31 agosto 2009 

Disxarvel, Inc.

«It's a shocking deal no one saw coming in a million years. According to an official press release from the Walt Disney Company, Disney has bought Marvel Entertainment for the hefty price of $4 billion. Under the deal, Disney gains control of more than 5,000 Marvel characters, and Marvel gains their massive marketing infrastructure.»

ADENDA: «(...) Pixar's John Lasseter has already taken a meeting with the Marvel folks to begin brainstorming different collaborations, and apparently that meeting went extremely well - which means there's a very good chance we're going to see Pixar's name on an upcoming film featuring Marvel characters.»

 

Manifesto anti-XL

Basta pum basta!

Uma geração que consente deixar-se medir pelos tamanhos de uma Zara e de uma Pull & Bear e de uma Springfield é uma geração que nunca o foi! É um coio d'anorécticos, d'esqueletos e de bulímicos! É uma rêsma de chalatães e de comprados, e só pode parir abaixo do tamanho S!

Abaixo o XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield!

Morra o XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield, morra! Pim!

Uma geração com um XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield às costas é um burro estrafegado!

Uma geração com um XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield ao peito é uma canôa empertigada!

O XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield é uma ciganada!

O XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield é meia ciganada!

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield saberão costura, saberão alfaiataria, saberão fazer padrões bonitos, saberão tudo menos fazer roupa de tamanho normal, que é o que elas dizem que fazem.

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield pescam tanto de roupa que até fazem t-shirts com exagero de magreza!

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield são umas habilidosas!

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield vestem mal!

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield obrigam-nos a usar ceroulas apertadas!

A Zara e a Pull & Bear e a Springfield comprimem e encolhem as larguras!

Morra o tamanho XL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield, morra! Pim!

Viva o tamanho XXXL da Zara e da Pull & Bear e da Springfield, que não há mas devia haver!

Pim!

30 agosto 2009 

Carta aberta aos senhores da Zara e da Pull & Bear e da Springfield e afins

Caros senhores,

as vossas t-shirts não são XL. Aquilo não é XL. Eu é que sou um XL. Qualquer pessoa que compre uma t-shirt XL nas vossas lojas está, na verdade, a comprar um M. O vosso XL não é um XL, é uma farsa. Eu não sou gordo. Eu sou é XL.

Obrigado,

 

Contra-programação: the morbid edition

Na SIC, assinala-se o dia em que Michael Jackson faria 51 anos com a exibição do filme The Jacksons. Na TVI, assinala-se a véspera da véspera da véspera do dia em que passarão 12 anos da morte da princesa Diana com o filme O assassinato da Princesa Diana.

 

Breviário de fitas: «As time goes by»

Up - Altamente, Pete Docter & Bob Peterson

«Thanks for the adventure. Now go have one of your own.»

Que o cinema de animação já não é coisa de crianças, já não é novidade. Novidade, é que o cinema de animação seja, hoje, coisa para avós. Porque apesar da criancinha irritante mas entusiasmada que viaja à boleia, dos cães que falam e do gambuzino gigante, o novo da Pixar é uma história sobre velhotes. Ou duas: a do amor entre um velho rezingão e a memória da sua falecida mulher e a do duelo entre o idoso herói e o seu ainda mais idoso herói de criança. Se a Pixar já há muito tinha chegado à idade adulta, com Up o cinema de animação chega à terceira idade. E de forma tão hilariante quanto altamente comovente.
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29 agosto 2009 

Un scurt poem în limba română

HAI IU IU

Păi mândruliţa mea muiere
Hai la crâşmă şi-om bea bere
Nu merg, nu merg mă barbate
Că ti-i-mbăta şi mi-i bate
Că râde lumea de noi
Cum se bat două nevoi

Cu muierea băutoare
Nu-ţi mai vezi pânza la soare
Că mere la crâşmă-n vale
Și-o bea până ce-i fuioare
Că mere la crâşmă-n vale
Și-o bea până ce-i fuioare

Apăi lasă lasă, mândră, lasă
Că mi-oi face şi eu casă
Unde-o fi pădurea deasă
Dintr-un par dintr-o nuia
Și de sare şi din ea
Ta di da di da di da

Și-apoi iu şi iu mă cheamă
Iepurele-i bun de zamă
Iepuroaica-i de friptură
Mândra-i de ţucat în gură
Iepuroaica-i de friptură
Mândra-i de ţucat în gură


(Maria Tănase)


ADENDA: Variações ao Hai iu iu original? Sai um Hai iu iu iu com cara bonita e mais um Hai iu iu iu iu iu com pinta de gitano.
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O último contra-ataque de Sérgio Conceição

É como naquele belo jogo contra a Alemanha, no Euro 2000: entra discreto, de mansinho, e quando menos se espera, solta-se-lhe o diabo no corpo e desata a rematar.

