30 junho 2007 

Done

A emissão no contínuo, o computador desligado, a porta fechada. E agora com licença, que tenho uma reunião com o John McClane.

 

Pop goes the weekend

Na telefonia, o Live Earth. Na televisão, «o meu 1º festival». No jornal, John McClane e Roger Corman. Na net, mais Live Earth, a 12 Girls band, o youtube, o mail aberto e o breviário à espreita. Sinto-me uma ilha, rodeado de pop por todos os lados...

 

Três e meia na frequência do ofício

Rihanna, 12 Girls band e KT Tunstall. Ah, se todas as sequências fossem assim...

 

Descarada pub

Quatro horas para mostrar o que vale o Live Earth. É dentro de momentos, na frequência do costume. E assim se passa o sábado. Que o fim-de-semana segue depois.

 

Este homem chama-se Mike Gravel. Este homem quer ser Presidente dos EUA. Este homem é fogo

 

Este homem chama-se Mike Gravel. Este homem quer ser Presidente dos EUA. Este homem é uma pedra

 

Encadeado de leituras

Diz que é uma e-cadeia. Diz que é para revelar os últimos cinco livros lidos. Diz que agradece o convite. Diz que foram estes (mais coisa, menos coisa) e que o breviário não deixa mentir:

Braindroppings, George Carlin
Nothing's sacred, Lewis Black
O búfalo da noite, Guillermo Arriaga
A voz do fogo, Alan Moore
Histórias falsas, Gonçalo M. Tavares

Diz que adianta a e-cadeia à Rita Maria Josefina, à Dunyazade, ao Dan, à Luna, ao Miguel, a... ah, diz que são só cinco... raios! Pronto. Ponto.

29 junho 2007 

Rasganço



Tradução: «Uma apresentadora do programa Morning Joe, da MSNBC, nos Estados Unidos, Mika Brzezinski, tentou queimar o respectivo guião, em directo, em protesto por ter sido obrigada a iniciar o bloco noticioso com o destaque de uma notícia sobre a socialite Paris Hilton.»

 

Uma história do caraças ou como amolecer um inimigo

«Michael Moore financia dono de site anti-Michael Moore...

Jim Kennefick é o dono do site MooreWatch.com, talvez o mais popular site dedicado a criticar o cineasta Michael Moore. No ano passado, Kennefick passou por dificuldades financeiras: a mulher dele adoeceu, e os custos dos seus cuidados médicos ameaçavam levá-lo à bancarrota. Kennefick colocou no seu blogue um apelo a doações, para permitir que MooreWatch.com continuasse a existir.
Em Maio do ano passado, Kennefick recebeu um cheque de um benfeitor anónimo, no valor de 12 mil dólares (nove mil euros). Só no mês passado é que descobrir a identidade do seu "anjo da guarda": Michael Moore.
Kennefick contou à Newsweek que Moore lhe telefonou "do festival de Cannes" - onde o cineasta exibia o seu último filme, Sicko - para lhe contar a origem do dinheiro. Sicko é um documentário sobre os problemas do sistema de saúde americano; um dos casos que Moore cita é precisamente o do criador de MooreWatch.com.
"Fiquei-lhe muito agradecido", disse Kennefick à Newsweek. "Já disse isso nove vezes no meu site: "Obrigado Michael Moore. O teu presente tirou-me um fardo enorme dos ombros. Mas continuo a não gostar do teu estilo."
O cineasta confirmou a história, numa entrevista ao site Hollywood.com: "Queria que [Kennefick] soubesse quem lhe tinha mandado o dinheiro antes que o meu filme estreasse. Recebi uma mensagem muito amável dele, agradecendo-me e desejando boa sorte ao filme."»

(@ Público de aqui há atrasado)

 

London calling (valsa dos terroristas)

Não sei se «é só paranóia, mania da perseguição», mas toda esta história me cheira a ensaio para um destes sábados que aí vêm...

 

Breviário de outros breviários

O Breviário de Nuno Resende;
E o Breviário político barreirense.
O Breviario de Eldígoras;
E o Breviario de Ivan Barr.
O Breviário ponto org;
O Breviário do Machado;
O Breviário de decomposição;
E o Breviário de c..
E o Breviario del caos.

 

Moon, glorious moon

«The second season of Dexter is set to premiere September 30th!»

