o seu ar de cidadezinha típica de uma velha Europa de Leste e os seus edifícios ainda esburacados pelas balas da última guerra.

Afinal, Zagreb é que é a cidade com maior número de cabeleireiros, geladarias e esplanadas de toda a Croácia. E sapatarias também.

A arquitectura da cidade é uma manta de retalhos - velhos prédios monumentais escurecidos pelo tempo entalados entre edifícios antigos de cara lavada e construções de um mau gosto contemporâneo não escondem que Zagreb vive entre a memória de uma cidade fechada mas com História e a ambição de uma capital europeia, que se quer aberta e moderna.

Do ponto de vista de um terrorista, Zagreb sairá barato a quem a queira ameaçar: o parlamento, a sede do governo e a presidência da república são na mesma praça, à volta da igreja de São Marcos, com o seu telhado feito de Lego e ar de feita a brincar.

Give me all your money, exige o autocolante no balcão da bilheteira da torre de Lotrščak. Atrás do balcão, estendido num sofá, um rapaz de óculos e carapinha alourada lê um livro de Kafka enquanto ouve heavy-metal a altos berros. Nas colunas da aparelhagem, outro autocolante: Music keeps me sane.

O centro histórico de Zagreb vê-se numa tarde. Mas sabe bem ver passar o tempo e as pucas em qualquer uma das centenas de esplanadas espalhadas pela Cidade Alta.

E em cada esquina, uma escultura monumental, uma estátua antiga, uma obra de arte moderna.

Piada seca, brejeira, verdadeiramente misógina e absolutamente indigna (mas óbvia, ao fim de dois dias): se os habitantes de Zagred são zagrebinos, as habitantas de Zagreb são zagreboas.

(Como seria de esperar, no regresso, só o vôo da TAP saiu atrasado. À chegada a Lisboa, a primeira mala só demorou meia-horinha a chegar. Assim até dá gosto ouvir falar nas suas greves.)
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17 setembro 2009 

Doviđenja

Trogir

 

So you’ve heard of every instrument but...

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Breviário de sons: glazba za odmor

The XX, XX JJ, Nº2 Sufjan Stevens, The BQE Phantom ghost, Thrown out of drama school

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16 setembro 2009 

Spremni za odmor

Chaves novas. Óculos novos. Dentes novos. Já só falta a vida nova e as férias que se aproximam...

 

Eu cá não sou de intrigas...

...mas dá-me ideia que os Rammstein se passaram. O que não é necessariamente desagradável.

15 setembro 2009 

Antes das novas sondagens, um velho aviso:

Statistics are like bikinis

 

Breviário de leituras: The strain

The strain, Guillermo Del Toro & Chuck Hogan

«It took Setrakian a few moments, just long enough for the door to close behind him, to recognize the person on the other side of the bare table as Dr. Ephraim Goodweather of the Centers for Disease Control and Prevention.
Next to him was the female doctor who had been with him before. Setrakian smiled appreciatively at their ruse, though he was not surprised by their presence.
Setrakian said, “So it has begun”.
Dark circles – like bruises of fatigue and sleeplessness – hung under Dr. Goodweather’s eyes as he looked the old man up and down. “You want out of here, we can get you out. First I need an explanation. I need information.”
“I can answer many of your questions. But we have lost so much time already. We must begin now – this moment – if we have any chance at all of containing this insidious thing.”
“That’s what I’m talking about”, said Dr. Goodweather, thrusting out one hand rather harshly. “What is this insidious thing?”
“The passengers from the plane”, said Setrakian. “The dead have risen”.
Eph did not know how to answer that. He couldn’t say. He wouldn’t say.
“There is much you will need to let go of, Dr. Goodweather”, said Setrakian. “I understand that you believe you are taking a risk in trusting the word of an old stranger. But, in a sense, I am taking a thousandfold greater risk entrusting this responsibility to you. What we are discussing here is nothing less than the fate of the human race – though I don’t expect you to quite believe that yet, or understand it. You think that you are drafting me into your cause. The truth of the matter is, I am drafting you into mine.”»

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12 setembro 2009 

Remade in Portugal

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11 setembro 2009 

Ó mar salgado

Há por aí umas histórias interessantes, bizarras e polémicas q.b. a ocupar jornais e telejornais, a preocupar debates e comícios, mas esta história (que veio daqui) bate-as todas aos pontos. É segui-la passo a passo e ter medo, muito medo, do ponto a que chegámos.

 

Dos efeitos do efeito Larsson

«O escritor sueco Stieg Larsson, conhecido pela sua trilogia "Millenium", foi homenageado postumamente pelo Observatório [espanhol] contra a Violência doméstica e de género. O Observatório considera que o escritor sueco merece este prémio "pela sua contribuição, através da literatura, na visibilidade e denúncia da violência contra as mulheres".»

