31 outubro 2006 

Diz que this is Marilyn

Diz que é halloween Manson-style. Diz que é da nova versão a três dimensões de The nightmare before christmas...



Diz que há uma outra versão, diz que ainda mais curiosa, dos Panic! At The Disco. E diz que há mais donde esta veio...

 

Diz que questo è halloween

Diz que há un sito com as letras e os vídeos e tudo em italiano...



Diz que também há em francês, em alemão e até em japonês...

 

Diz que é halloween

Diz que é para ter cuidado. Diz que anything can happen on halloween. Diz que é Tim Curry...



Diz que é de um filme muito mau. Diz que é de um filme muito bom...

30 outubro 2006 

Um poeminha para estes dias assim

ARRANJA-ME UM EMPREGO

Tu precisas tanto de amor e de sossego
- Eu preciso dum emprego
Se mo arranjares eu dou-te o que é preciso
- Por exemplo o Paraíso
Ando ao Deus-dará, perdido nestas ruas
Vou ser mais sincero, sinto que ando às arrecuas
Preciso de galgar as escadas do sucesso
E por isso é que eu te peço

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Se meto os pés para dentro, a partir de agora
Eu meto-os para fora
Se dizia o que penso, eu posso estar atento
E pensar para dentro
Se queres que seja duro, muito bem eu serei duro
Se queres que seja doce, serei doce, ai isso juro
Eu quero é ser o tal
E como o tal reconhecido
Assim, digo-te ao ouvido

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Sabendo que as minhas intenções são das mais sérias
Partamos para férias
Mas para ter férias é preciso ter emprego
- Espera aí que eu já lá chego
Agora pensa numa casa com o mar ali ao pé
E nós os dois a brindarmos com rosé
Esqueço-me de tudo com um por-do-sol assim
- Chega aqui ao pé de mim

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Se eu mandasse neles, os teus trabalhadores
Seriam uns amores
Greves era só das seis e meia às sete
Em frente ao cacetete
Primeiro de Maio só de quinze em quinze anos
Feriado em Abril só no dia dos enganos
Reivindicações quanto baste mas non tropo
- Anda beber mais um copo

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego


(Sérgio Godinho, Campolide)

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Breviário de fitas: o centro do mundo

World trade center, Oliver Stone

Agora que acalmou toda a comoção e o abalo do quinto aniversário da coisa. Agora que já tudo se disse e dissecou sobre o filme de Oliver Stone. Agora que já toda a gente viu e esqueceu. Agora que as salas estão vazias. Agora que finalmente vi o tributo de Stone aos polícias da Port Authority, o que vi foi um início soberbo (espantosa a forma como ficamos a conhecer os dois protagonistas logo nas primeiras cenas, brilhante a forma como nos é "mostrada" a tragédia através dos rádios dos polícias no local), duas ou três personagens que merecem figurar na grande galeria dos heróis de Stone (o fuzileiro Karnes, o paramédico ex-toxicodependente, o polícia Scott Strauss [e o melhor Stephen Dorff de que há memória]), um plano memorável, para o final, de uma discreta bandeira dos EUA, rasgada, suja, enrolada pelo vento em volta do mastro. E pouco mais...

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29 outubro 2006 

Os grandes portugueses #2

As grandes obras da pastelaria portuguesa #2:
PASTÉIS DE BELÉM
*

pastéis de Belém

* Em jeito de homenagem a um "pastel de Belém", um "velho do Restelo" que será sempre, para este que aqui escreve, o maior de todos os portugueses e nos disse adeus há um mês...

28 outubro 2006 

As a sort of thank you...

Because it's better late than never, here goes a public Thank you and a strong Saravá to our Paperholic friends, for the lovely sort of requiem published quite a while ago. A gente viu e, embora tarde, sentiu, pá. A gente sentiu...

PS: How do you say Obrigado in swiss?

27 outubro 2006 

«A tremor in the Force», episódio 3: a informação, completa fica

Star Wars - Exposição Oficial

Luke: How far away is Yoda?
Yoda: Not far. Yoda not far. Soon you will be with him.