28 junho 2007 

Entretém-te filho, entretém-te

 

Cookie fortune 1

«Quantos pontos cardeais ficarão no cais da solidão? Quantos barcos irão naufragar, quantos irão encalhar na pequenez da tripulação?»

(Jorge Palma, Norte (o meu))
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Free musicóle 1

Mote: The most beautiful girl (Charlie Rich)

Ei,
por acaso não viste
a rapariga mai' linda do mundo
a passar?

E
por acaso não viste,
quando ela passou, se 'stava
a chorar?
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Duas novas

Eis duas novas séries de postas: Cookie fortune (pequenos versos feitos pequenos pedaços de sabedoria pop) e Free musicóle (adaptações líricas isentas de pressupostos). A estreia, a seguir.
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Olga diz

Que é viciante. Que não a consigo tirar do repeat. Que é a melhor canção da estreia do Mundo Cão.

27 junho 2007 

Have you got anything without spam in it?

Os melhores sketches dos Monty Python

 

Um poeminha para consolidar, filho, consolidar (que faz hoje tanta falta como há 25 anos)

FMI

Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o mortimor do meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attachi-case' sai a solução!

FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI

Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI Panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...

Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepuldra' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?
A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?

FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...

Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, 'terneio' Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...

Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...

Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.


(José Mário Branco)
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Maternidade, Almada Negreiros

 

Luz

Flashes de uma noite. Marcelo Rebelo de Sousa de braços ao alto. Flash. Carlos do Carmo em largos abraços. Flash. João Malheiro de braços dados. Flash. Nuno Guerreiro e clone em amena cavaqueira. Flash. Velhos amigos e caras conhecidas. Flash. Diz que era a apresentação de um disco. Flash.

 

Vive la française (revista de postas)

«(...) Por este andar, Sarkozy ainda vai convencer Mélissa Theuriau a fazer parte do executivo. Eu suspiro.»

(Francis C. Afonso, Berra-boi)
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Out of the shadow

Gordon Brown e a sombra de Tony Blair

 

É só um desabafo, mas...

...há dias em que me apetecia que o edifício afundasse mesmo!

25 junho 2007 

É a cultura, Lisboa!

Finalmente: «O grupo britânico Time Out, conhecido pelos guias de referência que edita em cidades como Londres, Nova Iorque, Moscovo e Pequim, contará com uma edição em Lisboa a partir de meados de Setembro.»

E agora, haverá cultura que chegue para fazer render a revista?

 

Aqui quem manda é o presidente!

Portanto, segundo os novos cartazes de Fernando Negrão, quem manda na Câmara de Lisboa é o Cavaco, é isso?

24 junho 2007 

Breviário de fitas: cool jazz fest



«You're analog players in a digital world.»

Elegância, estilo, groove, sentido de humor, private jokes, um punhado de galãs a brincar aos heist movies e uma vingançazita para justificar a brincadeira. O resto é Soderbergh, Clooney, Pitt, Damon, Cheadle, Mac, Affleck, Caan, Reiner, Gould, Izzard, Garcia e Cassel (mais Al Pacino para dar credibilidade à brincadeira, Ellen Barkin porque sim e o discretíssimo Julian Sands) em velocidade de cruzeiro. Pode não ser o dos 11, mas é definitivamente mais que o dos 12!
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A margem sul é um deserto

Mergulho em Sesimbra, jantar na Amora, almoço em Cacilhas. Um deserto...

22 junho 2007 

Women on pause (revista de postas)

«esteblogestáumbocadinhosempalavras»

«ON
[ H I A T U S ]
»

«Blog Break»
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20 junho 2007 

Nicole, 40

Nicole Kidman, 40 anos

«Nicole Kidman faz 40 anos e...»

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The Clintons

«Hillary Spoofs ‘Sopranos’ Finale

To announce the winner of her campaign song contest, Hillary Clinton takes Tony's seat in the diner. She orders for the table. With a special appearance by Bill Clinton. Where's Chelsea? Parallel parking.»