É como hoje, na entrevista ao i:

«(...) a primeira reunião dos capitães - eu, Couto, Figo e Rui Costa - foi suficiente para o entender. Chamou-nos à parte e disse-nos que estava ali para treinar a selecção e dar o salto para um grande europeu. Mas estamos a brincar ou quê? Mas que é isto? Um homem na selecção, que deve ser um privilégio, o maior privilégio, e ele só pensava em sair para um grande da Europa. Mas brincamos ou quê? Falava em seriedade e disciplina. Aliás, afastou carismáticos, como Baía e João Pinto, com base na disciplina. Isso é tudo muito bonito, mas ele não aplicava a regra. Nos almoços da selecção, a mesa dos jogadores é sempre maior que a dos treinadores, porque há mais jogadores que treinadores. Com o Scolari, não! A nossa tinha 18/20 pessoas. A dele era maior. Mas estamos a brincar? Mas estamos onde? Ele levava os amigos brasileiros, os amiguinhos da Nike. Sim, porque ele é patrocinado pela Nike e entre um jogador da Nike e um da Adidas, escolhia sempre o da Nike. Mas depois, lá vinha com a lengalenga da disciplina. Então mas eu, que nasci em Coimbra, em Portugal, deixo-me ficar? Numa situação destas, deixo de agir? Mas estamos onde, pá? Que é isto? Ele ganhou o quê? Foi a uma final em casa e perdeu-a [Euro-04].»

Mas a jogada mais possante chega nos minutos finais. Sérgio Conçeição recebe a bola...

«O Dr. Merdaíl. Disse Merdaíl? Enganei--me. É Madaíl, Madaíl.»

Finta um, finta dois, prepara o remate...

«Depois do fiasco do Mundial-02 [Portugal eliminado na fase de grupos por EUA e Coreia do Sul], escondeu-se atrás de uma carcaça, atrás de um campeão do mundo [o Brasil venceu esse Mundial-02, com Scolari a seleccionador].»

Atiiiiira...

«Isso é atirar areia para os olhos dos outros. Desculpe lá, mas apetece-me partir a loiça toda. Nasci aí, em Portugal, e não aceito que arruínem o nosso futebol.»

E é golo! É gooooooolo! Que golaço de Sérgio Conceição, a passar para a frente e a deixar a equipe adversária em maus lençóis. O público vibra e agora... agora, vamos ver como reage a equipe da FPF a este golaço inesperado.

 

«Oh my God, they killed Kenny!»

«For the next 30 days, you can watch the original South Park Pilot online, and this is the version that wasn’t aired on television. That is, the hand-man, all construction version that contains deleted scenes and is two minutes longer than the episode that aired in 1998.»

 

Lições para a rentrée

(The Oatmeal versus Rod Stewart)

28 agosto 2009 

Igualdade de oportunidades: e se a nova directora da Playboy fosse uma playmate? (descubra as diferenças)

O CM assegura que é verdade: «Antes de iniciar funções como directora da ‘Playboy’, Liliana Queiroz despiu-se para a capa da edição de Setembro da revista masculina.»

A história que a TVI conta é outra: «E se Liliana Queiroz fosse a nova directora da Playboy? Este é o mote da publicação para apresentar a nova capa da revista
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27 agosto 2009 

Fumar é um direito, fumar é um dever cívico

Vale a pensa passar os olhos pelas alegações finais de Miguel Sousa Tavares, ao DN de hoje. Diz MST: «Não fumo porque gosto»; e acrescenta: «Já teria deixado de fumar se não fosse a perseguição que é feita aos fumadores. Sou um fumador por militância cívica, quase». Ou seja, não é por gosto nem por vício, é só mesmo por embirração, certo? Say no more.

 

Breviário de fitas: Au revoir les nazis

Inglourious basterds, Quentin Tarantino

«You know somethin', Uitivich? I think this just might be my masterpiece.»