 

Objectiva

Ora então, se bem percebo, a Prisa suspendeu a Manela Moura Guedes e contratou o Guillermo Del Toro e o Nick Cave, é isso?

10 setembro 2009 

Epá, isto é coisa para fazer o mais empedernido libertário-cosmopolita de esquerda pensar duas vezes...



PS: Diz que donde este veio, há mais uma espécie de tempo de antena.

 

9.9.9

Eu cá não sou supersticioso, mas isto de perder as chaves de casa no dia que todos os jornais dizem que é de azar para os japoneses, é coisa para me deixar com os olhos em bico.

09 setembro 2009 

«Ask not what your country can do for you»: words from the wise (20)

«Por isso hoje quero perguntar-vos qual é o contributo que pretendem fazer. Quais são os problemas que tencionam resolver? Que descobertas pretendem fazer? Quando daqui a 20 ou a 50 ou a 100 anos um presidente vier aqui falar, que vai dizer que vocês fizeram pelo vosso país?»

(Barack Obama)

08 setembro 2009 

Can't buy me love

Alguém me explica porque é que a Box-set dos Beatles custa menos de 170 libras e quase 230 euros (e diz que já é preço de amigo, se não ia aos 250 e tal)? É que bem vistas as coisas, sempre são mais quase 40 euros. Oito contos de reis! E oito contos de reis sempre são oito contos de reis.

 

Josef Sardu

Bizarro, bizarro é ler um novo livro de vampiros e descobrir que, feita a devida tradução, o vilão tem o mesmo nome de um ex-colega da faculdade.

 

É a política de verdade, topas? (da série "desculpe, posso roubar-lhe uma imagem?")

É a vida, topas?

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Política de quê?

«Ferreira Leite elogia exemplo da Madeira como "bastião inamovível" e "bom governo PSD"». Assim se vê a política de verdade. Será caso para dizer «Fuck them»?

07 setembro 2009 

Um poeminha para uma década

OH! LIBERDADE

Se eu pudesse
pelas frias manhãs
acordar tiritando
fustigado pela ventania
que me abre a cortina do céu
e ver, do cimo dos meus montes,
o quadro roxo
de um perturbado nascer do sol
a leste de Timor

Se eu pudesse
pelos tórridos sóis
cavalgar embevecido
de encontro a mim mesmo
nas serenas planícies do capim
e sentir o cheiro de animais
bebendo das nascentes
que murmurariam no ar
lendas de Timor

Se eu pudesse
pelas tardes de calma
sentir o cansaço
da natureza sensual
espreguiçando-se no seu suor
e ouvir contar as canseiras
sob os risos
das crianças nuas e descalças
de todo o Timor

Se eu pudesse
ao entardecer das ondas
caminhar pela areia
entregue a mim mesmo
no enlevo molhado da brisa
e tocar a imensidão do mar
num sopro da alma
que permita meditar o futuro
da ilha de Timor

Se eu pudesse
ao cantar dos grilos
falar para a lua
pelas janelas da noite
e contar-lhe romances do povo
a união inviolável dos corpos
para criar filhos
e ensinar-lhes a crescer e a amar
a Pátria Timor!


(Xanana Gusmão)
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Words from the wise (19)

«As memórias, não. As memórias são interessantes quando as pessoas viveram acontecimentos muito importantes. Um Churchill ou um De Gaulle. Mas não quando escrevem banalidades. Julguei--me sempre um cidadão comum, nada de excepcional.»

(Mário Soares)

04 setembro 2009 

Cá para mim...

...já ganhámos uma coisa com a suspensão do Coiso Nacional da Manela: a moça que apresenta hoje é bem mais gira.

 

A alforreca, a boneca insuflável, o brejeiro e a gaja boa

Ou a entrevista que era para ser só mais uma e acabou por ser A Entrevista:


«Normalmente, de um pivô de telejornal espera-se...

...espera-se o quê? Que seja uma alforreca? Que seja idiota? Que seja um autómato?

Não, que seja imparcial, equidistante, ponderado...

Então metam lá uma boneca insuflável. Acho uma graça... E depois a ERC vem dizer que não ouvimos todas as partes. Isso é de uma desonestidade a toda a prova. A ERC sabe muito bem que não há um único membro do Governo que fale connosco. Toda a gente critica o facto de eu dizer "pois!" ou de arregalar os olhos, mas ninguém comenta a brejeirice dos meus coleguinhas, do piscar de olhos às gajas. Ou aqueles sorrisos depois de uma gaja boa aparecer na televisão. Só falta babarem-se. Essa coisa muito macho, muito de homem.

Está a pensar em quem?

Olhe, o Rodrigues dos Santos, por exemplo. Ele faz aquele ar maroto, pisca o olho, sorri. Sobre brejeirices ninguém fala. É de um mau gosto... De gajas e futebol já se pode dizer umas larachas, não é? Eu não quero ser uma alforreca, eu não sou uma alforreca.»