 

Crónica do bom jornalismo, 1: guisado de Jon

No DN de hoje:

«Jon Stew pode saltar da Comedy Central para a NBC

Jon Stew, o humorista e apresentador do programa Daily Show, do canal por cabo Comedy Central, está a ser sondado pela televisão generalista NBC, segundo avançou ontem o New York Post. O condutor do talk-show - que, por cá, passa diariamente na SIC Radical - ter-se-á reunido, na semana passada, com o presidente da NBC, Jeff Zucker, e com o seu braço-direito, Marc Graboff.
Durante o dia de ontem, o caso tem circulado pela imprensa norte-americana, numa altura em que a NBC pensa a restruturação do seu horário late night. Isto porque Jay Leno, apresentador do Tonight Show, anunciou recentemente que se irá retirar da televisão, em 2009. Desde então, o seu colega de televisão Conan O'Brien, que conduz o Late Night, tem sido o nome apontado para suceder a Jay Leno na apresentação do Tonight Show, até porque os dois programas têm formatos muito semelhantes.
Agora, e embora o contrato que liga Jon Stew à Comedy Central se prolongue até ao final de 2008, os media especulam que seja Stew o substituto de O'Brien para apresentar o Late Night

19 junho 2007 

Ponto final

Há dias em que apetece escrevê-lo outra vez. De vez.

 

Esclarecimento

Nem tudo o que aqui se escreve é para ser levado a sério.

 

Encontros imediatos do terceiro grau... ou não

Parece que, afinal, nem sequer se cruzaram. Para tristeza da audiência...

 

Encontros imediatos de terceiro grau

Isto hoje promete: sai o Pedro Abrunhosa, entra a Cicciolina. Há dias monótonos cá no ofício.

 

Um poeminha para um bicho de bico bizarro

SLEEP OF THE DODO

The dodo sleeping dreaming of himself
lost in his daily doings. His wife mounted
in a menagerie of mogul extremes.
His children born and slain for sport
with nary a nod save the wind
echoing an old dance tune.

Funny squawks: coracoo, coracoo
swept by mist into the grotto
the sugar plantation. Funny beaks
bobbing the swamp's dreaming pond.
Comic bodies washed up on the craggy
shore. Funny bones then no more.

The sun hung then bled into the clouds.
God's blood shot eyes such sad surprise.
The dodo awoke and seeing them
slowly closed his own again.
Out of this world into the indistinct
memory of a line that had forgotten itself.


(Patti Smith)

18 junho 2007 

The daily late night show?

O quê? Jon Stewart no lugar de Conan O'Brien?

17 junho 2007 

Breviário de fitas: the one that got away

Zodiac, David Fincher

«I Need to know who he is. I need to stand there, I need to look him in the eye and I need to know that it's him.»

Finalmente, um grande, grande filme. Mais próximo de All the President's Men do que de Se7en, o regresso de David Fincher é um empolgante thriller "de investigação", cheio de suspense e de excelentes interpretações (que fique escrito: Robert Downey Jr. é deus!), com um ambiente autêntico e aliciante e, sobretudo, com uma narrativa que não se perde nem deixa perder a atenção. Mesmo apesar da talvez demasiado longa duração, Zodiac é tudo aquilo que o Bom Pastor de De Niro não conseguiu ser.
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Breviário de fitas: «It's just good business»

Piratas das Caraíbas: nos confins do mundo, Gore Verbinski

«Dying is a day worth living for.»

E ao terceiro filme, os piratas perderam a graça. Se já ao segundo a coisa soava a mal amanhada, ao terceiro confirma-se a embrulhada. Ele é gente a mais, ideias a mais, objectivos a mais, traições a mais, piratas a mais, barcos a mais e ainda mais gente... E a graça que a coisa tinha vai-se transformando numa enorme seca, que a coisa ainda por cima nunca mais acaba. Estes piratas sofrem do mesmo mal de um outro herói chegado há meses: é demasiada areia para que a coisa não meta água... Perdeu-se a piada. Ficou só o «good business».
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16 junho 2007 

Estranha forma de ruína



Hoje, por mero acaso, fui parar ao Cabo Espichel. E depois do que vi, fiquei com uma dúvida. Porque carga de água é que o Cabo Espichel está ao abandono? Alguém sabe? Alguém se interessa? É só porque me parece que aquilo podia ser um ponto turístico altamente rentável (e não, não estou só a falar de dinheiro) se estivesse bem tratado, em vez de estar como está: completamente arruinado e deixado a uma estranha forma de abandono, que abre as portas da igreja a casamentos endinheirados e deixa que o tempo vá enrugando e destruindo tudo o resto.

Não há quem pegue no velho terreiro e lhe dê vida? Não há quem queira dar às velhas hospedarias a dignidade que em tempos já tiveram? Não há quem fique incomodado ao ver um dos conjuntos arquitectónicos mais lendários da região ser destruído pelo tempo e pela falta de cuidado de quem devia tomar conta do Cabo?