(in Star Wars, Episode IV: The empire strikes back)

 

Pop Scarlett

Scarlett by Melissa

Scarlett Johansson, Roy Lichtenstein-style, by Melissa Clifton.

 

Like no other

Depois da colour, o pleasure.

 

Alfa beta gaga (revista de postas)

«Tribo
No meu grupo, o macho alfa anda com uma gaja beta.»

(in Ironia do destino)

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26 outubro 2006 

Os grandes portugueses #1

As grandes obras da pastelaria portuguesa #1:
FOFOS DE BELAS


fofos de Belas

 

Conversa de corredor (memória das coisas breves)

O filho - Ó mãe, quero a mala...
A mãe - Então ama-me, filho.

 

Hipnótico la la la

la la la @ kitschnet

Fui há coisa de há um bocado à kitschnet e só agora dei por ela: há coisa de hora e pouco, pouco menos de hora e tal, que o botão está carregado, que o la la la está em play, que o desvario não me larga o ouvido, que o pé não se me sossega, que não consigo desligar o dito. É demente, sei-o. Ele há com cada coisa...

25 outubro 2006 

Um poeminha para o regresso de um velh'amigo (revista de postas)

A BADANA

Há algo crepuscular
na luz difusa que emana
da orla pronta a dobrar
do livro, sua badana.

Manancial floreado
ajuda, finta e engana,
elogio entusiasmado,
chama laranja à banana.

Tem a sua utilidade,
não sonho negar o facto,
entre inverdade e verdade,
dá um empurrão ao acto.

Quando se sentir ousado
talvez tomorrow, mañana:
corte pelo picotado,
e jogue fora a badana.


(Manel Laranjeira, Livralheiros)

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«A tremor in the Force», episódio 2: a ameaça da exposição

Mais informações sobre a dita na volta do correio.

 

Depois da ameça de paulada...

...Miguel Sousa Tavares faz queixa-crime contra anónimo que o acusa de plágio.

24 outubro 2006 

Breviário de leituras: Russendisko

Russendisko, Wladimir Kaminer

«A nossa amiga Katia era uma entusiasta do Castañeda. Leu todos os livros dele em que conseguiu pôr as mãos, comprou uma série de cactos de Mescalero e até uma lamparina especial por 160 marcos. Ia várias vezes a encontros secretos, onde tinha experiências espirituais, juntamente com outros fãs de Castañeda. Várias na mesma noite, até. Precisou de relativamente pouco tempo até ser capaz de separar sem qualquer esforço a consciência do subconsciente, o corpo do espírito. Desta forma, a Katia garantia um acesso constante ao mundo astral, no qual conhecia um sem-número de personalidades interessantes, incluíndo o próprio Castañeda. Tudo corria pelo melhor quando, um dia, o corpo e o espírito não se voltaram a encontrar, pelo que foram internados, separados e tudo, na ala psiquiátrica da Clínica Rainha Isabel de Herzberg, em Lichtenberg. Aí, com a ajuda da medicina moderna - que, entre outras coisas, incluía uma "terapia do tambor" - conseguiram voltar a uni-la toda numa só. A saúde dela normalizou-se, mas o acesso ao mundo astral foi-lhe terminantemente proibido.»

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Allure

Scarlett Johansson @ Allure

Diz que Scarlett descobriu os 70s na revista Allure de Novembro. Diz que há mais para ver...

 

Será que o homem quer fazer de Portugal uma nova Hungria?

Ouvir o Santana Lopes dizer que o Sócrates fez batota política é como ouvir o Cavaco dizer que não é um político profissional ou o Alberto João Jardim dizer que a imprensa na Madeira é livre ou o Bush dizer que o Bill Clinton mentiu ou...

23 outubro 2006 

Coisas que não acontecem a ninguém (do manual de Wile E. Coyote)

Levar com um semáforo na cabeça.