 

Words from the wise (18)

«O pai [de Michael Jackson] é um porco - pode citar-me -, um homem horrível, odeio-o. Para ele, a morte do Michael é um negócio. Ele não lhe falava há anos. E a mãe, que é testemunha de Jeová devota, nunca o irá contrariar. O tipo é um gangster, espancava os filhos à bruta.»

(John Landis)

 

Bom,

então sou um libertário-cosmopolita de centro-esquerda.

03 setembro 2009 

Isto sim, é que é um verdadeiro escândalo

«A sérvia Ana Ivanovic, ex-líder do ranking mundial, decidiu abandonar temporariamente o ténis profissional para "recuperar forças", depois de ter sido eliminada na primeira ronda do Open dos Estados Unidos».

 

Sexta ao fundo: considerações

1. Ai ai ai, que isto é tudo por causa das peças sobre o caso Freeport. Ora bolas, há mais telejornais na TVI, ou não? Ou o noticiário é mais notícia que as notícias?

2. Acho piada à quantidade de comentadores e spin doctors e ai-tão-importantes-que-somos que hoje estão muito procupados, que horror, ai deus meu, com o fim do coiso das sextas, mas que passaram o resto da vida a dizer mal do coiso das sextas ou a não ver o coiso das sextas ou a rir-se do coiso das sextas.

3. O que me preocupa, mas preocupa-me mesmo, profundamente, é que de todos os convidados e comentadores e faladores, a pessoa que disse exactamente aquilo que eu acho, tudinho exactamente como se me tirasse as palavras da boca, foi a Inês Serra Lopes. A Inês Serra Lopes, of all the people!

4. Mas afinal, o que é que se perdeu, mesmo?

 

Cá para mim...

...quem fica a ganhar com o cancelamento do Coiso Nacional de Sexta é o Contra Informação.

 

Manuela Boca Gags

E agora, quem vai... interrogar os seus camaradas?

 

Outtakes de campanha, 5: o cartaz que o PP amou mas que Portas achou demasiado óbvio

Hola, como te llamas?

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02 setembro 2009 

I, robot

«Após programar possíveis decisões e resultados lógicos no computador, a máquina fez as suas escolhas. Resultado? O computador deu as mesmas respostas que um ser humano daria. No futuro, nada impede que um robô tenha moral.»

 

O último contra-ataque, parte 2

Depois do golaço de Sérgio Conceição, o desvio para canto de Scolari:

«Alguma vez se viu uma pessoa falar com um burro? Alguma vez se viu uma pessoa com um burro ou um jumento? Como é mesmo que faz o burro? Iiioooo. É assim, não é?»

Ah, então quando ele perguntava «E o burro sou eu?», não era retórica... Ok, agora percebo.

 

Words from the wise (17)

«It's like two of your best friends are coming together

(Stan Lee)

 

Breviário de leituras: Pride and prejudice and zombies

Pride and prejudice and zombies, Jane Austen and Seth Grahame-Smith

«As Mr. Darcy walked off, Elizabeth felt her blood turn cold. She had never in her life been so insulted. The warrior code demanded she avenge her honour. Elizabeth reached down to her ankle, taking care not to draw attention. There, her hand met the dagger concealed beneath her dress. She meant to follow this proud Mr. Darcy outside and open his throat.
But no sooner had she grabbed the handle of her weapon than a chorus of screams filled the assembly hall, immediately joined by the shattering of window panes. Unmentionables poured in, their movements clumsy yet swift; their burial clothing in a range of untidiness. Some wore gowns so tattered as to render them scandalous; other wore suits so filthy that one would assume they were assembled from little more than dirt and dried blood. Their flesh was in varying degrees of putrefaction; the freshly stricken were slightly green and pliant, whereas the longer dead were grey and brittle—their eyes and tongues long since turned to dust, and their lips pulled back into everlasting skeletal smiles.
A few of the guests, who had the misfortune of being too near the windows, were seized and feasted on at once. When Elizabeth stood, she saw Mrs. Long struggle to free herself as two female dreadfuls bit into her head, cracking her skull like a walnut, and sending a shower of dark blood spouting as high as the chandeliers.
As guests fled in every direction, Mr. Bennett’s voice cut through the commotion. “Girls! Pentagram of Death!”
Elizabeth immediately joined her four sisters, Jane, Mary, Catherine, and Lydia in the center of the dance floor. Each girl produced a dagger from her ankle and stood at the tip of an imaginary fivepointed star. From the center of the room, they began stepping outward in unison — each thrusting a razor-sharp dagger with one hand, the other hand modestly tucked into the small of her back.
From a corner of the room, Mr. Darcy watched Elizabeth and her sisters work their way outward, beheading zombie after zombie as they went. He knew of only one other woman in all of Great Britain who wielded a dagger with such skill, such grace, and deadly accuracy.
By the time the girls reached the walls of the assembly hall, the last of the unmentionables lay still.»
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B.I.

Coisas Breves

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