Perguntava, ao chegar, porque raio é que o santuário do Cabo Espichel teria ficado de fora da lista de finalistas das maravilhas de Portugal. Percebi porquê depois de olhar para as janelas tapadas com tijolo, para os telhados caídos no chão, para os buracos no caminho, para os rabiscos nas paredes, para o descuido geral... Que maravilha de país é o país que trata assim as suas "maravilhas".

 

O projecto meteu água

Estava marcado: hoje era dia de Mergulho. Acordámos cedo, chovia copiosamente. Metemo-nos ao caminho, nós e a chuva. Chegámos encharcados. E o Mergulho foi por água abaixo...

 

Ok

«The first album to boldly throw some old-school Macintosh "alert" beeps between songs turns 10 today.»: «June 16th is officially the 10th anniversary of Radiohead's third album 'OK Computer'.»

15 junho 2007 

O Obama tem uma groupie (revista de postas)

«You're into border security
Let's break this border between you and me...
Universal health care reform, it makes me warm...
You can Barack me tonight...
»

(JMF, still kissin')

ADENDA: Diz que, por aí, há mais para ver e para ler...
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Perdidos e achados

Como se já não bastasse ter perdido quatro anos de trabalho em apenas 10 segundos na quarta-feira, agora ainda descubro que também perdi um dos meus discos preferidos! Isto não pode ser coincidência. Isto aqui há maldição...

14 junho 2007 

Alguém me explica porque real carga de água é que eu acabei de receber isto no mail do ofício?

Christmas Party @ Bar da Ponte

ADENDA: É que já não é a primeira vez...

 

Let there be fado

Finalmente: «O Estado português reuniu a verba necessária para a compra da colecção de cerca de oito mil discos históricos de música portuguesa (na sua maioria registos de fado), na posse do britânico Bruce Bastin.»

Bruce quem? «O investimento na música de Portugal começou na década de 1970. Nos anos 90, Bruce Bastin passou pelo nosso país e adquiriu imensos discos esquecidos num velho armazém do Porto. A maior parte do espólio é constituído por discos de 78 rotações e não apenas de fado. Da colecção fazem também parte repertório de Revista e até uma gravação do texto da proclamação da República, em 1910.»

 

Pop 1-0-1

Duas que me têm andado a encher as medidas: a Dalila e a do Cupido.

 

The naked Stone

Joss Stone @ Complex

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Ivre (revista de postas)

«Inspector da PJ do Algarve apanhado bêbado durante as investigações ao desaparecimento de Maddie. IMAGENS EXCLUSIVAS».

(JVA, Estado cítrico)
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13 junho 2007 

Breviário de leituras: Braindroppings

Braindroppings, George Carlin


«The way I see it, this country has only four real victim-groups: Indians, blacks, women and gays. I purposely left out the Spanish and Asians, because when you look at what happened to the Indians and blacks, the Spanish and Asian people have had a walk in the park. It's not even close. Not to downplay the shit they've had to eat, but in about one hundred years the Spanish and Asians are going to be running this country, so they'll have plenty of chances to get even with the gray people.

(...)

You know, you'd think it would be a fairly simple thing to come over to this continent, commit genocide, eliminate the forests, dam up the rivers, build our malls and massage parlors, sell our blenders and whoopee cushions, poison ourselves with chemicals, and let it go at that. But no. We have to compound the insult. Native Americans! I'm glad the Indians have gambling casinos now. It makes me happy that dimwitted white people are losing their rent money to the Indians. Maybe the Indians will get lucky and win their country back. Probably they wouldn't want it. Look what we did to it.»
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Um poeminha pela efeméride que passa

SE DEPOIS DE EU MORRER

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.



(Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos)
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O buraco negro ou o segundo mais estúpido de uma vida

E pronto, acabei de acabar com toda a minha vida profissional entre 2001 e 2005. Bastou um segundo, uma distracção e um dedo no delete. E tão repentina e displicentemente como o dedo caía sobre o teclado, também os olhos se esbugalhavam incrédulos enquanto a boca disparava um gutural "RAISTAPARTAAAAAH", antes de perceber que o que foi não volta a ser. Ainda agora, uma interminável meia-hora depois, da mesma boca não sai mais que um exaustivamente repetido "estúpido-estúpido-estúpido-estúpido-estúpido". Um dia, quando a minha biografia for alinhada, restará este episódio a mais para justificar quatro anos a menos.