Para lá de todas as expectativas, para lá de todas as polémicas, o que mais fascina no regresso de Tarantino é a completa subversão, logo aos primeiros acordes do genérico - subversão não só dos géneros cinematográficos (dos filmes de guerra ao western-spaghetti), mas também dos clichés, das personagens, das próprias regras do jogo narrativo e, sobretudo, da História. Tão próximo de Kill Bill e de Dirty Dozen como longe de Pulp Fiction e de Patton, a história destes ingloriosos patifes (liderados por um Brad Pitt em formato mashup de Major Reisman com George W. Bush) é simplesmente a da vingança de uma mulher, na qual acabam por ser actores secundários, embora indispensáveis. Que o verdadeiro duelo é entre a fugitiva judia e o oficial nazi (e eis onde reside o trunfo maior: na extraordinária interpretação de Christoph Waltz - um vilão que baloiça constantemente entre a caricatura, a roçar o desenho animado mais slapstick, e a mais genuína e mesquinha maldade). Mas para lá de todas as boas interpretações , para lá de tudo o que venha depois e de todas as suposições e opiniões e críticas e elogios, o que se esconde no regresso de Tarantino é, tão discretamente, uma homenagem (muito à lá Tarantino) ao cinema europeu.
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26 agosto 2009 

It's the end of the world as we know it

Diz que «Cláudia Vieira pode casar-se no próximo ano». Ora bolas. Primeiro a Scarlett, agora a Cláudia... Fica um homem sem poder sonhar.

25 agosto 2009 

(Por falar nisso,

diz que falta menos de um mês. Outro meio, a mesma mensagem... o mesmo efeito Larsson?)

 

O efeito Larsson, 2.2

«"O vício que eles proporcionam não tem apenas a ver com o facto de serem histórias bem contadas; elas falam da sobrevivência e do perigo da morte iminente, da corrupção e do desejo de vingar a injustiça. Há bem e mal. Há amor e indiferença. Coisas humaníssimas. Vive-se muito nos seus livros, e de uma forma apaixonada. Ninguém escapa."»

 

Esta é que é a anedota do (boole)ano

A melhor anedota do ano?

PS: quando o que se procurava era o relato disto.

 

Grandes questões da musicalidade portuguesa

Se Os Tornados agora acabassem e regressassem aos discos daqui a uns anos, será que na nova reencarnação se chamariam Os Retornados?

 

Lá diz o povo: se não podes vencê-los, atropela-os

«Um repórter-fotográfico do Jornal de Notícias foi hoje, terça-feira, atropelado pelo automóvel que transportava Pinto da Costa, à saída do tribunal de São João Novo. A viatura não parou após o acidente, mesmo depois de um agente da polícia ter batido com a mão no tejadilho do carro. O motorista não obedeceu.»

 

Lá conseguiram fechar o Pirate Bay...

...por algumas horas. É coisa para vestir a camisola.

 

Semen? Ya, mas só de nome

«Semenya tem o triplo do valor normal de testosterona». Ok, está certo, mas... para uma mulher ou... para um homem?

24 agosto 2009 

Noves fora nada (descubra as diferenças)

9 Nine District 9

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22 agosto 2009 

'Tis coming

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Black sw...wow!

«(...) Natalie Portman and Mila Kunis have sex. Yeah. You read that right. And not just nice sweet innocent sex either. We're talking ecstasy-induced hungry aggressive angry sex».
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Words from the wise (16)

«Algum público gosta de ficar sentado a ver todos os nomes da ficha técnica. Estarão à procura de alguém de família?»

(Francis Ford Coppola)

 

The hitchhiker's guide to making money

«An early review of part of the Eoin Colfer-penned sequel to Douglas Adams’ Hitchhikers’ Guide to the Galaxy series has panned the book as not being very funny

21 agosto 2009 

An american director in Lisbon

«O realizador americano John Landis, um dos nomes destacados do cinema fantástico e da comédia americana, e autor dos telediscos de Thriller e Black or White de Michael Jackson, vai ser um dos convidados da edição deste ano do festival MOTELx». Isto começa a tornar-se um caso sério...

 

Finalmente, vai começar o verdadeiro campeonato:

o das bocas certeiras e das respostas tortas do José Mourinho.

 

24 horas na vida de uma WAG

O que me preocupa não é que a mulher do Simão Sabrosa diga ao 24horas que «Ser mulher de jogador é um profissão sem sindicato». O que me preocupa é que a mulher do Simão Sabrosa diga ao 24horas que «Ser mulher de jogador é uma profissão». Quer dizer, preocupar, preocupar... não preocupa. Mas explica muita coisa.

 

O Borges enganou-se

Quem tem Grip'A deve usar uma máscara na cara e não uma boina na cabeça.

 

Breviário de sons: «Be folk, be proud»

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20 agosto 2009 

Nada a dizer da música...

...mas quanto mais o ouço a falar, mais me convenço que o Sean Riley e o Simão Sabrosa são uma e a mesma pessoa.

 

Quem pode, iPode

«Segundo a UBS, para comprar um iPod, um lisboeta precisa de trabalhar mais dez horas do que um holandês e um americano». Mas no entanto, «Um iPod custa 15,5 horas de trabalho a um lisboeta e 19,5 a um madrileno».

Ora, como se diz em bom português: iToma!