Aconteceu à cunhada. Na sexta-feira, ao final da tarde. A caminho do barco, parada frente à passadeira no cruzamento da Rua do Ouro com a Rua da Conceição, em Lisboa. Diz que a culpa foi do senhor do jipe em excesso de velocidade e de disparate. E era pesado, o semáforo! Resultado: sangue, muito sangue e uma visita a São José; dezenas de pontos em dois pontos da cabeça e um olho que foi de rôxo a negro; dias de cama, semanas de baixa. Uma estória para contar e uma desculpa para rir. Agora, que já passou.

Ah, diz que o semáforo continua no chão. Deitado. Preocupado. Arrependido...

 

«A tremor in the Force»

Exposição Star Wars

A ameaça pairava no ar há que tempos. A confirmação chegou hoje, sorrateira. A Força vai estar entre nós! Como ordenaria o próprio Vader, «they must never again leave this city».

 

Breviário de sons: Acorda!

Acorda!

Porque há discos que valem a pena. Por terem boas intenções. Por serem uma boa ideia. Por juntarem um número inédito de participantes e por reunirem uma parte valiosa da nova música portuguesa. Porque são vendidos a um preço justo e acessível. Porque faziam falta. Porque sim!

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22 outubro 2006 

Algumas ideias sobre alguns filmes

O BOM...
Hot fuzz

Os criadores da mais deliciosa e bucólica comédia de zombies dos últimos tempos prometem dar o mesmo tratamento aos filmes policiais. Depois de Shaun of the dead, será este o Shaun of the cops?


O MAU...
Severance

Uma mistura entre Deliverance, The descent e The office mas com mais sangue, suspense, pernetas e o Lord Percy de Blackadder. Será o regresso da melhor comédia britânica ao mais puro terror?


E O VILÃO?
Turistas

O sol e as praias do Brasil, o canastrão de Las Vegas, a má da fita de Alias, um realizador habituado a filmar meninas em biquini e uma aventura de crime e terror. Filme de culto ou hit de Verão?

 

Algumas dúvidas sobre alguns anúncios

Dúvida um: o que é que terá levado a Galp e a Sociedade Ponto Verde - ou melhor, as suas agências de publicidade - a usar exactamente a mesma música (a tocante Somewhere over the Rainbow / What a wonderful world, de Israel Kamakawiwo’ole) nos seus últimos anúncios de televisão (o dos balões cor-de-laranja e o do teatrinho do ecoponto)?

Dúvida dois: e terá sido também coincidência ou o tal anúncio dos balões da Galp foi flagrantemente inspirado no brilhante anúncio dos televisores Bravia da Sony, o tal das bolas?

Dúvida três: e como é que é possível que as mesmas almas que fizeram esse belíssimo anúncio da Sony, o das bolas, se tenham lembrado de fazer ainda melhor, no ainda mais surpreendente novo anúncio dos mesmos televisores Sony Bravia, o das tintas?

Dúvida quatro: e porque é que o melhor anúncio de televisão do ano passou tão despercebido pela televisão portuguesa?

 

Yooops!

Começou a poda: «YouTube has wiped nearly 30,000 files from its website after Japanese media companies said their copyright was being infringed», diz a BBC. Quem se seguirá?

21 outubro 2006 

Jornal de sábado

Por momentos, parece que o governo está a fazer um bom trabalho. É o que eu penso, depois de ver velhos senhores do futebol e dirigentes da Associação de Farmácias a queixar-se. Tenho muita pena de muita gente, mas se há gente de que não tenho pena nenhuma...

20 outubro 2006 

Blógueralho (carta aberta)

Caros senhores do Google,

calculo que agora andem aí entretidos a estudar o YouTube e a inventar novas funcionalidades para a coisa e a trabalhar numa qualquer versão beta do dito... mas, porventura, não se importariam de dar alguma atenção aqui ao Blogger? É que há uns dias que este estaminé está a dar baixa das postas, a atrapalhar o normal postamento nas tertúlias dos vossos clientes e, no fundo, a mandá-los todos dar uma volta à concorrência. E dá-me ideia que os senhores, agora que desembolsaram um piparote de massa, não querem isso, não é?

Muito obrigado pela atenção.