 

Palavras para quê?

Parabéns, minha senhora!

 

Feriadinho

No parque de estacionamento do ofício, uma funcionária passeia o cão!

 

The end

 

Sant'Antoninho e os lisboetas

O ano é 2007. Toda a Lisboa está de feriado. Toda? Nem toda. Numa grande empresa, um pequeno grupo de irredutíveis trabalhadores cumpre a sua função, como pode, contra as ordens do Santo António. E a vida não é fácil para os heróicos trabalhadores. Sobretudo para aqueles que vieram picar o ponto depois de uma noite de folia...

 

Dream on girl

Ando viciado nos sapatos vermelhos da Rita. É pressionar o play para perceber porquê.
E, já agora, ir passando e passeando pelo arco-íris que vai criando.

12 junho 2007 

Et tu, Sócrates?

Diz que, depois de avançada a hipótese Alcochete, 13 autarcas pró-Ota (que é como quem diz, lá da região) pediram esclarecimentos ao governo. Diz que a única pergunta que fizeram foi «Então-então-então-então-então, pá?! Então?! Como é que é, pá?! Mas afinal o que é que é isto? Hã?»

 

Na volta do avião...

...um Yoda, um R2-D2 e isto:

Douglas Adams, The hitchhiker's guide to the galaxy: the original radio scripts (25th anniversary edition)

Ele haverá coisa mai' linda no mundo? Haverá? Hmm, hmm?

 

A incoerência do vestuário

Ontem, a t-shirt revelava, macambúzia e negra, «it sucks to be me». Hoje, a t-shirt confessa, garbosa e larga, que «All you need is love».

 

Comida exótica para estômagos fortes

Diz que o almoço de hoje cá no ofício é... «Chamuscas com arroz de feijão».

11 junho 2007 

Segunda-feira

E depois de um fim-de-semana diferente, uma semana igual às outras.

 

Breviário de fitas: «homicidal modern»

Ruptura, Gregory Hoblit

«Even a broken clock is right twice a day.»

Eis um daqueles filmes que vão surgindo cada vez menos nas salas de cinema: uma história interessante, um thriller simples, realizado com competência, interpretado sem maneirismos - podia ser um bom episódio de uma qualquer série de advogados da moda. Não deslumbra, não surpreende, não fica na memória, mas também não quer mais do que entreter durante umas duas horitas. Nada mais que um agradável e despretensioso epílogo para o fim-de-semana.
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09 junho 2007 

Dia de não Valentim

Diz que hoje, algures no Brasil, se festeja o dia dos Não Namorados.

08 junho 2007 

Baise-moi (da série "desculpe, posso roubar-lhe uma imagem?")

Grand Place, Joaquim Hierro
© Joaquim Hierro, @ Ali_se
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Encosta-te a mim

Só agora percebi que o novo single do Jorge Palma é uma das mais belas canções que o homem alguma vez escreveu.

 

Só mais um dia em Hollywood

Sol, compras, almoços na esplanada e a princesa dos elfos aos beijos à namorada do Super-homem...

 

Produto interno bruto (revista de postas)

«Reformar a reforma

Conclui-se por estes dias que a produtividade não é culpa de férias e feriados. Os finlandeses têm mais e saem-se melhor. Os patrões explicam muita quota parte deste insucesso, pois explicam: maus gestores, preocupados com o imediato, sem vistas largas e duradouras. Depois, há o país que gasta demais onde não deve, nem tem: reformas milionárias, como as que o número dois do PSD à Câmara de Lisboa vai ganhar aos 53 anos, pela PT (empresa do Estado). Quando o Governo estende a idade da reforma para lá do sol posto, estes senhores reformam-se ainda novos para verear a cidade, a acumular dinheiros. Lembro-me dos desempregados: estes podem receber uns dinheiritos extra, se biscatarem coisas incertas, precárias e temporárias, até 50 por cento do salário mínimo. Leram bem: menos de 200 euros ao mês, a juntar ao lu(i)xo do subsídio de desemprego. Mas eles, os desempregados, é que são uma praga de preguiçosos e chulos. É, deve ser.»

(MM, Cibertúlia)
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Era uma vez na Baixa (revista de postas)

«Ia a passear na Baixa...