 

I prayed to God and I liked it

«A norte-americana Katy Perry assumiu que quando era pequena passava horas a rezar para ter seios volumosos: "Lembro-me bastante bem de me ajoelhar junto da cama, quando tinha nove anos, a rezar e a pedir a Deus para me dar mamas tão grandes que quando me deitasse de costas nem sequer conseguisse ver pés".»

 

Outtakes de campanha, 4: o cartaz que os esquilos do Bairro dos Lóios aprovaram, mas Santana não

Lisboa nonsense

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Outtakes de campanha, 3: o cartaz que os esquilos de Monsanto aprovaram, mas Costa não

Unir Monsanto

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19 agosto 2009 

Breviário de leituras: Sacanas sem lei

Sacanas sem lei, Quentin Tarantino

«INTERIOR – CASA DE CAMPO INGLESA – DIA

Um jovem ADIDO MILITAR abre as portas de correr que servem de entrada para o salão.

ADIDO MILITAR
Faça favor, meu Tenente.

Um jovem e elegante tenente inglês entra no salão. Este oficial, que tem estado a armar sarilho aos boches desde o final da década de 1930, é o TEN. ARCHIE HICOX. Tem ares de um George Sanders mais jovem (da altura de O Santo e de Private Affais of Bel Ami).

Ao entrar no salão, o Ten. Hicox fica espantado.

À sua frente está o lendário estratega militar GENERAL ED FENECH, com ares de um George Sanders mais velho (de A Aldeia dos Malditos).

Mas ao fundo do salão, sentado ao piano, fumando o inevitável charuto, está o inconfundível vulto de WINSTON CHURCHILL.

O Tenente não estava à espera desta.

Hicox faz continência ao General.

TEN. HICOX
Apresenta-se o Ten. Archie Hicox, meu General.

GEN. FENECH
(Faz continência)
General Ed Fenech. À vontade, Hicox. Quer uma bebida?

Hicox olha para o formidável buldogue ao piano, que o observa, fumando o seu charuto. Contudo, o homem com o charuto não toma a iniciativa, e o General não faz qualquer referência à presença do gorila de 100 quilos no salão. O Ten. Hicox sabe bem o que isso quer dizer: se Churchill não for apresentado, é como se não estivesse presente.

TEN. HICOX
Se me oferecesse um uísque com água sem gelo, bebia um uísque com água sem gelo.»

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Ora bolas, outra vez?

Mas o que é que eles fizeram para merecer outro prémio? Pronto, fizeram aquele sketch da inquisição espanhola, mas... tirando o sketch da inquisição espanhola, o que é que eles fizeram para merecer outro prémio? Ok, também fizeram aquela piada do papagaio morto, 'tá bem, mas... tirando o sketch da inquisição espanhola e a piada do papagaio morto, o que é que eles fizeram para merecer outro prémio? Vá lá, também fizeram aquele filme da vida de Brian, mas... tirando o sketch da inquisção espanhola e a piada do papagaio morto e o filme da vida de Brian, o que é que eles fizeram para merecer outro prémio? Certo, também há o Holy Grail e o Sit on my face e o Spamalot e o pianista nu e o Finland, Finland, Finland, mas... na verdade, o que é que eles realmente fizeram para merecer tanto prémio?

 

E a vários quilómetros de distância, um executivo da Marvel esfrega as mãos de contente

«As origens do Super-Homem já não podem ser relatadas como até agora. Por causa de uma decisão do tribunal, será necessária uma autorização dos descendentes de Jerry Siegel – o co-criador da personagem – para contar a história do bebé originário de Krypton (o planeta em potencial destruição) que é enviado para a Terra e acolhido pelos Kent. Tudo porque Siegel inventou a história antes de ser contratado pela revista “Detective Comics”.»

É que «As leis americanas sobre copyright afirmam que, se as criações forem efectuadas já durante o contrato, os direitos pertencem à publicação. Tendo em conta que grande parte da história sobre o “Homem de Aço” já foi desenvolvida durante as publicações, apenas a parte referente às origens do super-herói estão agora no poder dos descendentes de Siegel, podendo apenas ser mencionada mediante autorização.»

Será que a legislação e a burocracia vão conseguir levar avante o que nem Lex Luthor nem carradas de vilões munidos de kryptonite conseguiram?

 

Esta season está para lá de silly

Embandeiramentos pseudo-monárquicos. Anúncios de listas pseudo-censórias. Queixas de escutas pseudo-polémicas. Não sei porquê, mas parece-me disparate a mais para uma silly season só.

 

Breviário de fitas: micro-clássico condensado em versão redux (da série "desculpe, posso roubar-lhe uma imagem?")

