«Nessa noite o Turco montou a sua tenda à entrada de um bosque de
coihues e araucárias. O ar cheirava a madeira e a mar. Fumando o seu cachimbo fez um inventário dos seus bens, disse para consigo que o dia não tinha sido nada mau e meteu-se debaixo da grossa manta castelhana, disposto a dormir em paz.
Preparava-se para apagar com um sopro o candeeiro de latão quando a mulher kawésqar irrompeu na tenda.
-
Laáks - disse em jeito de cumprimento, apontando para a manta escura e espessa que o cobria.
- Não, não
laáks, não está à venda - respondeu o Turco. A kawésqar olhou-o nos olhos, sorriu ao ver que neles se reflectia duas vezes a pequena chama da lâmpada e, com um movimento enérgico, tirou a túnica de pele que lhe cobria o corpo esbelto de navegante e caçadora. Era uma mulher kawésqar, a origm do fogo que consome os homens.
O Turco observou aquele corpo esbelto, as coxas firmes, as ancas suportadas pela mais forte mastreação, o ventre plano e os seios destinandos a amamentar os melhores filhos do mar.
Durante horas, amou-a entre gemidos, embates e derrotas. Em cima dela sentiu-se a bordo do navio mais seguro e ela, montada nele, era a mais graciosa das amazonas.»
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