...e esbarrei com o Robert. Apenas um desculpe, mas um olhar trouxe-me o reconhecimento. Mas hoje ele esbarrou comigo e depressa num americano belíssimo me pediu desculpa, me perguntou se estava tudo bem. Ali o centro das atenções era eu, talvez tivesse caído ao chão, não me lembro. O sol ofuscou-me e apenas vi as sombras e vultos remexidos. Mas aquele olhar que reconheço, emergia do contraste solar. Para quem vem até cá só almoçar, elogio às nossas cozinhas, a simpatia navega oceanos também. Levantei-me ou apenas comecei a caminhar, não sei. Talvez fosse uma dimensão paralela.»

(Wednesday, H2O Tinto)
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Sit back, relax and enjoy the fright

Definitivamente, não há melhor para uma noite a solo do que um rerun do Snakes On A Plane.

07 junho 2007 

Afinal, as sete maravilhas vão ser dez

As vencedoras, mais a Jennifer Lopez, a Hillary Swank e a Aishwarya Rai.

 

Feriado III (revista de postas)

«A Paris Hilton não gosta da Sarah Silverman. Surpreendente, não é?
Mas há quem goste! A Jessica Biel, por exemplo!
»

(Hugo, 9-9)
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Feriado II (revista de postas)

«Nas páginas de Classificados, os carros são fotografados de frente e as meninas por trás.»

(JMF, still kissin')
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Feriado I (revista de postas)

«Maldita serás entre todos os animais domésticos, e entre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida».

(MM, E Deus criou a mulher)
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Ivanovic vs. Sharapova

A Maria Sharapova que me desculpe, mas a Ana Ivanovic está a batê-la aos pontos. E não estou a falar do serviço...

ADENDA: Diz que aquilo que tenho estado a ver, alegremente, pela tv é, afinal, em diferido. Diz que o resultado até já se sabe há umas horas. Mas aqui pelo ofício, todas as televisões estão ligadas no mesmo. Assim se confirma que, no ténis feminino, não é o resultado que importa - o que interessa é o jogo, o que vale é... enfim, o espectáculo.

 

Um dia a gosto

Há feriados que sabem a Agosto. Dias assim, em que se consegue trabalhar descansado, almoçar com calma, fazer alguma coisa, produzir. Também por isso, todos os dias fossem feriado.

 

Life is funnier than fiction, II: em todos os produtos domésticos há um Gardel

Olhar para um pacote de rolos de papel higiénico e descobrir no rótulo um combo argentino: Colhogar Dermia y sus Almohadillas Extra-Gruesas.

 

Life is funnier than fiction, I: em todas as famílias há algo de Fellini

Chegar aos trintas e descobrir que a tia é dona de uma sauna gay.

 

Hollywoodlândia

Robert de Niro em Lisboa. Christopher Lee em Tróia. Luís Figo em Los Angeles...?!

06 junho 2007 

Smooth violinist

 

Depois de Entourage, eis...

Porntourage

«A mock Entourage parody series that follows an up and coming male porn star, his agent to the sex stars, and of course, his Porntourage.»

 

La Mélissa de tous les jours

Mélissa Theuriau: la plus sexy de FHM

Enquanto os senhores de quase todas as outras revistas do mundo andavam entretidos a debater se a mais sexy era a Scarlett ou a Jessica ou a Beyoncé ou a outra Jessica, a FHM francesa fintou a concorrência e elegeu la Mélissa «la plus sexy de la planète». Estes gauleses não são parvos.

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05 junho 2007 

Uma gralha é uma gralha, mas isto não é uma gralha

Diz aí um press-release, recebido hoje no ofício, que um certo festival de rock vai ter como protagonistas os Aioai e os Expansive Soul...

 

Carta aberta a José Pedro Vasconcelos

Caro senhor actor da peça Salazar - The Musical,

venho por este meio esclarecer-lhe que, ao contrário do que o senhor disse aos microfones da telefonia, os senhores Terceiro Galarza e Quarto Galarza, do ex-colectivo The Galarzas, não têm nada a ver com a peça do senhor nem qualquer afinidade com o senhor Ramón Galarza.

Não é que não queiram, não gostem ou não apreciem (ou não digam que sim a um convitezinho da sua parte). É só que não têm. Pronto.

Obrigado pela atenção e felicidadezinhas para o espectáculo, sim?

 

Uma gralha é uma gralha, mas todos os dias já é disparate!

Segundo o 24Horas de hoje, Francisco Penim é o director de Programas da «DIC» (sic).

 

28

Parabéns, puto!