Samurai on the toilet, Takeshi Kitano

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18 agosto 2009 

Quando quatro matemáticos se reúnem na silly season do ano da gripe A, o resultado é...

...«When Zombies Attack!: Mathematical Modelling of an Outbreak of Zombie Infection». E assim se demonstra o que Mike 'The streets' Skinner, não sendo matemático, já tinha previsto.

PS: O nosso i resume o modelo; o mui british Times traz a história toda, com pormenores deliciosos (como o facto de o estudo ter chegado à redacção do jornal pelas mãos de um dos mais conceituados conselheiros da OMS ou de um dos autores escrever o nome com um ? no fim).

 

Breviário de leituras: Platão e um ornitorrinco entram num bar...

Platão e um ornitorrinco entram num bar..., Thomas Cathcart e Daniel Klein

«No século XX, um professor de Harvard fez experiências com drogas psicadélicas e ficou fascinado com a relatividade das suas revelações. Não, não estamos a falar de Timothy Leary. Muito antes disso – foi William James. Quando inalou gás hilariante, James pensou ter visto a unidade suprema de todas as coisas, mas, depois de o efeito da droga passar, não conseguiu lembrar-se das suas revelações cósmicas. Segundo reza a história, a vez seguinte que cheirou gás hilariante amarrou um lápis na mão e deixou o livro do laboratório aberto à sua frente. Claro que teve uma ideia brilhante e desta vez conseguiu anotá-la no papel. Horas depois, no seu estado normal, leu a revelação filosófica que tinha registado: “Tudo tem um cheiro semelhante a petróleo!”
Desapontado no começo, o professor James depressa recuperou o seu sentido filosófico. Apercebeu-se de que a verdadeira questão era se: a) as ideias que lhe pareciam brilhantes sobre a influência do gás hilariante eram, na verdade, banais; ou b) o brilhantismo de “Tudo tem um cheiro semelhante a petróleo” não poderia ser devidamente apreciado a menos que se estivesse sob a influência de gás hilariante.
Há algo nesta análise de James que tem um certo cheiro a piada.»
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17 agosto 2009 

Kind of cool (finalmente posso cancelar a inscrição no ginásio de consciência tranquila)

«O diário norte-americano de referência (faça questão de referir este facto, quando contar a história aos amigos) "The New York Times" preocupa-se com as modas. Está atento e sabe o que está "in" e "out". Analisa a paisagem da cidade mais cool do mundo e aponta o dedo ao que está certo e errado. Os analistas daquele jornal elegem agora a barriga de cerveja como o acessório essencial deste Verão. E quem somos nós para duvidar?»

 

Kind of blue (isto anda tudo ligado)

Há quatro meses, confessei a um Questionário que é o Álbum que «me faz sempre sentir que cheguei a casa». Há uns dias, o Questionário foi publicado. Hoje, o Álbum faz 50 anos.

16 agosto 2009 

Outtakes de campanha, 2: os cartazes que Ferreira Leite chumbou

Atenção, meus meninos... (PSD 2009)

Meninos, ai meninos... (PSD 2009)

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15 agosto 2009 

Outtakes de campanha, 1: o cartaz que Sócrates recusou

Todos os patinhos sabem bem nadar (PS 2009)

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«It works?! It works! I finally invent something that works!»

The twitter machine

 

A loja de discos, o questionário...

...e as respostas de um (alegado) cliente.

 

Breviário de sons: listening to a magazine (ou como o disco mais surpreendente do Verão pode ser uma revista)

Believer: the 2009 music issue

«Back in April, we asked some of our all-time favorite songwriters, including a few who haven’t been recording new material lately, to send us acoustic versions of new songs. Surprisingly, they did so
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14 agosto 2009 

Se a minha vida fosse um filme porno...

...a moça, vestida de farda, colete e boné, lápis numa mão e bloco na outra, que entrou aqui há pouco no ofício, dizendo «boa tarde, faço parte de uma empresa de certificação energética e venho contar os aparelhos eléctricos» não viria aqui contar os aparelhos eléctricos, pois não?

 

Breviário de leituras: House of mystery: room & boredom

House of mystery: room & boredom, Matthew Sturges, Bill Willingham & Luca Rossi

«I took a human shape out of mere curiosity. A knight came to slay me, as they sometimes do. After I took his sword arm out of its socket, I said that I might free him if he relieved my boredom with a good story. He had a smashing one, he said; he'd heard it at a secret place, a tavern where stories act as currency.
And is was a good story, at that. But I ate the flesh from his bones anyway.
I was not looking for love when I stole his form. Had I been I would certainly have been more selective. So when I first came to the House of Mystery, it was in a rather plain visage. I listened to a few stories and drank a sampling of bubbling brews. Charming, yes, but nothing I hadn't seen before. I shrugged and stood to leave.
And then I saw her.»
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13 agosto 2009 

Crónica do bom jornalismo, 5: cinco minutos de investigação

Diz o 24horas de hoje (13 de Agosto) que o filme Cinco minutos de paz (em exibição desde 23 de Julho) «ainda não tem data prevista para chegar a Portugal»! Bem sabemos que o agendamento das estreias nas salas cá do canto é uma ciência por demais enigmática, mas isto também é um exagero de desdém. Desculpem lá, mas é por estas e por outras que este não é um blog livre de pontos de exclamação.