 

Conversa de elevador (memória das coisas breves)

O empregado – Boa tarde, como está?
O chefe – Olá, está tudo bem?
O empregado – Cá vamos andando...
O chefe – Tem que ser, não é?
O empregado – Que remédio...
O chefe – Pois, o contrário também não pode ser...
O empregado – Portanto nem vale a pena tentar, não é?
O chefe – Pois é...
O empregado – ...
O chefe – ...
O empregado – Bem, eu saio aqui. Até logo.
O chefe – Adeus, um abraço.

19 outubro 2006 

Breviário de sons: menina do campo oferece canção solarenga para relação de futuro

Angela Desveaux

Evil Dead + country music + (Canadá - Nashville) + (alt-country - indie rock) = Angela Desveaux.

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18 outubro 2006 

O orgasmo (revista de postas)

«(...) Scarlett Johansson está a gravar um álbum de versões de temas de Tom Waits. O registo, com o título provisório de 'Scarlett Sings Tom Waits', deverá ser editado na próxima Primavera.»

(in Cibertúlia)

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Enquanto isso...

...o 24horas diz que o benfiquista Petit ficou retido em Glasgow porque não conseguia mijar.

 

A profecia filipina

«45% dos espanhóis são iberistas

Quase metade dos espanhóis (45,7%) querem a união entre Portugal e Espanha, com a maioria a defender que o novo país deve chamar-se Espanha, ter Madrid como capital e manter o regime monárquico.»


Dá-me ideia que, apesar de tudo, se fosse para ter a mesma qualidade de vida, muitos portugueses também seriam - tirando, talvez, a parte do nome, da capital e do regime. Mas vendo bem, o que são esses pormenores num país que tem secretários de estado que dizem que a culpa dos aumentos é dos consumidores e que quer pôr jogadores de futebol, cantores de festival, políticos de segunda, tiranos de primeira e homens que batiam na mãe na lista dos Grandes da nação da televisão?

 

Última hora: a actualidade já não é um trunfo, o que interessa é encher páginas

Sempre em cima do acontecimento, sempre à frente do momento, o Correio da Manhã de hoje revela o mais recente escândalo nacional:


«Internet - Professor universitário acusado de plágio
Prado Coelho vítima da blogosfera

O professor universitário e cronista Eduardo Prado Coelho está a ser acusado de plágio, sob o anonimato da ‘blogosfera’. Em vários ‘sites’ da internet, Prado Coelho é referido como autor de um texto, escrito em Novembro do ano passado e editado no jornal ‘Público’, ‘Precisa-se de Matéria Prima para Construir um País’. (...)

O texto corre, já há algum tempo, em vários ‘sites’ e, em Janeiro deste ano, também o músico António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, o referia na sua crónica ‘Declaração do Princípio Independente’ (...)»


Não querendo entrar por outras falhas, se calhar alguém devia dizer ao CM que isto foi assunto polémico «em Novembro do ano passado». Há quase um ano. Um ano...

17 outubro 2006 

Ponto media

Cinco conjuntos interessantes de regras, conselhos e ideias propostas por António Granado:
1. New rules for newspapers;
2. How to sell more newspapers;
3. Ways to reenergize readers;
4. News from nowhere - a survival guide;
5. Newspapers 2.0.

E já agora (que tem mais a ver cá com o ofício):
5b. In other words, be more public.

 

Breviário de sons: Lemony Snicket contra os Gothic Archies

Que é como quem diz... scream and run away!


Há dúvidas? Tim Curry explica...

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16 outubro 2006 

Por falar em factos e argumentos (revista de postas)

The sexiest woman alive [who] is she.*

(@ E deus criou a mulher com um saravá ao Marujo.)

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French kissin' in NY (revista de postas)

i) Toda a verdade:

«Times Square, NYC, Outubro 2006»


ii) Contra factos não há argumentos:

«USA, Novembro (!) 2006»


(© JMF @ French kissin' com um grande bem-haja.)