 

Windows vista

04 junho 2007 

Spam exótico-surreal em tons de abcedário cósmico III

«Dish citric birdlike

columbia busy, cartography candela divorcee, birthplace concerti. conflagrate border autocorrelate anxious christ dishwasher abe. delve actinic bellboy airline and abstention dock dip coffman barney abdicate anecdotal. consular censorious beefsteak amsterdam bloodroot blackman arose.»

(Guadalupe Teague)

 

Cada macaco no seu galho

DeVotchKa no Teatro de Vila Real. Zucchero no Casino Estoril. Paulo Gonzo na Feira do Marisco.

 

Eu hoje acordei assim... (posta à Charlotte*)

Ludwig van Beethoven

Surdo.

(*)

03 junho 2007 

Get smart («All artists borrow, great artists steal»)

«When stand-up comedian Joe Rogan confronted notorious joke stealer Carols Mencia in the middle of "his" routine last February it spawned an internet phenomenon. Rogan suddenly had legions of fans and Mencia was quickly discredited. Video footage of Mencia performing material that belonged to other comedians flooded video-sharing sites. The incident spawned several blog entries, print magazine articles and news channel stories about famous joke thieves through history. There were the standard references to Milton Berle and Robin Williams and the occasional mention of Dane Cook. One story from comedy history fell by the sidelines. Don Adams was a joke thief.»

 

«You and I have memories longer than the road that stretches out ahead» (revista de postas)

«Taken yesterday at the D5 Conference, this Bill Gates and Steve Jobs joint appearance was the first between the two since Gates appeared at the 1997 Macworld via video-link, and perhaps the first time the two have appeared together in person since 1983.»
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E Deus voltou a casar a mulher (re-posta*)

Anna Kournikova @ Vogue
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Raistaparta: não se brinca com coisas sérias, coño!

«Enrique Iglesias was joking when he announced his split from Anna Kournikova and they are still together. The Spanish heart-throb told journalists during a promotional visit to Sweden that he had split with the former tennis ace.»

02 junho 2007 

A avózinha explica

 

For the amusement of others

«At one performance, six people passed out when an actress, whose eyeball was just gouged out, re-entered the stage, revealing a gooey, blood-encrusted hole in her skull. Backstage, the actors themselves calculated their success according to the evening's faintings. During one play that ended with a realistic blood transfusion, a record was set: fifteen playgoers had lost consciousness. Between sketches, the cobble-stoned alley outside the theatre was frequented by hyperventilating couples and vomiting individuals.»

 

Spam exótico-surreal em tons de abcedário cósmico II

«Ambuscade crawlspace democrat

chatty administer, bourgeoisie akron aug, antoinette arduous. brouhaha bedpost bowl abbas auckland colatitude aeronautic. croydon bookish customary abbreviate declarative archive choreography backboard bryn daytime average carbonate. burlap automorphic certified boeotian agnomen diminution crossbar.»

(Estela Hightower)

01 junho 2007 

Dia da criança




 

Façamos o ponto e mudemos de assunto

Canta-se a valsa na casa do lado.

 

Diz que é hoje

Dia europeu sem cuecas

 

Spam exótico-surreal em tons de abcedário cósmico I

«Circumference confiscatory dickcissel

bong banjo concession demand. abernathy deform audience demon decker cedric. deficient christopher deacon art allegate booby bessie delano boor. amethystine airspeed anxious divan automata dido clatter.»

(Rob Hardon)

 

Um poeminha por mais um ano a dois

CERIMÓNIAS

Então. Sempre ouvi dizer a vida a dois é um osso duro de roer
e de enterrar e esgravatar para cheirar e confirmar o lugar
o asilo o lar doce lar
excepção feita aos onanistas
só ligam ás fotos das revistas

Tu lavas eu limpo
tu sonhas eu durmo
tu branco e eu tinto
tu sabes eu invento
tu calas eu minto
arrumas e eu rego
retocas eu pinto
cozinhamos para três
tu mordes eu trinco
detestas eu gosto
magoas eu brinco

Criámos sob um tecto um monstro de mutismo
e o tédio escorre das paredes como num túmulo para alugar para habitar
inventamos maldades por puro exibicionismo
suportamo-nos apenas por diletantismo
discussões de mercearia
só apagamos a luz ao nascer dum novo dia

mas se me morres eu sinto


(Rui Reininho, Psicopátria)
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B.I.

Coisas Breves

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