12 agosto 2009 

Breviário de fitas: «knowing is half the battle»

G.I.Joe: o ataque dos cobra, Stephen Sommers

«Technically, this unit doesn't exist. But if it did, it would be comprised of the best soldiers from across the world. And when all else fails, they don't.»

Na verdade, alguém já o disse melhor: o novo de Stephen 'A Múmia' Sommers «plays like a sequel to a film that was never made». Não que isso afecte a experiência. Afinal, entre tanta acção (logo desde o arranque), tanto efeito-especial (chega a roçar o exagero) e tanta estrela (tanto talento sub-aproveitado), não há espaço nem tempo para perceber que a história não é lá grande novidade, que as personagens não são assim tão interessantes e que há pormenores que baloiçam entre o risível e o ridículo. Apesar disso, depois de certos disparates que o ano já nos trouxe, esta até acaba por ser uma fita refrescante: não enche as medidas, mas também não desilude.
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11 agosto 2009 

Breviário de leituras: The graveyard book

The graveyard book, Neil Gaiman

«There was a hand in the darkness, and it held a knife.

The knife had a handle of polished black bone, and a blade finer and sharper than any razor. If it sliced you, you might not even know you had been cut, not immediately.

The knife had done almost everything it was brought to that house to do, and both the blade and the handle were wet.

The street door was still open, just a little, where the knife and the man who held it had slipped in, and wisps of nighttime mist slithered and twined into the house through the open door.

The man Jack paused on the landing. With his left hand he pulled a large white handkerchief from the pocket of his black coat, and with it he wiped off the knife and his gloved right hand which had been holding it; then he put the handkerchief away. The hunt was almost over. He had left the woman in her bed, the man on the bedroom floor, the older child in her brightly colored bedroom, surrounded by toys and half-finished models. That only left the little one, a baby barely a toddler, to take care of. One more and his task would be done.

He flexed his fingers. The man Jack was, above all things, a professional, or so he told himself, and he would not allow himself to smile until the job was completed.

His hair was dark and his eyes were dark and he wore black leather gloves of the thinnest lambskin.

The toddler's room was at the very top of the house. The man Jack walked up the stairs, his feet silent on the carpeting. Then he pushed open the attic door, and he walked in. His shoes were black leather, and they were polished to such a shine that they looked like dark mirrors: you could see the moon reflected in them, tiny and half full.

The real moon shone through the casement window. Its light was not bright, and it was diffused by the mist, but the man Jack would not need much light. The moonlight was enough. It would do.

He could make out the shape of the child in the crib, head and limbs and torso.

The crib had high, slatted sides to prevent the child from getting out. Jack leaned over, raised his right hand, the one holding the knife, and he aimed for the chest . . .

. . . and then he lowered his hand. The shape in the crib was a teddy bear. There was no child.

The man Jack's eyes were accustomed to the dim moonlight, so he had no desire to turn on an electric light. And light was not that important, after all. He had other skills.

The man Jack sniffed the air. He ignored the scents that had come into the room with him, dismissed the scents that he could safely ignore, honed in on the smell of the thing he had come to find. He could smell the child: a milky smell, like chocolate chip cookies, and the sour tang of a wet, disposable, nighttime diaper. He could smell the baby shampoo in its hair, and something small and rubbery - a toy, he thought, and then, no, something to suck - that the child had been carrying.

The child had been here. It was here no longer. The man Jack followed his nose down the stairs through the middle of the tall, thin house. He inspected the bathroom, the kitchen, the airing cupboard, and, finally, the downstairs hall, in which there was nothing to be seen but the family's bicycles, a pile of empty shopping bags, a fallen diaper, and the stray tendrils of fog that had insinuated themselves into the hall from the open door to the street.

The man Jack made a small noise then, a grunt that contained in it both frustration and also satisfaction. He slipped the knife into its sheath in the inside pocket of his long coat, and he stepped out into the street. There was moonlight, and there were streetlights, but the fog stifled everything, muted light and muffled sound and made the night shadowy and treacherous. He looked down the hill towards the light of the closed shops, then up the street, where the last high houses wound up the hill on their way to the darkness of the old graveyard.