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O elogio é uma arma

A coisa tem que ser partilhada que não consigo aguentá-la cá para mim. Hoje estava a ser um daqueles dias que não apetece. A manhã passara sem se dar por ela. O almoço tinha ficado a meio de tão mau (o duelo do dia no refeitório do ofício era entre a feijoada vegetariana e o arroz macrobiótico). A tarde começava a entrar na mais cansativa rotina, por entre as chatices do costume, os stresses do costume, as merdas do costume, e não dava sinais de melhoras - pelo contrário: aí vinha um daqueles telefonemas a que se tentam fugir mas não há como nem pode ser. E sorrateiramente, depois da conversa de trabalho e das respostas de circunstância e do sorriso que do lado de cá era amarelo, veio do lado de lá do telefone um daqueles elogios que nos deixam desarmados. Um daqueles que nos deixam com vontade de ser avestruz para esconder a cara e com vontade de carregar na tecla da alta voz para que, à nossa volta, todo o mundo ouça. Daqueles que nos deixam pálidos e com um sorriso demasiado grande para a boca se atrever a esboçá-lo. A esta hora já nem das palavras me lembro, que eram tão grandes e generosas que não encontrei onde guardá-las. Mas acho que falavam de competência e da CBS e de Macau... E sei que vinham da boca de alguém que nem sequer conheço nem me conhece pessoalmente, alguém com quem mantenho uma relação puramente profissional e cordialmente telefónica. Alguém que me fez, em dois minutos, o maior e mais desinteressado elogio, que me fez bem sem pedir nada em troca e a quem devo deixar mais um obrigado. E a quem devia ter pedido para repetir aquilo tudo ao meu director...

PS: Nada a ver com isso mas, para fechar o dia, soube bem voltar a ver um velho amigo que não via há anos mas que cá me vai ouvindo. Raminhos de sorte para a tua nova aventura.

 

Raparigas e robôs

Depois das Suicide girls, chegam os Suicide bots.

 

Risco

Se um velho amigo lhe oferecer visita, isso é... Risk 2210 AD.

15 outubro 2006 

Breviário de palcos: o escritor e o irmão do escritor

The pillowman - o homem almofada

«O único dever de um contador de histórias é contar uma história.»

Sábado à noite. Sala cheia - mas cheia mesmo, a abarrotar, sem um único lugar vago. Sala calada do princípio ao fim - mas sem um único ruído que não as gargalhadas na altura de rir, os sustos na altura de assustar, os suspiros na altura de tocar. Sala rendida - mas verdadeiramente rendida, desde a primeira fala até à ovação de pé, quase dez minutos de pé, que são pouco pela força brutal, genial, do texto, pela surpresa, tão agradável, das interpretações, pela certeza de uma das mais brilhantes encenações de que há memória na memória recente do nosso teatro.

Se o dever de uma peça de teatro é contar uma história, entreter, The pillowman cumpre o dever e deixa-nos a sonhar por mais, muito mais. Disse-o uma vez, há bem pouco tempo, e não encontro outra forma senão repeti-lo hoje: se o teatro existe, é por momentos assim; é para momentos assim. E é para nos deixar com vontade de ver mais coisas assim, como esta - tão só a mais admirável criação teatral do ano.

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Breviário de fitas: a dália desperdiçada

The black dahlia, Brian de Palma

O pior não é o elenco em baixo de forma nem o argumento atabalhoado. O pior não é a realização meio à toa nem os vários erros temporais e os flagrantes erros de continuidade. O pior não é o facto do romance de James Ellroy merecer um filme melhor ou, pelo menos, menos sensaborão (e do autor nem sequer se importar com isso). O pior nem sequer foi a velhota na cadeira ao lado que passou o tempo todo a explicar o filme ao marido que passou o tempo todo ao telefone. O pior foi mesmo sair da sala com a sensação desagradável de que Brian de Palma conseguiu fazer de Scarlett Johansson a menos sensual das três mulheres...

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13 outubro 2006 

Breviário de sons: nipo-bossanova made in NY

Barracuda ou a nova bossanova de uma ja po ne sa em Nova Iorque...

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A manha dos marretas (revista de postas)

«Flesh Flicks: "Mahna Mahna"

(...) Most Americans under the age of 40 are probably familiar with the "Mahna, Mahna" song, made famous in this country by its association with odd-looking Muppets. However, not all of them are aware that it is an actual song, written by Italian musician Piero Umiliani. Fewer still realize that the song made its first appearance in "Sweden, Hell and Heaven", a softcore movie about nude lesbian saunas.»