The man Jack sniffed the air. Then, without hurrying, he began to walk up the hill.

Ever since the child had learned to walk he had been his mother's and father's despair and delight, for there never was such a boy for wandering, for climbing up things, for getting into and out of things. That night, he had been woken by the sound of something on the floor beneath him falling with a crash. Awake, he soon became bored, and had begun looking for a way out of his crib. It had high sides, like the walls of his playpen downstairs, but he was convinced that he could scale it. All he needed was a step . . .

He pulled his large, golden teddy bear into the corner of the crib, then, holding the railing in his tiny hands, he put his foot onto the bear's lap, the other foot up on the bear's head, and he pulled himself up into a standing position, and then he half-climbed, half-toppled over the railing and out of the crib.

He landed with a muffled thump on a small mound of furry, fuzzy toys, some of them presents from relations from his first birthday, not six months gone, some of them inherited from his older sister. He was surprised when he hit the floor, but he did not cry out: if you cried they came and put you back in your crib.

He crawled out of the room.»

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10 agosto 2009 

The Skywalker family reunion

À paisana: Han Solo, Darth Vader, Chewbacca, Princesa Leia, R2D2 e Luke Skywalker

09 agosto 2009 

The oatmeal presents:

4 reasons to carry a shovel at all times

 

Babysitting, parte 2

Mais uma noite, mais uma noitada.

 

Breviário de fitas: 90 minutos de luz

Cinco minutos de paz, Oliver Hirschbiegel

«For me to talk about the man I have become, you need to know about the man I was. I was fourteen when I joined the tartan gangs and I was fifteen when I joined the UVF. At that time, don't forget, there were riots on the streets every week, petrol bombs everyday, and that was just in our town. When you got home and switched on the TV, you could see what was happening in every other town as well, and it was like we were under siege. Fathers and brothers and friends were being killed in the streets, and the feeling was we had to do something. We're all in this together and we all have to do something. The thing you have to remember, what you have to understand, is the mindset. Once you have signed up to terror, and joined the organization, the group, your mind closes right down. It becomes only our story that matters, not their story - the Catholics. It's only my people that are being killed, and here suffering and that need looking after. Catholics being killed? Doesn't enter your head. And so when I went up to Sammy, our local commander, and told him I wanted to kill a Catholic man, it wasn't a wrong thing for me to do. In my head, it was the proper, the just, the fair, the good thing to do, and so, it was easy. When I got to the house, there was a boy in the street. I didn't expect him to be there, but, there he was. I only looked at him for a moment because I had a job to do, but if I had known that he was Jim's brother, I would have shot him as well. It was in the mindset. It was tit-for-tat, and perhaps one more - why not? That's what it was like. I was only seventeen. I'd seen my people fighting ever since I was a wee boy. You'd take sides with your friends as a boy, but we weren't just throwing stones over the fence - we were shooting guns. What I want to tell people, what society must do is to stop people getting to the point where they join the group. Because when you get to that point it's too late. No-one's gonna stop you. No-one's gonna change your mind. And once you're in, you will do anything. You will kill anyone on the other side, because it's right to do it. Once your man has joined the group, society has lost him. And what he needs to hear are voices on his own side, stopping him before he goes in. There were no voices on my side, not on my side of the town, not in my state. No-one was telling me anything other than that killing is right. It was only in prison when I heard that other voice. And the Muslims now - you know the kids now are like I was then. They need to hear those voices now, stopping them from thinking that killing is good. They need their own people to say "no". That's where they need to hear it, and that's where I would put my money - on making those voices heard in every mosque in the country. When I got home, my mother and father were watching the TV, and it came on the news that the man I had shot was dead. I was so excited, I couldn't wait for when I would get my congratulations. Sammy was going to come knocking at my door, he was going to lead me out into the street and proudly walk me into the bar, and everybody was gonna stand up and applaud. Me? I would've shot anyone for that. And that is why I talk to anybody who would listen now, to tell them to stop boys like me thinking that to shoot an innocent, and a decent man in the head, is a good thing.»
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08 agosto 2009 

Os grandes portugueses

Solnado, 1929-2009 Solnado, vida e obra Solnado no 123 Solnado fadista
Solnado na política Solnado na revista Solnado no Zip-zip

 

Words from the wise (15)

«Desculpem-me as pessoas, mas para mim foi uma experiência extraordinária, que me enriqueceu muito, sob o ponto de vista humano e profissional.»

(Raul Solnado)

 

Babysitting

«n. 1. the work of a baby sitter; caring for children when their parents are not home.»

 

Desculpem lá qualquer coisinha, mas à distância:

Fado-diva de Mariza, 1. Fado-napron da Deolinda, 3.

07 agosto 2009 

John Hughes' day off



(@ Boing boing)
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Das mancheten

«Yet another feed aggregator».

 

Breviário de leituras: A rainha no palácio das correntes de ar

A rainha no palácio das correntes de ar, Stieg Larsson

«Lisbeth riu pela primeira vez em muitas semanas. Mikael pagava-lhe da mesma moeda! Reflectiu uns instantes. Então, pegou no estilete e marcou a combinação 9277, correspondente às letras W-A-S-P no teclado alfanumérico. Era o código que o Super Sacana Blomkvist fora obrigado a descobrir quando entrara no apartamento dela na Fiskargatan e fizera disparar o alarme.
Não resultou.
Tentou 78737, correspondente às letras S-U-P-E-R.
Também não. Se o Super Sacana Blomkvist queria que ela usasse a merda do computador, devia ter escolhido uma password relativamente simples. Tinha assinado Super Blomkvist, alcunha que habitualmente detestava. Lisbeth fez as suas associações, pensou por um instante. Pressentiu a vingança no ar. Teclou 3434, para P-I-P-I.
O Palm começou docilmente a funcionar.»
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06 agosto 2009 

O efeito Larsson, 2.1

«(...) o segredo da trilogia Millennium, de Stieg Larsson, está na recuperação da figura mítica das amazonas; isto é, mulheres fortes que "se han puesto a marcar el rumbo de los acontecimientos" de forma "irreversible".»

 

O efeito Larsson, 2

«Uma pessoa afasta-se do mundo: não vê mails, não bloga, não liga sequer o computador, quase não fala, quase não come, quase não dorme. Acho que o adjectivo unputdownable foi inventado para descrever os livros deste senhor.»

 

O efeito Larsson

«Larsson não faz um uso literário da figura feminina - tentação em que caem tantos bons escritores -, não lhe atribui clichés, não lhe estabelece limites, não a reduz ao enredo. Transpira em toda a obra um feminismo sem pieguices ou correcção política, assente numa dignidade feminina que o autor sente em permanente risco e sob constante ameaça mesmo na desenvolvida Suécia e na sua progressista sociedade.»

 

Breviário de fitas: Chicago melodrama

Public enemies, Michael Mann

«We're having too good a time today. We ain't thinking about tomorrow.»

Sereno, subtil, inteligente: longe do que se esperaria de um filme de gangsters; nada de estranho para Michael Mann. Mas mais do que um filme de gangsters na tradição de Hollywood (seja a dos velhos clássicos, seja a dos da geração de 70), o novo de Michael Mann é, sobretudo, um duelo. Como em Colateral, como em Heat, este Public Enemies é uma eloquente perseguição, um moroso jogo do gato e do rato, jogado por duas personagens de convicções fortes mas tão cinzentas como a vida. Só que desta vez não há um, mas dois duelos: entre o Dillinger criminoso e o seu perseguidor Purvis e entre o Dillinger apaixonado e a sua perseguida Frechette. No vértice do triângulo, um mesmo Johnny Depp, tão discretamente brilhante que quase ofusca a luz de Marion Cotillard e a precisa batuta de Michael Mann. E depois há aquela última cena, aquele último diálogo, ponto final parágrafo de antologia, que só por si faria qualquer filme figurar no panteão das obras-primas.
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02 agosto 2009 

Breviário de leituras: A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo

A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo, Stieg Larsson

«Ficou sentada durante muito tempo, a olhar para o vazio. Ninguém era inocente. Havia apenas diferentes graus de responsabilidade. E alguém era responsável por Lisbeth Salander. Tinha decididamente de fazer uma viagem a Smådalarö. Assumia que ninguém no descalabro total que era o sistema de justiça do Estado ia ter a mais pequena vontade de discutir o assunto com ela, e na falta de melhor interlocutor, uma conversa com Gunnar Björck ia ter de servir.
Estava ansiosa por ter essa conversa.
Não precisava de levar todas as pastas consigo. À medida que as lia, ficavam-lhe indelevelmente gravadas na memória. Levou o diário de Palmgren, o relatório de Björck de 1991, o relatório médico de 1996, em que era declarada interdita, e a correspondência entre Teleborian e Björck. Era o bastante para lhe encher a mochila.
Fechou a porta, mas ainda não rodara a chave na fechadura quando ouviu o som de motores de motos nas suas costas. Voltou-se. Era demasiado tarde para esconder-se, e não tinha a mais pequena chance de fugir a dois tipos montados em Harley-Davidsons. Desceu lentamente os degraus do alpendre e enfrentou-os no caminho de acesso.»
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B.I.

Coisas Breves

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