(in Fleshbot)

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12 outubro 2006 

Duo ele e ela

O casamento perfeito: a casa dele e a cozinha dela.

 

Breviário de leituras: Bandidos e mocinhas

Bandidos e mocinhas, Nelson Motta

«A estreia de Carne Viva para convidados dividiu a platéia, metade vaiava e metade aplaudia entusiasticamente, vários saíram no meio, alguns xingando alto, havia muito tempo uma peça de teatro não provocava tanta polêmica. Cercada de jornalistas, Lana estava exultante, Pedro desaparecera do teatro assim que a cortina se fechara. Quando as portas dos camarins se abriram para a imprensa e os fãs, ele já estava longe, cruzando a ponte Rio-Niterói, rumo a Maricá.
Quando chegou em casa, Joana dormia de janela aberta, velas aromáticas perfumavam o ar e iluminavam o quarto com uma luz amarelada e trêmula. Estava deitada de costas, com os lábios e as pernas entreabertos, completamente nua, seu corpo moreno brilhava sob a luz da lua que entrava pela janela. Pedro entrou devagar, tirou a roupa e quase imperceptivelmente deitou-se e colou seu corpo ao de Joana e começou a beijar-lhe suavemente a nuca, o pescoço e chegou aos lábios sem que ela abrisse os olhos, como se quisesse continuar dormindo e sonhando, vivendo ao mesmo tempo um sonho e uma realidade, mas foi de olhos bem abertos que o recebeu entre suas pernas e entrou pela noite entre suspiros e gemidos.»

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Breviário de fitas: da treta

Filme da treta, José Sacramento

É que é pena. Que o argumento seja tão fraquinho, que os diálogos sejam tão limitados, que a história não tenha ponta por onde se lhe pegue, que a realização ande tão perdida, que as personagens andem tão longe do que eram, que a coisa esteja tão presa à piada fácil (à mesma piada fácil, do princípio ao fim). É que é pena. Porque o Zezé e o Toni mereciam um filme mais "da conversa" e menos "da treta".

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11 outubro 2006 

'Tá feito!

I google, you tube

(Imagem descaradamente gamada ao Gizmodo.)

10 outubro 2006 

Post-it

Apesar das marés que nos afastam, há sempre um mar que nos une.

 

Gota a gota

Agora que tudo ardeu, bem-vindo de volta, irmão.

 

Escarlate e a dita (3ª entrega)

Scarlett Johansson & Dita von Teese @ Flaunt

Ainda mais Scarlett Johansson e Dita von Teeeese... huh... na editão de Ouçubroo da... da... reviiista Flaauuunthblhg...

 

Escarlate e a dita (2ª entrega)

Scarlett Johansson & Dita von Teese @ Flaunt

Mais Scarlett Johansson e Dita von Teese na edição de Outubro da revista Flaunt...

 

Escarlate e a dita (1ª entrega)

Scarlett Johansson & Dita von Teese @ Flaunt

Scarlett Johansson e Dita von Teese na edição de Outubro da revista Flaunt.

06 outubro 2006 

As notícias de que os telejornais não vão falar

«Experiência que usa pica-pau como modelo para a dor de cabeça galardoada com um IgNobel»;

«Teletransporte cada vez mais próximo».

 

A pergunta que atormenta a humanidade

Será que o Fernando casou com a Chiquitita ?

05 outubro 2006 

Coisas da vida (ou o novo cavalo de Tróia)

A caixa Multibanco no átrio da RDP tem um anúncio da Renascença.

 

Breviário de sons: ó vizinho ora bom dia, como vai a saúdinha, que eu não sei falar de amor

Deolinda Lisboa

«O seu nome é Deolinda e tem idade suficiente para saber que a vida não é tão fácil como parece, solteira de amores, casada com desamores, natural de Lisboa, habita um rés-do-chão algures nos subúrbios da capital. Compõe as suas canções a olhar por entre as cortinas da janela, inspirada pelos discos de grafonola da avó e pela vida bizarra dos vizinhos. Vive com 2 gatos e um peixinho vermelho...»

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04 outubro 2006 

Breviário de leituras: Militärmusik

Militärmusik, Wladimir Kaminer

«A liberdade que a Perestroika de Gorbatchov trouxe consigo foi tomada pelo povo da forma mais simples - como liberdade para desaparecer dali para fora. A pátria socialista, que sempre agarrara os cidadãos com firmeza pelo colarinho, tinha afrouxado o controlo, pelo que o controlo se desvaneceu de imediato.
- Mas para onde queres ir, afinal? - perguntava a pátria, desconfiada.
- Tenho de ir só ali à esquina e já volto - mentia o cidadão.
- E o que tens aí nessa mala? - admirava-se a pátria.
- Ah, nada! Só meia dúzia de recordações para uns amigos - assegurava o cidadão, apaziguador, recolhendo as suas sete malas com rapidez e saltando para o primeiro comboio que lhe aparecesse.
- Basta levares no focinho uma vez que voltas logo com o rabinho entre as pernas - tinho dito o pai do meu amigo Katzmann quando ele saiu de casa aos catorze anos.»

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Um poeminha para o regresso (e para um fã que já não volta)

Fado Maravilhas

Fui num domingo a Cacilhas
Mais o Chico Maravilhas
Comer uma caldeirada.
A gente não nada em taco
Mas vai dando pró tabaco
E para regar a salada.

É porque isto é mesmo assim
A gente morre e o pilim
Não vai para a cova com a gente.
E antes gastá-lo no tacho
Do que na farmácia, eu acho
Isto é que é principalmente.

Terminada a refeição
Ao entrar na embarcação
Começou a grande espiga.
Um mangas abriu o bico
Pôs-se a mandar vir com o Chico
E o Chico arriou a giga.

Eu para acalmar a tormenta
Ainda disse oh Chico "auguenta"
Mas o mangas insistiu.
E o Chico sem intenção
Deu-lhe um ligeiro encontrão
Atirou com o tipo ao rio.

Um sócio de outro meco
Quis-se armar em malandreco
A gente já estava quentes.
Veio para mim desnorteado
Eu dei-lhe com penteado
E pu-lo a cuspir os dentes.

Veio outro, veio outra ideia
De sarnelha e plateia
Mais outro fui-lhe ao focinho.
E o Chico pelo seu lado
Só para não ficar parado
Aviou quatro sozinho.

Fez-se uma grande molhada
Desatou tudo à estalada
Eu e o Chico no centro.
Daquela calamidade
Apareceu a autoridade
E meteu-nos todos dentro.

Não tenho vida para isto
E de futuro desisto
De me meter noutra alhada.
Nunca mais vou a Cacilhas
Mais o Chico Maravilhas
Comer uma caldeirada!


(Raúl Solnado)

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03 outubro 2006 

Do pôr do sol no deserto ao cair do pano na cidade (notas de viagem)

De cima, Marrocos é todo da mesma cor. As cidades e as aldeias são da côr da terra. Tudo é castanho.

O aeroporto de Marraquexe é pequeno, velho e lento.

Entre o aeroporto e a cidade é só calor, calor, calor; hotéis, hotéis, hotéis; motas, motas, motas.

O trânsito - de carros e peões - é um caos organizado.

Em Marraquexe o que choca é a diversidade e a tolerância: adolescentes marroquinas com ar perfeitamente ocidental caminham de mão dada com outras completamente tapadas e lado a lado com marroquinos de rasta e t-shirt da selecção brasileira.

O centro da cidade tem um ar degradado e velho mas cheio de vida.

A cidade pára durante a tarde e vibra durante a noite.

Não há nada como beber um chá de menta ao pôr do sol no terraço do Café des Epices, no meio dos labirínticos e coloridos souks de Marraquexe.

Os Izenzarine são "os Pink Floyd marroquinos". O seu antigo líder é agora um eremita: vive numa montanha no meio do deserto com o seu cão a fumar haxixe.

De viagem, a terra é da cor do barro. Depois verde. Depois cor de argila. Depois areia. E, de repente, o deserto.

Em Taddard há um hotel chamado Le Coq Hardi. No vale desértico de Col du Tichka há um restaurante no leito de um rio seco. Em Ait Ben Haddou há um Auberge Bilal, um snack Buvette e uma mercearia com montras cheias de sumos Compal e bolachas Proalimentar. No restaurante serve-se omelete berbere.

O kasbah de Ait Ben Haddou é maravilhoso e imponente.

Depois de quilómetros de pedra preta, os montes Atlas transformam-se numa impressionante palete de cores.

O vale de Draa é um oásis infindável: cerca de 130 quilómetros de palmeiras e aldeias rodeadas de deserto.

No meio do deserto, ergue-se N'koob - uma típica aldeia de emigrantes, com casas de azulejo e construções kitsch.

Depois, seguem-se areia, pedregulhos e montanhas. Desfiladeiros imensos e uma imensidão de nada... E manadas de dromedários à solta.

De camelo, são precisas duas horas para fazer seis quilómetros pelas dunas, deserto adentro. Um dos camelos chama-se Jimi Hendrix. Num pequeno oásis (uma árvore num pequeno vale, entre dunas de duzentos metros de altura), depois do jantar, os tuaregues tocam djambé e cantam Bob Marley.

Passar uma noite no deserto é como dormir num "hotel de millones de estrellas".

Em Rissani, o almoço é medfura - ou, como nos dizem, pizza berbere - servida numa loja de artesanto.

Em dois dias, tomámos o pequeno-almoço com tuaregues, almoçámos com dois berberes, dois árabes e um beduíno, bebemos chá com um grupo de músicos do Mali e bebemos mais chá com uma família de nómadas.

Ao longo da viagem pelo Atlas e pelo deserto, todas os dias se comia melhor e todas as noites eram passadas numa espelunca maior que a anterior (uma tinha carpete vermelha nas paredes e no tecto; outra tinha a sanita no chuveiro).

Nos primeiros dias do Ramadão, as pessoas ficam loucas de fome. Assim que o sol se põe, as ruas ficam vazias.

Na televisão marroquina, as notícias são em francês, os anúncios em árabe, o Don Jonhson fala berbere e o Lost é dobrado em francês. Enquanto na Al-Jazeera dava um documentário sobre a Andaluzia, noutro canal dava um filme do Tom Cruise dobrado em árabe.

Em Marraquexe, três viagens de táxi ficaram em quatro euros e meio. Mas o Ramadão não impede alguns taxistas de enganarem os turistas.

As farmácias de Marraquexe (as ditas ervanárias berbere) são verdadeiros antros da banha da cobra, onde tudo se vende e todos são guias turísticos.

Essaouira (a duas horas e meia de Marraquexe) é uma Sesimbra em Marrocos: uma cidade branca com um forte português, uma traça medieval, uma lota enorme e peixe do melhor.

A cidade está cheia de sósias de Bob Marley, sonha com Jimi Hendrix e tem uma praça dedicada a Orson Welles.

Na memória: whiskey berbere, omolete berbere, pizza berbere, farmácia berbere, autobus berbere... e um país deslumbrante.

[Perto do fim, a pior notícia de uma vida e o pior regresso a casa de sempre... Na volta, um vazio profundo a enegrecer uma das melhores semanas de todos os tempos e a pintar de tristeza umas férias inesquecíveis.]
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02 outubro 2006 

Adeus

Fernando Soares (1928 - 2006)

Adeus passeios no pontão. Adeus castelos na areia. Adeus "sardinhas" na Portugália. Adeus sardinhas na Costa. Adeus pastéis de Belém. Adeus "ó pá, o nosso Belenenses 'tá muito mal...". Adeus "'tás contente por ter nascido?". Adeus "olha para estes cabelos brancos, hã?". Adeus "a tua avó é tão torcida...". Adeus "vamos ver as miúdas?". Adeus "pai natal". Adeus avô...

 

(...)

De volta. Sem vontade.

B.I.

Coisas Breves

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